Licenciada em Gestão de Empresas e com um Executive Master em Gestão de Recursos Humanos, Cristina Mourão Pescada assume abarcar “o melhor dos dois mundos” na sua formação – da paixão por gerir pessoas não consegue dissociar a produtividade, o lucro que advém dessa mesma gestão. Com uma vasta experiência em liderar equipas e inspirar pessoas, em outubro de 2021, fundou a Talent People, empresa de recrutamento e seleção, a que se associa a plataforma espanhola Talentoo, da qual se tornou, no mesmo período, Country Manager em Portugal.
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ristina Mourão Pescada licenciou-se em Gestão de Empresas pela Universidade Europeia, contudo, a determinada altura, percebeu que a sua realização profissional não passava pela área financeira. Começou, antes, a sentir uma grande apetência e uma grande vontade em trabalhar diretamente com pessoas. Fez uma mudança na sua vida e chegou à área de Recursos Humanos, na qual permanece até hoje. Em 2001, chegou ao ISQ, como project manager, onde esteve durante muito tempo ligada à área da formação. Foi nessa altura, e com essa experiência, que assume ter despertado o grande desejo de abraçar algo mais diretamente relacionado com RH.
Em 2010, sai do ISQ e aceita o grande desafio de se tornar Diretora de Recursos Humanos da PHC Software. “A minha passagem na PHC Software foi das mais impactantes, ao ser o meu primeiro projeto como DRH. Nessa altura, foi-me permitido sentar na mesa principal e tomar decisões estratégicas juntamente com o CEO. Foi feito um excelente trabalho, que ainda hoje tem os seus frutos e tem peso no mercado e, portanto, acabei por deixar a minha marca de alguma forma”, conta à RHmagazine Cristina Mourão Pescada.
Ao longo dos anos, foi realizando várias formações ligadas à gestão de pessoas e à gestão de produtividade e, em 2015, volta à Universidade Europeia para fazer o Executive Master em Gestão de Recursos Humanos. “Este curso deu-me, efetivamente, uma abrangência e um arrumar de ideias de que eu estava a precisar na área de RH. Acho que tenho o melhor dos dois mundos, porque adoro trabalhar com pessoas e, por sua vez, não consigo dissociar a produtividade desta mesma gestão de pessoas. Acabo por me posicionar muito bem com o curso de Gestão de Empresas e o Executive Master em Recursos Humanos”, diz.
Também o coaching ocupa uma parte importante na vida profissional de Cristina Mourão Pescada, que após deixar a Direção de Recursos Humanos, tornou-se coach certificada pela Federação Internacional de Coaching (ICF), começando a trabalhar como coach diretamente para empresas e para pessoas, a título individual.
“A minha grande paixão prende-se, no fundo, com a transformação do ser humano num ser de excelência. Para mim, ninguém fica para trás – há sempre uma forma de conseguirmos colocar as pessoas certas nos sítios certos.”
No meio de todo este processo, Cristina Mourão Pescada é, desde 2014, professora convidada no ISAL, na Madeira, na Pós-Graduação de Recursos Humanos, onde leciona o módulo de Recrutamento e Seleção.
A fundação da Talent People e o convite para Country Manager da Talentoo Portugal
A pandemia veio provocar mais uma fase de mudança à vida de Cristina Mourão Pescada, que se viu envolvida em poucos processos de coaching, sentindo a necessidade de explorar o mercado para encontrar uma outra solução de trabalho que não passasse apenas por esse caminho. Em fevereiro de 2021, é contratada como Head of Human Resources da talentohumano, empresa de recrutamento e seleção especializados, regressando então à sua “área de conforto”.
No entanto, por volta de setembro/outubro de 2021, a empresa decidiu não prosseguir com o projeto, altura em que Cristina Mourão Pescada e a equipa se desvincularam, acabando a própria por assumir as suas rédeas. Atualmente, e desde novembro, a empresa recebe o nome de Talent People, que surge com a visão de entregar uma solução para a área de Recrutamento e Seleção.
“Quando alguém pensa em Recrutamento e Seleção gostava que pensassem imediatamente em Talent People”, confessa Cristina Mourão Pescada.
Como explica à RHmagazine a CEO e fundadora da empresa, dentro da Talent People, existe uma plataforma de recrutamento e seleção – a Talentoo –, da qual, perante o convite do dono da plataforma em Espanha, acabou por ficar representante em Portugal, como country manager. Uma plataforma disruptiva, B2B, que existe desde setembro de 2018.
Apesar de ainda bastante jovem, a plataforma conquistou já a confiança de mais de 2.000 clientes, destacando-se grandes nomes como Worten, Mercadona, Estée Lauder, BBVA, Continental… “Uma série de clientes multinacionais que viram nesta plataforma uma vantagem enorme de conseguir ter os seus candidatos recrutados de uma forma mais rápida, mais eficaz e com menos custo”, garante.
Ao nível de recrutadores, em Portugal, a plataforma conta com mais de 35 consultores – quer empresas, quer consultores individuais.
Como funciona a Talentoo?
Por ser uma plataforma digital, os clientes inscrevem-se na Talentoo, escolhem a comissão a pagar ao recrutador (com limites baseados no valor bruto anual da empresa) e a oferta fica visível na plataforma. Por sua vez, os recrutadores inscrevem-se, veem as ofertas que existem, trabalham-nas, e inserem os candidatos na plataforma. Há um chat de conversação entre o cliente e o recrutador e, caso se concretize a contratação, o processo termina e automaticamente a plataforma paga ao recrutador o valor da comissão 60 dias após essa mesma contratação.
“É um processo muito fácil, disruptivo e que permite efetivamente uma celeridade, que não existia no processo tradicional, tal como valores francamente mais baixos”, acrescenta.
Para além desta plataforma, a Talent People conta também com um processo de recrutamento dito “normal”, possuindo recrutadores externos dentro da empresa que prestam trabalhos em exclusivo para outros clientes, nomeadamente PMEs de norte a sul do país, cujas funções operacionais não possuem o valor mínimo de ordenado necessário de 12.000 euros para entrar na plataforma.
Para este ano, as perspetivas são positivas. “2022 vai ser um grande ano para a Talent People. Vamos trabalhar em parceria com a ANPME – Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas, e, portanto, penso que vamos conseguir levar esta disrupção de recrutamento também a estas empresas – não é por não terem tanto dinheiro como as multinacionais que o trabalho não pode ser efeito.”
“O nosso objetivo é chegar a toda a gente. Ninguém fica para trás com a Talent People”, conclui.