Para a maioria dos líderes das empresas globais, a Inteligência Artificial (I.A.) está a tornar-se omnipresente nas prioridades digitais e na resiliência operacional das organizações. O estudo “Reinventing Enterprise Operations“, desenvolvido pela Accenture, revelou que mais de 70% das empresas estão a priorizar o investimento em Inteligência Artificial sobre qualquer outra tecnologia.
“O foco imediato está em melhorar a resiliência operacional num ambiente sem precedentes”, explica a Accenture, descrevendo-a como uma das principais conclusões do estudo. O estudo também revelou que 90% dos executivos estão a aplicar a I.A. para enfrentar questões de resiliência operacional, que vão desde a área financeira (89%) à cadeia de abastecimento (88%).
“Os resultados apurados resultam da avaliação das organizações em seis medidas de maturidade operacional: I.A., data, principais procedimentos, talento, colaboração entre negócio e tecnologia e experiências com stakeholders“, indica a Accenture.
Embora apenas 9% das 1.700 empresas que participaram no estudo tenham alcançado a maturidade em todas as vertentes, a Accenture denota que as que o fizeram obtiveram uma média de margens operacionais 1,4 vezes maiores do que as dos seus pares, ao mesmo tempo que impulsionaram a inovação de forma mais célere (42% mais rápido do que os restantes), apresentando uma sustentabilidade 34% mais robusta e pontuações de satisfação 30% mais altas.
“Todos os CEOs estão sob pressão para completar a transição digital das empresas o quanto antes, tornar os negócios mais resilientes e encontrar novas formas de crescimento. Os investimentos em tecnologia potenciam não só o talento, os dados e os processos como impulsionam o desempenho e os resultados transversais das organizações“, afirma Yusuf Tayob, group chief executive da Accenture Operations.
Ações para fazer evoluir a operacionalidade das empresas com recurso à Inteligência Artificial
A Accenture também indica que as organizações que definiram uma estratégia de talento assente na conciliação entre a sua maturidade digital e a formação dos seus colaboradores atingiram uma produtividade média três vezes superior.
“Este facto foi confirmado pelos investimentos que estão a ser feitos em novas formas de trabalhar (citados por 94%) e pelos 90% dos inquiridos (COO, CIO, CHRO) que planeiam aumentar o talento especializado e técnico nos próximos três anos“, justificam.
Com base nestas informações, a Accenture propõe cinco ações que os líderes podem adotar para fazer evoluir a operacionalidade das empresas com recurso à Inteligência Artificial:
- “Humanize AI experiences”: explorar situações onde a IA pode ser usada para simplificar as relações com trabalhadores e clientes;
- “Data decisiveness”: definir uma estratégia clara para gerar, recolher e tratar os dados, de forma a eliminar situações dúbias e a incentivar a um debate que conduza à tomada de decisões;
- “Innovate processes”: analisar “como estão” os procedimentos e aplicar a Inteligência Artificial para descobrir novos caminhos. O objetivo será que as mudanças otimizem a operacionalidade dos negócios;
- “Agile workforce”: formar os colaboradores com as ferramentas necessárias para trabalhar com esta tecnologia;
- “Take a 360° approach”: impulsionar a criação de valor de forma holística, com recurso a informação fornecida por clientes, trabalhadores e outros parceiros do ecossistema.