A dar as boas-vindas ao 2.º semestre do ano, realizou-se no passado dia 20 de setembro (terça-feira) mais um webinar promovido pelo IIRH – Instituto de Informação em Recursos Humanos. Iniciámos mais uma temporada dos nossos EncontRHos online com chave d’ouro, apresentando os resultados do estudo “Retrato de Liderança Operacional nas Empresas Portuguesas” da ATEC – Academia de Formação.
A ATEC – Academia de Formação analisou a realidade das empresas portuguesas ao nível das lideranças, centrando-se – ao contrário do que acontece com a maioria dos estudos, que se focam nas lideranças de topo – em quadros intermédios das lideranças: as chefias operacionais. O 37.º EncontRHo online do IIRH pretendeu, precisamente, apresentar, em primeira mão, os principais resultados do projeto. O debate contou com a moderação de Vanessa Henriques, Diretora Executiva da RHmagazine, e com os oradores: Paulo Peixoto, Diretor da ATEC; Marco Correia, Direção Industrial Ria Stone; Ana Nunes – HR Business Partner da The Navigator Company, e Manuel Santos, Diretor de RH da Queijos Santiago.
De acordo com um primeiro enquadramento de Paulo Peixoto, o estudo “Retrato de Liderança Operacional nas Empresas Portuguesas” nasce de um primeiro estudo que a ATEC realizou em 2021, centrado na qualificação e requalificação em Portugal, que teve como objetivo analisar as necessidades de formação face à evolução tecnológica. “Neste estudo, verificámos que as competências mais valorizadas pelas empresas, assentavam nas soft skills, nomeadamente nas competências de liderança“, indica Paulo Peixoto. Uma vez que eram escassos os estudos centrados nas lideranças operacionais (i.e. supervisores, encarregados, team leaders, chefes de equipa), a equipa de Desenvolvimento de Pessoas e Organizações da ATEC idealizou um estudo que se focasse nas chefias operacionais, sendo que se constituem como a primeira linha de contacto com o terreno, e são determinantes na estratégia da própria organização.
“Por um lado, pretendemos que o estudo seja um elemento de reflexão, mas por outro um elemento de ação dentro das empresas”, garante Paulo Peixoto.
A amostra do estudo abrangeu empresas de todas as dimensões, com presença a nível nacional e ilhas, com uma maior incidência na zona Norte (40%).
Eis os principais resultados:
- 80% das chefias operacionais são da geração “Baby Boomer” e “Geração X”, o que significa que grande parte das chefias operacionais se encontram perto da idade da reforma. Isto levanta alguns desafios: Como sintetizar o conhecimento especializado destas chefias e passá-lo, de forma estruturada, às novas gerações de líderes? Como gerir os potenciais choques geracionais (motivações, expectativas, visão da mudança)?;
- 34% das chefias operacionais assumem a função por recomendação da chefia – Contrariamente, apenas 11% assumem a liderança operacional através de ferramentas um pouco mais robustas, nomeadamente o assessment center;
- 50% das chefias operacionais são designadas com base na competência técnica – conhecimento e competência técnica continuam a ser o principal fator de seleção para a posição de chefia operacional; por sua vez, 27% das chefias são designadas por características pessoais e de liderança;
- 36% das empresas apontam o conhecimento técnico como a competência mais forte nas suas chefias – 21% das empresas apontam o conhecimento do setor e 9% a relação com a equipa;
- 89% das chefias operacionais não têm preparação prévia para assumir a função – ou têm nos primeiros seis meses (47%) ou não têm, de todo. Em contraste, apenas 9% das empresas preparam as suas chefias antes de iniciarem as suas funções. Quanto a estes dados, Paulo Peixoto volta a lançar a “escada” para a reflexão: Será que estas chefias têm o reconhecimento do que se espera delas; do que necessitam de aportar para esse papel?
- 44% das empresas apontam a liderança e gestão de pessoas e a comunicação como as principais famílias de competências a desenvolver nas chefias operacionais – Estes dados evidenciam de forma clara que as empresas consideram que as chefias operacionais necessitam de desenvolvimento ao nível das soft skills.
“No fundo, estes resultados colocam ‘preto no branco’ as ‘dores’ que sentimos nas nossas organizações. São desafios que importam trabalhar”, defende Ana Nunes, HR Business Partner da The Navigator Company.
Marco Correia (Direção Industrial da Ria Stone – fábrica de cariz industrial em laboração contínua), por sua vez, não se mostra surpreendido com a generalidade dos resultados, ressalvando que na sua organização a maioria das chefias operacionais integram-se na Geração Y. Relativamente, aos 89% de chefias sem preparação prévia para assumir a função de liderança, o orador defende a necessidade de preparar os líderes operacionais, dando-lhes formação.
Manuel Santos, Diretor de RH da Queijos Santiago – empresa de produção de queijos, fundada em 1918, foi acompanhando a preparação e desenvolvimento do estudo da ATEC, não esperando que a caracterização das chefias se centrasse na Geração “Baby Boomer”, com profissionais acima dos 62 anos.
(Re)veja o 37.º EncontRHo online aqui!
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