Autor: Nuno Ferro, Brand Leader da Experis
Num mundo cada vez mais digitalizado, onde as inovações tecnológicas como a Inteligência Artificial (IA), a cloud e a computação quântica se tornam pilares centrais da transformação empresarial, a cibersegurança assume um papel crucial para as organizações. No entanto, a evolução dessas tecnologias também traz novos desafios, com as ameaças cibernéticas a evoluírem a um ritmo alarmante.
O estudo Global Insights dedicado às Tendências do Mundo do Trabalho em TI, da Experis, revela que 56% dos líderes de TI estão preocupados com o aumento das ameaças à segurança digital, devido à capacidade da IA em amplificar e diversificar ataques.
Este cenário coloca a segurança dos dados e a proteção dos sistemas no centro das prioridades organizacionais, mas também sublinha um problema mais grave: a escassez global de profissionais qualificados nesta área. Assim, é de extrema importância investir na formação de talento especializado para enfrentar os desafios cada vez mais complexos do mundo digital.
A falta de talento especializado em cibersegurança é um desafio crescente, com o Fórum Económico Mundial a apontar que, até 2030, serão necessários mais de 4 milhões de profissionais na área. Esse défice de competências ameaça não só a proteção de dados sensíveis, mas também a continuidade das operações empresariais, especialmente à medida que mais empresas migram para soluções em cloud e adotam novas tecnologias disruptivas, como a computação quântica.
Segundo o mesmo estudo da Experis, 69% dos líderes de TI já estão a planear aumentar os seus orçamentos de cibersegurança, um reflexo da crescente preocupação com a proteção de dados. No entanto, a falta de profissionais impede muitas organizações de avançarem de forma segura na sua transformação digital.
Em resposta a essa lacuna, as empresas precisam de repensar as suas estratégias de talento. Os empregadores de TI já perceberam que a resposta a estes desafios já não pode passar unicamente pela atração de talento novo.
Uma estratégia eficaz, e também mais responsável, passa pela aposta na construção do talento mediante programas de upskilling e a colaboração com instituições educacionais. Ao mesmo tempo, a formação contínua e a requalificação dos trabalhadores atuais são essenciais para garantir que as equipas de TI estão preparadas para os desafios do futuro.
A este nível, a IA e as tecnologias imersivas podem ser aliadas poderosas, não só na defesa contra ataques cibernéticos, mas também reforçando as iniciativas de formação e desenvolvimento das equipas, tornando-as mais ágeis e preparadas para lidar com ameaças cada vez mais complexas.
De facto, segundo um estudo da PwC sobre V-Learn, ou aprendizagem em contextos imersivos, esta não só é significativamente mais eficaz do que o e-learning tradicional, mas também pode ser mais eficaz do que a aprendizagem em sala de aula, oferecendo mais rapidez, um maior envolvimento com os conteúdos e até 35% mais de probabilidade de aplicação prática da matéria recebida.
Num mundo onde as ameaças cibernéticas se tornam mais sofisticadas e omnipresentes, a construção de uma base sólida de talento em cibersegurança é uma prioridade estratégica. As empresas que conseguirem atrair, formar e fidelizar os profissionais certos estarão mais bem posicionadas para navegar na transformação digital de forma segura e eficaz, protegendo a sua reputação e promovendo a continuidade do seu crescimento.