Luis Almeida
Sales Manager da Arago Consulting
Dentro daquilo que se podem definir como tendências no mundo da gestão estratégica de pessoas, os mais atentos terão notado o crescido interesse pela temática da experiência de colaborador, vulgo Employee Experience ou abreviando – EX.
Esta tendência é seguida de perto pelas empresas de tecnologia fornecedoras de serviços e soluções SIRH sendo várias as que recentemente complementaram a sua oferta com soluções EX. Um dos exemplos mais significativos foi a aquisição pela SAP da maior empresa do mundo de Experience Management, a Qualtrics. Não foram poucos os analistas que salientaram a relevância estratégica desta operação e o CEO da SAP Bill McDermott chegou mesmo a dizer: “esta aquisição representa a maior oportunidade de crescimento alguma vez vista”.
A que se deve tanta expectativa? E o que é que tudo isto significa para os profissionais RH, para as empresas e para os seus colaboradores? Porque que é isto importante para mim? Vamos por partes:
Já todos sabemos que vivemos no meio de uma guerra de talentos, que cativar os millennials é um desafio, que as exigências de produtividade e melhoria de desempenho operacional são cada vez maiores, etc, etc. Ou seja, o mundo do trabalho parece tornar-se cada vez mais complexo e difícil de gerir sendo que tudo traduz-se numa coisa: o que é que podemos fazer para que os nossos colaboradores tenham uma experiência de trabalho agradável e motivadora, ou seja uma boa experiência de colaborador?
Para isso contribuem diversos factores tipicamente difíceis de medir ou controlar e a realidade é que a maior parte não dependem dos RH. A verdade é que a minha experiência de colaborador começa de manhã quando ligo o meu PC (ou até antes) e pode ser negativamente impactada se se torna complicado marcar as minhas viagens de trabalho ou reportar as despesas, quando tenho que lidar com burocracias que nada me acrescentam ou quando simplesmente tenho que trabalhar num espaço desagradável e desconfortável para o qual tive que perder imenso tempo no trânsito para chegar. Na verdade, os RH não podem controlar todos os pequenos momentos que somados formam a minha experiência de colaborador. Mas os RH podem isso sim recolher os elementos necessários, estudar e compreender tudo o que afecta a felicidade das pessoas no trabalho para poder formar uma estratégia transversal envolvendo diversos stakeholders dentro da organização que encarregar-se-ão de um a um, ir minorando todos os aspectos que contribuem de forma menos positiva para a experiência dos nossos colaboradores.
Os responsáveis de recursos humanos devem recolher os elementos necessários para estudar e compreender o que afecta a felicidade dos colaboradores.
Mas antes de saber o porquê precisamos primeiro de saber o que vamos analisar. Daí a importância estratégica da integração de uma solução como o Qualtrics com o SAP SuccessFactors. A primeira procura saber o que é importante para as pessoas e a segunda fornece os dados operacionais relevantes – cargos, idade, vendas, percentagem de promoções, percentagem de saídas, etc. Ou seja, é o potencial combinado destes dois factores, da experiência + dados operacionais (X+O), que define a fórmula para uma estratégia eficaz de experiência de colaborador. Com um objetivo tão ambicioso não admira pois que a esta aplicação da fórmula X+O seja geradora de tanta expectativa.