Segundo os dados do mais recente estudo da Savills, 40% dos colaboradores europeus pretendem mudar de emprego nos próximos anos. O tempo de deslocação, a localização da empresa e a infraestrutura tecnológica disponibilizada são os principais fatores na origem da decisão.
Nos próximos cinco anos, há quem pretenda deixar os seus atuais empregos. São 40% dos 11 mil colaboradores inquiridos pela Savills e têm nacionalidade sueca (52%), irlandesa (49%) e britânica (49%). Os trabalhadores espanhóis (25%) e italianos (28%) são os que demonstram uma menor probabilidade de mudar de emprego. As conclusões são do mais recente estudo divulgado pela consultora imobiliária, intitulado “What Workers Want” e realizado em parceria com a YouGov.
Os profissionais dos setores criativo e media (49%), tecnologia (44%) e serviços financeiros (40%) são os mais propensos a sair e os da área jurídica (34%) e setores governamentais (33%) os que menos interesse mostram em mudar de emprego até 2024.
De acordo com a Savills, os resultados relativos a Portugal “encontram-se em linha com outras realidades europeias, com fatores como a localização e a qualidade da tecnologia a exercerem um peso muito relevante para os trabalhadores” na hora de abandonarem os atuais empregos. Mas há fatores que se revelam “decisivos” na hora de selecionar um emprego ou optar por mudar de empresa. “A cultura da empresa e as equipas de trabalho têm um papel preponderante na decisão do colaborador”, refere a consultora imobiliária.
Segundo o estudo “What Workers Want”, que analisou os fatores diferenciadores para os colaboradores no local de trabalho, com exceção do fator remuneração, “os proprietários de edifícios de escritórios e empresas que os ocupam em toda a Europa precisam de se concentrar na localização, conectividade e layout do local de trabalho, de modo a vencerem a “guerra” pelo talento”. Os dados indicam que, para além dos elementos básicos como um local de trabalho limpo, confortável e seguro, cerca de 86% dos colaboradores europeus consideram o tempo de deslocação e a localização do escritório como os fatores mais importantes.
A Savills analisou os padrões de deslocação diária em toda a Europa e os resultados revelam que 44% das viagens demoram mais de meia hora em cada sentido, sendo que 61% dos colaboradores não fariam uma deslocação superior a 15 minutos em cada sentido para o seu local de trabalho. O custo das deslocações é, para 79% dos profissionais inquiridos, um fator diferenciador. O relatório concluiu ainda que se os colaboradores europeus conseguissem diminuir as suas deslocações para 15 minutos, teriam quase metade da probabilidade de deixar os seus empregos atuais nos próximos dez anos.
E no que diz respeito à localização, 54% dos colaboradores de escritórios gostariam de passar a maior parte do seu tempo de trabalho no centro da cidade. “As comodidades locais, as boas ligações de transportes públicos, os clusters empresariais e o “buzz factor” são todos eles fatores que contribuem para a preferência de trabalho no centro da cidade”, nota a Savills.
Numa economia digital em rápido crescimento, onde a tecnologia é cada vez mais central para as operações, também não é surpresa verificar que a infraestrutura tecnológica de um local de trabalho é o segundo fator (83%) mais importante para os colaboradores.
O estudo da Savills “What Workers Want” revela, também, que os trabalhadores europeus (82%) consideram relevante ter “um espaço de trabalho tranquilo para uma maior concentração e um espaço onde se sintam mais produtivos”.
A Savills entrevistou 11 mil colaboradores, mil em caa país, em escritórios na França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.