Autor: José Crespo de Carvalho, Presidente do Iscte Executive Education
Se me disserem que temos uma lógica de funcionamento no ensino superior, transversal a várias universidades, e que tem permitido formar as pessoas mais diversas nos aspetos mais diversos e nas lógicas mais diversas, eu direi que sim. Foi este ensino superior que formou a geração melhor de sempre. Ponto.
Se me perguntarem se dentro deste pacote cabe a formação para empresas e para colaboradores de empresas, eu direi igualmente que sim. A área corporate permite precisamente criar, cocriar, entregar conhecimento e experiência que resolva problemas e crie ambientes de mudança e prepare para desafios, entre tantos outros, com que as empresas se deparam.
Foi este ensino superior que formou a geração melhor de sempre. Ponto.
Tenho visitado e visto por dentro vários ambientes corporate, de formação para empresas, de várias universidades em todo o mundo. E devo dizer que não ficamos a dever nada a ninguém. Em criatividade, em impacto, em práticas e instrumentos usados, em construção de ferramentas de aplicabilidade rápida. E isto é válido para Portugal como para o Iscte Executive Education. Não obstante, há uma questão que gostaria de ver mais aprofundada. O briefing inicial das empresas nem sempre é certeiro naquilo que são as suas necessidades.
Como porventura a nossa resposta nem sempre será a mais adequada. Isto dito e entramos num campo que para mim é essencial em formação corporate, que são as ferramentas e instrumentos de avaliação à priori. É quase sempre mais interessante podermos começar a formação com os resultados de um instrumento de avaliação às pessoas que estão em formação. É quase sempre mais rico perceber que não existem apenas dois ou três instrumentos universais, nomeadamente para avaliar perfis de personalidade – dando um exemplo – mas que se podem inclusive usar formas de avaliação próprias, desenvolvidas in-house, que dão resultados e que expõem os participantes a experiências interessantíssimas.
A riqueza daqui obtida irá fazer com que o resultado do processo formativo seja mais efetivo, mais eficaz. É por esta criação de instrumentos de avaliação – mesmo e até quando a empresa possa escolher outra entidade formadora – que me tenho também vindo a bater.
É muito importante que as empresas exponham, sem receios, tal como os seus colaboradores, a instrumentos de avaliação ex ante. E é também muito importante percebermos a valia e a possibilidade de essa exposição inicial nos levar frequentemente mais longe e de uma forma mais sustentada.
É muito importante que as empresas exponham, sem receios, tal como os seus colaboradores, a instrumentos de avaliação ex ante.
Porque se consegue mais impacto, mais resultados, mais alinhamento e melhores práticas diárias. E não, não é perda de tempo.
Artigo publicado na edição n.º 141 da RHmagazine, referente aos meses de julho/agosto de 2022.
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