Numa altura em que a transformação digital invadiu a maioria do universo organizacional, as empresas não têm outra alternativa que não seja adaptar-se… tão rapidamente quanto consigam! E na base dessa adaptação está a formação. Há que qualificar e requalificar os talentos, para torná-los aptos a enfrentar as necessidades que deixaram de ser do “futuro”, para passarem a ser do “agora”. Quem o defende é a ATEC – Academia de Formação.
P
orque é que a qualificação e requalificação dos profissionais é tão importante atualmente?
Principalmente, porque vivemos numa era de crescente evolução tecnológica, que impõe grandes desafios ao tecido empresarial e às sociedades em geral. As empresas têm de ter as equipas mais bem preparadas para esta nova realidade. Muitas das profissões que hoje existem irão desaparecer e criar-se-ão outras, portanto, é muito importante que as empresas tenham as suas equipas devidamente preparadas – e isso passa por requalificá-las ou qualificá-las. Só desta forma é que as empresas conseguirão agarrar os novos desafios e continuar a ser competitivas, para que o país, consequentemente, também seja competitivo.
Quais têm sido as principais necessidades apresentadas pelas empresas que procuram a vossa oferta formativa?
Acaba por depender um pouco dos setores de atividade e nós trabalhamos e apoiamos vários setores, como a indústria de metalurgia e metalomecânica, a indústria automóvel, do papel, alimentar, do retalho, etc. No geral, há uma necessidade de requalificação dos técnicos de manutenção, para que se adaptem às exigências atuais do crescimento tecnológico das empresas, e a necessidade de selecionar, recrutar e assegurar o onboarding de novos técnicos. Também temos sentido um crescente foco das empresas nas suas equipas de liderança, principalmente das equipas de liderança operacional, em que nos pedem apoio no desenvolvimento de programas, que tocam um pouco no autoconhecimento das chefias, em ferramentas de comunicação e de relação interpessoal e, também, na gestão das equipas. A preocupação de preparar bem as equipas de liderança operacional faz com que, posteriormente, estas tentem criar mais coesão das suas próprias equipas, esbatendo o gap geracional a que assistimos.
Como é que a ATEC – Academia de Formação propõe colmatar essas necessidades?
Fizemos um estudo, em 2021, cujo grande objetivo foi alinhar a nossa oferta de formação e consultoria às reais necessidades das empresas, nesta era de transformação digital. Do universo das 259 empresas que responderam ao nosso questionário, são de destacar estes resultados: 85% pretendem investir na sua expansão nos próximos cinco anos; 50% tencionam investir na digitalização e automatização dos seus processos; 52% não dispõem de recursos humanos qualificados, nem em número suficiente para acompanhar a evolução tecnológica; 59% tencionam apostar no upskilling dos seus colaboradores para suprimirem a falta de recursos qualificados e 40% pretendem apostar no reskilling. As empresas identificaram, ainda, três eixos de formação prioritários: soft skills (com mais destaque para a liderança, a comunicação e a resolução criativa de problemas), componente técnica e a melhoria contínua, qualidade e gestão de projetos.
59% das empresas das empresas tencionam apostar no upskilling dos seus colaboradores e 40% pretendem apostar no reskilling
Para adaptarmos a nossa oferta aos resultados deste estudo, desenvolvemos um programa chamado “Reinventing People”, que conta com três eixos de intervenção: Recrutamento – em que fazemos o processo de seleção, sempre em ligação com a empresa, e desenhamos um programa de onboarding técnico das equipas; Requalificação ou Reskilling – cujo objetivo é capacitar os técnicos com competências técnicas e comportamentais para acompanhar a crescente digitalização dos processos; Reconversão ou Upskilling – com o intuito de reconverter os colaboradores internos não especializados em colaboradores especializados, com as características necessárias para o crescimento do negócio das empresas.
Entendemos que, antes de desenhar o programa de formação, deve fazer-se o mapeamento do atual estado dos técnicos e, por isso, desenvolvemos também um programa de assessment que permite mapear as competências técnicas e comportamentais e suportar a tomada de decisão no âmbito do desenvolvimento de carreira. Isto permite desenhar um programa de formação que se ajusta às necessidades específicas daquela empresa e daqueles técnicos, rentabilizando o tempo de formação.
A procura da vossa oferta formativa assenta mais nas competências técnicas ou nas comportamentais?
Temos tido muitos pedidos que assentam na área técnica. Contudo, o que temos trabalhado com os nossos clientes é a ideia de que é importante, para um desenvolvimento sustentado, haver sempre que possível um equilíbrio entre as várias dimensões, seja a técnica, a organizacional, ou a dimensão intra e interpessoal.
Entrevista publicada na edição n.º 139 da RHmagazine, referente aos meses de março/abril de 2022.
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