Autora: Joana S. Mendes, Psicóloga Clínica
Estamos em 2022 e não existem grandes surpresas: Tudo está a mudar e tudo vai continuar a mudar. A única constante é a mudança. O mundo dos negócios onde as empresas se movem está pautado pela necessidade de estar sempre informado da última tendência, ou inovação tecnológica, pois disso depende a sua sobrevivência. Existe a sensação de que tudo à volta é perigo, seja da concorrência que tenta aliciar os clientes, sejam os altos e baixos da economia, ou a incerteza da bolsa de valores. Todas estas variáveis do mundo exterior condicionam as empresas, os seus objetivos, a sua trajetória no mercado e todas elas são difíceis de controlar.
Então se tudo é tão incerto, que variáveis podem as empresas controlar para atingirem o sucesso? A resposta é simples: O seu interior e as suas pessoas! É aqui que deve estar centrada toda a atenção e foco das empresas. São vários os exemplos que mostram que uma empresa que tem enraizada uma cultura de confiança e cooperação tem melhores resultados. Tem sido exatamente isso que temos testemunhado desde 2020. Porém tanto a confiança como a cooperação são sentimentos… então como é que as organizações podem “criar sentimentos” entre as suas pessoas?
É aqui que acredito que entram as/os líderes!
Tudo começa neles/as e a tónica que incutem no dia-a-dia da organização. São estas pessoas que criam e controlam a narrativa que se vive dentro das organizações e é importante que se apercebam deste seu papel e se responsabilizem pelas suas ações. Quando os/as líderes põem em primeiro lugar a segurança e o bem-estar das pessoas em detrimento do seu próprio conforto ganham a sua confiança e lealdade. Estas sentem que pertencem a algo maior do que elas, sentem-se seguras e confiam que aquele/a líder irá sempre ter em consideração o bem-estar delas primeiro.
Para estes/as líderes, a autoridade ou hierarquia não faz qualquer sentido, não é dessa forma que vivem ou são. Pelo contrário, eles/elas assumem riscos, protegem e defendem as suas pessoas e são os/as primeiros/as a ir para o “campo de batalha e dar o corpo às balas”. Todo o trabalho que é desenvolvido por eles/elas vai no sentido de dar oportunidades, promover e apoiar o desenvolvimento destas pessoas para que elas possam se sentir confiantes no seu desempenho, tentar falhar, e assim atingir o seu maior potencial e serem os/as melhores trabalhadores/as que podem ser.
Acima de tudo, estes/as líderes são consistentes nas suas ações, falam com as pessoas, mostram-lhes que existe um espaço para que possam expressar as suas opiniões e emoções, de modo a que sintam esta mensagem: “eu estou cá e vou apoiar-te no que precisares”.
E aqui está o “segredo”… que não é segredo nenhum!
Não é preciso nenhum treino especial, ou curso acreditado por esta ou aquela escola, nem mesmo treino especializado em saúde mental. O que é preciso é que os/as líderes apoiem as pessoas. Importem-se com os sentimentos delas, perguntem se estão bem, sejam recetivos, contentores de emoções mais negativas e quando sentirem que não conseguem ajudar, pedirem também eles, ajuda especializada.
A importância da cultura organizacional!
Quando toda a chefia, todos os/as líderes de uma organização estão alinhados/as nesta mudança de paradigma, onde o que realmente importa são as pessoas, este sentimento define a nova cultura organizacional. Em consequência, a colaboração e cooperação entre todos passa a fazer parte do ADN da empresa… e é tão simplesmente o ar que se respira.
E aí algo extraordinário acontece. As pessoas que constituem a organização unem-se, combinam os seus talentos, as suas forças e trabalham com paixão, dedicação para um bem comum, para que a visão do seu/sua líder ganhe corpo. E, quando necessário, passam a trabalhar umas pelas outras. Dito de outra forma, tão simplesmente as pessoas retribuem na mesma moeda. E isto acontece mesmo na ausência física dos/as líderes e isso não é algo que os/as assuste ou os/as faça temer pela sua posição de liderança… muito pelo contrário. É algo que eles/elas instigam, pois querem acima de tudo que as suas pessoas tomem melhores decisões do que eles/elas algumas vez tomariam, que cheguem, onde eles/elas nunca chegaram.
Ser líder não é uma posição que a organização dá a uma pessoa, é algo que todos os colaboradores sob alçada dessa pessoa reconhecem nela, pois sentem que aquela pessoa vai cuidar de todos primeiro. Já que leu até ao fim, permita-me a pergunta: Pensou em algum líder que foi importante para a sua carreira?
Ser líder não é uma posição que a organização dá a uma pessoa, é algo que todos os colaboradores sob alçada dessa pessoa reconhecem nela, pois sentem que aquela pessoa vai cuidar de todos primeiro
Se sim, aproveite este texto e identifique a/o líder que mudou a forma como olhava para o seu futuro profissional. Vamos mostrar o nosso apreço a essas pessoas que tão bem souberem nos liderar e que nos mostraram que éramos capazes… principalmente nos momentos em que duvidávamos de nós mesmos/as.
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