No último ano, as remunerações dos trabalhadores portugueses aumentaram 4,9% face ao período homólogo, atingindo um valor médio de 1.398,17€ em setembro de 2024. Apesar deste aumento face a 2023, se compararmos com o mês anterior, as remunerações registaram uma queda de 6,5%.
As conclusões são do estudo da Randstad Research sobre os 50 destaques do mercado de trabalho português no terceiro trimestre de 2024, com base nos dados disponíveis do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), do Ministério do Trabalho, do Banco de Portugal e do Eurostat.
Sem surpresa, Lisboa é o distrito onde os salários são mais altos (1.616€), seguido de Setúbal e Porto (1.457€ e 1.412€, respetivamente), os únicos três distritos, aliás, com salários acima do valor médio. Por oposição, é em Beja que os salários são mais baixos, com a média mensal a atingir os 1.111€.
Outro dado que salta à vista na análise ao mercado de trabalho no 3º trimestre é o crescimento do número de pessoas empregadas, que regista há vários meses valores históricos e que ultrapassa agora os 5,14 milhões de profissionais (56,6% da população em idade ativa). Esta taxa de emprego, na faixa dos 16 aos 64 anos, supera até a média europeia em 1,8 p.p., representando 72,7%.
No entanto, a análise da Randstad Research destaca que 32,5% de todas as pessoas empregadas em Portugal têm um baixo nível de qualificação – no máximo, o ensino secundário obrigatório -, o dobro da média da União Europeia.
Esta trajetória positiva no emprego e nos salários é também partilhada pelo crescimento de empresas em Portugal. Nos primeiros 10 meses do ano, foram constituídas mais 41.258 empresas e apenas 14.817 foram dissolvidas. No entanto, apesar da trajetória anual ser positiva, foi exatamente em outubro que o número de empresas dissolvidas ultrapassou o de constituídas (4.528 e 3.569, respetivamente).
Estes dados ajudam a comprovar o crescimento do indicador de clima económico, que tem seguido uma tendência estável, desde julho de 2021, e que, em novembro, voltou a ter um aumento de 0,4 p.p., situando se nos 2,5 pontos.
Isabel Roseiro, Diretora de Marketing da Randstad Portugal, comentou: “A análise que fizemos na Randstad Research permitiu-nos comprovar que estamos a viver um clima económico estável, o que, na generalidade, é bastante favorável ao emprego. Por um lado, há um aumento histórico de pessoas empregadas, por outro, os salários registam uma trajetória de crescimento”.
A população ativa aumentou em 43,7 mil pessoas durante o terceiro trimestre de 2024, situando-se nos 5,48 milhões. 33,5% das pessoas ativas têm o ensino superior, 0,2 pontos acima daquelas com ensino secundário e pós-secundário. A sua taxa de atividade é a mais alta, chegando aos 83,1%.
O emprego nas administrações públicas aumentou em 7.428 pessoas (1%) num ano e, no terceiro trimestre de 2024, alcançou os 746.502 profissionais. No último trimestre houve uma queda de -3.176 pessoas (-0,4%).
34% dos profissionais têm o ensino superior completo e a sua taxa de emprego é de 79,2%. A taxa de emprego dos profissionais com estudos secundários e pós-secundários está 9,3 pontos abaixo. Dos 334,7 mil desempregados, 42,5% estão à procura de emprego há mais de um ano, proporção que diminuiu 1,8 p.p. no último ano. O desemprego diminuiu em 2,7 mil pessoas no terceiro trimestre de 2024.
O número de pessoas em regime de teletrabalho aumentou no terceiro trimestre em 24,5 mil pessoas, alcançando as 984,5 mil pessoas (19,2 % do total de empregados). Apenas a Península de Setúbal e Lisboa estão acima da média nacional.