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Nos últimos anos, a recessão económica e as elevadas taxas de desemprego, implicaram uma transformação radical do mercado de trabalho, que ficou marcada pelos empregos que desapareceram ou se transformaram.
Durante este processo surgiram novas competências, habilidades e funções, juntamente, com a necessidade de gerir uma variedade de formas de relação laboral, entre colaboradores e organização, o que supõe um verdadeiro desafio para os departamentos de Recursos Humanos em áreas-chave como o recrutamento ou a formação.
Quais são então os fatores-chave que estão a transformar o panorama do trabalho e das organizações em períodos de incerteza como aquele em que vivemos? Que habilidades serão exigidas no futuro?
De acordo com o relatório, Future Work Skills 2020, os principais agentes da mudança responsáveis pela reconfiguração do panorama da força de trabalho e das organizações são os seguintes:
1. Aumento da Longevidade: O aumento da esperança média de vida a nível global, redefinirá o que é uma carreira e as formas de empreender qualquer iniciativa relacionada com a aprendizagem e a formação ao longo da vida.
2. Aparecimento de máquinas e sistemas inteligentes: A automatização crescente do lugar de trabalho fará que os trabalhadores deixem de realizar tarefas rotineiras e repetitivas.
3. O mundo computacional: O poder ilimitado de processamento transformará o mundo num sistema programável.
4. A nova ecologia dos media: As novas ferramentas de comunicação requerem novas formas de literacia (literacia digital).
5. Organizações super-estruturadas: As tecnologias sociais mobilizarão novas formas de produção e criação de valor.
6. O mundo globalmente conectado: Incrementada a interconectividade global, a diversidade e a adaptabilidade estará no centro das operações da organização.
Todas estas transformações mostram-nos como o trabalho não voltará a ser o que era e que o mais prudente é ter em consideração como este vai ser no futuro.
Por outro lado, a conjuntura atual impõe novas formas de relação com a organização e para os departamentos de Recursos Humanos isto significa que a partir de agora uma grande parte da força de trabalho será externa à empresa.
Charles Handy observou esta tendência há mais de 20 anos, quando representou a organização trevo constituída por uma pequena parte de colaboradores contratados a tempo completo, o núcleo central de profissionais da organização, enquanto mais de metade assume modalidades como a subcontratação externa, trabalho freelance, por projetos ou conforme as necessidades da organização.
A coexistência de diferentes formas de relação laboral, obrigará os departamentos de Recursos Humanos a ter uma estratégia que não se limite a selecionar os novos perfis de acordo com as necessidades, mas sim com uma visão mais ampla, que permita a integração de perfis atípicos, próprios do trabalho do conhecimento e da organização 2.0.
Finalmente, os Recursos Humanos deverão pensar no desenho e definição das novas competências necessárias para trabalhar nos novos ambientes de trabalho, atuais e futuros, marcados pela conectividade e a cooperação entre equipas, perfis, departamentos…
Para responder a todos estes desafios os departamentos de Recursos Humanos deverão adotar estratégias que permitam o desenvolvimento profissional dos colaboradores, através da gestão correta do trabalho flexível da nova força de trabalho, que é mais autónoma, trabalha em rede (de forma distribuída ou “colocalizada”), mas que a qualquer momento pode mudar a sua trajetória profissional dependendo das suas motivações ou das necessidades da organização.
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