O Governo quer aumentos de salários no setor privado acima da produtividade e da inflação. Isto quer dizer acima de 2,7 por cento já em 2020 e sempre a subir até 3,2 por cento em 2023. Fora deste referencial ficam os funcionários públicos.
O Governo desafiou os parceiros sociais a assinarem um acordo que estabeleça que os valores negociados em contratação coletiva, no setor privado, fiquem acima da soma da inflação e da produtividade. As previsões enviadas a Bruxelas apontam para 2,8%. A CIP e a UGT já admitiram ir mais longe, mas os patrões avisam que a meta será meramente indicativa.
“Aquilo que desejamos é que os salários em Portugal possam crescer acima daquilo que é a soma da inflação e da produtividade, para podermos caminhar para uma mais justa repartição dos salários no PIB,” disse Siza Vieira aos jornalistas, antes de se reunir com os parceiros sociais.
No Esboço de Orçamento do Estado que o Governo enviou a Bruxelas a 15 de outubro, a inflação prevista para 2020 (harmonizada, o HIPC) corresponde a 1,6%. Já a produtividade do trabalho tem uma previsão de subida de 1,2%. Somadas, correspondem a um referencial mínimo para o aumento dos salários de 2,8%.