A evolução da economia em Portugal foi projetada por mais de 200 profissionais Executivos, que participaram na 12ª edição do CEO Survey 2024. O estudo da Stanton Chase Portugal que decorreu no primeiro semestre deste ano já apresentou resultados. 71,2% dos participantes acreditam no crescimento moderado da economia portuguesa. 22,6% preveem uma estagnação, nos próximos dois anos.
O CEO Survey 2024 tem o propósito de dar a conhecer a realidade portuguesa, através do contacto com líderes e gestores empresariais. Estes partilham as suas opiniões recorrendo a perspetivas corporativa e pessoal.
Dentre as várias conclusões do estudo, reforçam-se as dificuldades na gestão de pessoas, que permanecem as mesmas: atração, retenção e motivação. A primeira chegou a 60% dos Executivos portugueses e a segunda acentuou-se de 29% para 38,9%. Os desafios relativos à motivação dos colaboradores também aumentaram face aos anos anteriores.
Atingiram 51,4% dos Executivos, valor superior aos anteriores 33%. 31,3% dos Executivos portugueses preveem uma evolução positiva da economia europeia nos próximos dois anos. 23,6% mostraram-se pessimistas e 45,2% colocaram-se em posição neutra. O pessimismo diminuiu face aos 33% registados em 2022 e a posição neutra aumentou, perante os 32% anteriormente apresentados.
Os fatores que influenciam a economia
Da perspetiva dos Executivos portugueses, a Guerra na Ucrânia, o impacto da eventual vitória de Donald Trump nas eleições americanas e os riscos de instabilidade provocados pela guerra na Palestina são os fatores que mais condicionarão a evolução da economia em Portugal, ainda no presente ano.
Já os fatores no próprio país que influenciarão as empresas portuguesas são as opções e execução do Plano de Recuperação e Resiliência, a maior previsibilidade e contenção na fiscalidade e as expectativas sobre as políticas estratégicas, económicas e financeiras do governo da Aliança Democrática, segundo os Executivos.
Os participantes mostraram-se, ainda, pouco confiantes na evolução positiva dos seus setores de atividade. A opção “crescimento moderado” foi selecionada por 70,7% dos Executivos, face aos 75% registados em 2022. A escolha de “estagnação” aumentou de 10% nesse ano, para os atuais 16,3%.
As empresas e os seus líderes
A evolução do negócio da própria empresa nos próximos dois anos apresentou resultados bastante próximos aos de 2022. O otimismo atingiu 73% dos Executivos e as respostas neutras ultrapassaram ligeiramente os 20% registados em 2022, fixando-se nos 22,1%.
A visão estratégica continua a ser a competência mais valorizada na seleção dos líderes executivos. Em 2022, 59% dos participantes votaram nesta característica, valor que subiu para os atuais 67,3%. A orientação dos resultados também aumentou de 54% para 63%. Já a capacidade de atrair e reter talentos diminuiu 4,1% entre as datas mencionadas.
A falta de sintonia estratégica com os acionistas, a falta de oportunidades para crescimento na empresa e o nível de compensação desadequado continuam a ser consideradas as principais razões de abandono de um projeto empresarial, por parte de um Executivo. A última foi a única a apresentar um crescimento entre 2022 e o presente ano, passando de 13% para 22,6%.
Os principais fatores de atratividade em Portugal, da perspetiva dos Executivos, também se mantiveram, entre 2022 e 2024. São eles o nível de segurança do país, a qualidade de vida e a cultura de hospitalidade/acolhimento do povo português.