Recentemente, a ONU constituiu um novo órgão dedicado à governação da Inteligência Artificial (IA), num esforço conjunto por promover um consenso sobre os riscos e desafios da tecnologia em rápido desenvolvimento. Estes objetivos revelam como o tema da IA está presente no dia a dia e como a relevância destas ferramentas no mundo do trabalho têm suscitado vários debates, nomeadamente sobre o impacto que poderá ter nos diversos setores da sociedade.
Ao mesmo tempo, o Cetelem – marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance – questionou os portugueses sobre o seu conhecimento sobre IA, no Observador Inteligência Artificial 2023. A maioria (56%) afirma estar familiarizada com o conceito e 65% garante “já ter ouvido falar e saber exatamente o que significa”, porém, os inquiridos consideram que na sociedade reina o desconhecimento sobre ferramentas de IA e suas funcionalidades.
Quando a pergunta é sobre as palavras que associam à IA, Robots/Robotização são as mais identificadas. Já sobre o impacto da utilização desta tecnologia e tendo por base a compreensão do conceito e as diferentes possíveis aplicações da IA, apenas 28% defendem que pode ser positivo para a sociedade.
A maioria dos inquiridos (7 em cada 10) refere que conhece alguma ferramenta de IA, enquanto metade (5 em cada 10) revela que já utilizou alguma ferramenta de IA. Entre as ferramentas disponíveis para utilização, os portugueses identificam o ChatGPT como a mais conhecida (47%) e também a mais utilizada (33%).

97% dos inquiridos identifica tarefas que podem ser realizadas pela Inteligência Artificial
O conhecimento de ferramentas como o ChatGPT tem criado condições para que as pessoas queiram explorar e perceber quais as tarefas que podem delegar à IA, com 97% dos inquiridos a identificarem tarefas que podem ser realizadas por ferramentas de IA.
Entre as mais referidas, destaque para a verificação de texto e voz (82%), a tradução de texto ou mensagem de voz (82%), a resposta a uma pergunta (72%), fazer um gráfico e analisá-lo (71%) e reproduzir uma voz igual à dos humanos (71%).
A maioria indica que as ferramentas de IA podem também criar um texto, como uma história ou um poema (67%), um vídeo com cenários, voz e personagens falsos (63%), um cartaz de publicidade (60%) ou produzir um produto ou serviço à medida do cliente (53%).
Apesar de se reconhecer algum conhecimento sobre este domínio, 19% percecionam que as pessoas não estão a conseguir acompanhar as evoluções tecnológicas, considerando que têm avançado de forma muito rápida. Consequentemente, apenas 1/4 dos inquiridos veem o futuro do seu papel com o evoluir da IA como positivo. Sobre a confiança nestas novas tecnologias, também apenas 1/4 dos portugueses se mostram disponíveis para fornecer dados para que a IA faça algo por eles, o que revela que não se sentem seguros, no que diz respeito à proteção de dados.
O Cetelem afirma, em comunicado, que estes resultados mostram que ainda há um caminho a percorrer na formação da sociedade, para que haja um maior conhecimento sobre a IA e as suas ferramentas e como estas podem impactar no dia a dia dos cidadãos.