Um estudo da Edenred revela que nove em cada dez trabalhadores portugueses recebem um subsídio de alimentação, mas que o seu valor médio mensal é de 127 euros, um terço daquela que é a necessidade.
“Os portugueses gastam em média 373 euros em alimentação todos os meses, mas recebem apenas 127 euros em subsídio de refeição, um valor que cobre apenas um terço das suas necessidades”, explica a Edenred Portugal, no seu estudo “Hábitos de consumo, despesas e subsídio de alimentação”.
O estudo, desenvolvido em parceria com a Netsonda, também verificou que os trabalhadores com 45 ou mais anos, com contrato de trabalho a tempo indeterminado ou que trabalham no setor público são os inquiridos que gastam mais em comida.
De forma a fazer face à inflação, os portugueses tiveram de reduzir as suas despesas, principalmente com a alimentação. Segundo o estudo, aqueles que têm contrato a termo reduziram mais as despesas do que quem tem contrato a tempo indeterminado, e aqueles que trabalham 100% presencialmente reduziram mais as despesas do que aqueles que se encontram num modelo de trabalho híbrido.
“E são seis em cada dez os inquiridos que revelam ter diminuído os custos com a alimentação. Menos idas a restaurantes (82%), compra de menos produtos nos supermercados (62%), maior planeamento das refeições (62%), redução das quantidades e porções de comida nos restaurantes (25%) e até menor qualidade nutricional das refeições (11%) são as principais alterações identificadas”, afirma a Edenred.
Melhor gestão dos gastos
Face ao atual contexto, os vales sociais de refeição, nomeadamente o cartão de refeição, assumem um papel ainda mais relevante. Além de aumentarem o poder de compra, por via dos benefícios sociais a que estão associados, e de alocarem uma verba específica para alimentação, permitem identificar mais facilmente onde o valor é gasto, promovendo uma melhor gestão do orçamento. Segundo o estudo, 98% dos trabalhadores com cartão/voucher sabem onde o valor é despendido.
“Com nove em cada dez trabalhadores indicam que recebem subsídio de alimentação, 45% dos que têm este benefício social já recebem em cartão/voucher, sendo que esta é a forma mais comum de atribuição do subsídio no setor privado, por oposição ao público, onde o dinheiro ainda é prevalente”, explica a Edenred.
Almoço como garantia de bem-estar e produtividade
De acordo com o estudo, 92% dos inquiridos defendem que o período de almoço durante o dia de trabalho é importante, sendo que 82% consideram-no uma forma de relaxar, regenerar e obter energia para a continuação do trabalho.
No entanto, cerca 40% indicam que nem sempre fazem um almoço completo. Fadiga, irritabilidade, dor de cabeça e falta de concentração são os principais efeitos sentidos por aqueles que abdicam às vezes, ou sempre, de uma refeição completa durante o dia de trabalho.
Outras conclusões do estudo evidenciam que a comida trazida de casa é a escolha mais comum e que aqueles que almoçam pelo menos uma vez por semana em restaurantes pagam em média dez euros por um almoço.
“O estudo evidencia que a inflação impactou bastante os hábitos alimentares dos portugueses. A redução das despesas nesta área para enfrentar a subida do custo de vida está a colocar em causa, em muitos casos, uma alimentação adequada e nutritiva por parte da população ativa. Esta é uma realidade alarmante, tanto do ponto de vista social, como económico. A alimentação é fundamental para assegurar o bem-estar e a saúde, o que se repercute na produtividade das empresas e na despesa do Estado“, explica Filipa Martins, CEO da Edenred Portugal.
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