58% das empresas acredita que a adoção de novas tecnologias tendem a gerar um aumento líquido do número de empregos. Esta foi uma das conclusões do estudo “Immersive Tech Report” da Experis, que analisou os receios frequentemente associados à Inteligência Artificial (IA) e Realidade Virtual.
O estudo também referiu que 24% das empresas percecionam que as novas tecnologias não terão impacto na dimensão das suas equipas e apenas 13% assume que estas tecnologias levarão à diminuição do seu número de profissionais.
“Tal como noutras esferas da sociedade, o mundo do trabalho começa já a sentir o impacto de tecnologias como a Inteligência Artificial Generativa, o Machine Learning ou a Realidade Virtual. E apesar do receio de que estas possam eliminar postos de trabalho, é preciso olhar também para as oportunidades que irão surgir em indústrias e setores emergentes, nomeadamente, em funções que exigem competências humanas como a criatividade, o pensamento crítico, a resolução de problemas ou a empatia, algo que as máquinas não são capazes de demonstrar”, explica Pedro Amorim, Managing Director da Experis.

De acordo com a Experis, sete, em cada dez organizações, já implementaram IA, Realidade Virtual ou Machine Learning, no seu processo recrutamento, ou planeiam fazê-lo em três anos.
As organizações reconhecem que as novas tecnologias têm o potencial de mudar o panorama da atração de talento e a grande maioria já as utiliza. Quando questionadas sobre se já implementaram estas novas tecnologias nos seus processos de recrutamento ou planeiam fazê-lo no espaço de três anos, 70% das empresas inquiridas assumem que sim.
No que respeita ao Machine Learning, 72% dos empregadores já usam esta tecnologia ou planeiam fazê-lo e 71% referem o mesmo acerca de Inteligência Artificial. Por fim, quase dois terços (65%) usam a Realidade Virtual, ou planeiam fazê-lo num futuro não muito distante, nos seus processos de seleção.
O estudo avança ainda que mais de dois terços dos recrutadores concordam que a introdução da IA nos processos de seleção permite remover preconceitos subconscientes na escolha dos candidatos.
No entanto, revelam também uma preocupação sobre o enviesamento do algoritmo nestes processos, pelo que existe, de momento, um entusiasmo cauteloso sobre o potencial da IA nesta área. Conclui-se assim que para erradicar preconceitos no processo de recrutamento, a tecnologia será vital – mas ainda há um longo caminho a percorrer.
51% dos candidatos declararam sentir-se confortáveis com uma entrevista em Realidade Virtual, mas 74% considera que será a tecnologia de IA a que mais impactará a sua carreira
O estudo revelou o mesmo nível de entusiasmo por parte dos colaboradores e potenciais candidatos no que respeita a estas tecnologias, mas não como substitutos para a interação entre humanos. Nesse sentido, uma adoção bem-sucedida, por parte das empresas, deverá passar necessariamente por um reforço das capacidades dos recrutadores, e não pela sua substituição.
Mais de metade dos candidatos (51%) sentem-se cómodos com uma entrevista em RV e 60% referem estar abertos a experiências de recrutamento com RV, tais como as feiras de emprego.
Não obstante, à medida que o processo de seleção avança, estes níveis de conforto com interações exclusivamente tecnológicas começam a diminuir.
Assim, apenas 38% dos profissionais se sente confortável com a possibilidade de ter uma candidatura revista inteiramente por tecnologia de Inteligência Artificial, e um terço dos profissionais discordou fortemente da opção de não terem qualquer interação humana até à entrevista final.