Autor:
António Paulo Teixeira
Diretor de Recursos Humanos, Formador, Consultor em Comportamento e Gestão Organizacional, Advogado (Área Laboral)
A humanidade está em pandemia! A humanidade está em guerra! A humanidade está em conflito! Mas afinal onde está a novidade? A novidade poderá estar na alta capacidade tecnológica global. Sim, uma vez que conseguimos comunicar “ao segundo” com os antípodas, então podemos prevenir “ao segundo”, podemos antecipar em planeamento o que as próximas 24 horas vão trazer. Por isso, talvez consigamos encontrar a solução para este desafio maior que nos foi colocado.
Mas há uma novidade grande: estamos em mudança? Não! Não é essa a novidade! A novidade é estarmos em mudança e não termos tido tempo de pensar que estávamos em mudança. Mudámos, ponto! E essa mudança foi e é total. Trata-se de uma mudança radical, sem a intervenção de um elemento essencial em processos de mudança: a vontade de mudar. Mudámos porque sim. Sem ser necessário trazer para o processo de mudança a vontade de quem tem que mudar. Quer quiséssemos, quer não quiséssemos mudar, tivemos que mudar. Ponto!
E esta mudança impõe indelevelmente a necessidade de concretizar uma competência essencial nas organizações: a adaptabilidade! Adaptabilidade ao nível da estratégia, da liderança e do modo como gerimos as nossas pessoas. De facto, esta adaptabilidade toca todos os grandes temas da gestão de pessoas desde a liderança à atração e retenção do talento. A retenção exige novos contornos quer no modo como lideramos as nossas pessoas quer pelo que entregamos a essas mesmas pessoas. Estamos pois numa era em que o aumento do índice de retenção passa pelo comportamento de elevação dos nossos líderes para com os liderados, mas também pelos chamados benefícios exta-salariais que propomos a candidatos ou colaboradores.
Aquela necessária mudança relaciona-se com alguns dos valores habituais das organizações e outros que o “mercado do trabalho” exige às organizações, sendo essencial destacar por um lado o comprometimento, a sustentabilidade e o serviço ao cliente (externo ou interno) e por outro o bom trato, a humanização e a autonomia.
Se as organizações, na pessoa dos seus decisores, pretendem que as suas equipas se comprometam com a excelência de modo a garantir uma gestão que aponta para a sustentabilidade, as equipas e cada pessoa dessas equipas demandam realidades diferentes das clássicas ao nível do que as faz decidir entre uma ou outra empresa para “viver”. Pretendem por isso, ver modificado o núcleo central da relação laboral, passando de uma perspetiva meramente economicista em que o salário dita leis, para uma dimensão em que a relação do “dar e receber” vai muito além do salário meramente monetário passando a ser um composto de “multicomponentes” em que o cifrão desaparece como logotipo principal da relação, surgindo muitas vezes “a chama da liberdade” ou “o coração” como logotipo principal dos benefícios recebidos ou até percebidos.
Esta nova realidade que somos compelidos a viver faz-se acompanhar por novas perspetivas ao nível da gestão de pessoas e em particular com as questões relacionadas com o que as pessoas esperam conseguir ter, num mercado em que a procura de profissionais continua a crescer.
É ainda essencial que aqueles que gerem pessoas identifiquem o que essas pessoas anseiam, desejam e procuram para a sua vida e que cada vez mais é essencial perceber que está do lado do candidato e do colaborador escolher uma ou outra empresa. Este poder de decisão exige às equipas de gestão de pessoas um olhar mais focado mas também mais criativo para os chamados fringe benefits, benefícios extra salariais que, para além de um package salarial, facilitem a atração de novas pessoas num processo de recrutamento, permitindo ainda aumentar a probabilidade de retê-las, tornando o talento, também ele, mais sustentável.
Os tempos que vivemos são novos. A mudança que os novos tempos trazem não é nova. Estamos sempre sujeitos a essa mudança, permanente, insistente e sempre presente. Também os benefícios extrassalariais estão a receber o impacto dos novos tempos e estão a mudar. Mesmo aqueles que permanecem exigem novas perspetivas e abordagens mais condizentes com os novos tempos.
Nos dias 2 e 3 de dezembro, venha conhecer os novos benefícios extra salariais e como reter talentos com o package remuneratório certo, com o António Paulo Teixeira.