Autora: Filipa Esteves, CHRO & Executive Board Member da Capgemini
As tendências em termos da gestão de Recursos Humanos são naturalmente influenciadas pelo contexto económico, social e de mercado, bem como pelo equilíbrio desejável entre os imperativos de negócio e as expetativas das equipas. Contudo, considerando inclusive as boas-práticas em termos mundiais, destacaria cinco principais prioridades de Recursos Humanos a ter em conta no ano que se avizinha:
Liderança e gestão efetiva – de forma paralela à mudança, acredito que também a liderança se deve ajustar de forma constante, reforçando a dinâmica com as equipas numa relação mais “human-to-human” e com um maior foco em competências como autenticidade (propósito e liberdade de expressão), empatia (cuidado, respeito e well-being) e adaptabilidade (flexibilidade e individualização);
Desenho organizacional e mudança – o suporte à gestão das mudanças irá manter-se igualmente como uma prioridade, reforçada em larga medida pelos desafios que a realidade económica acarreta em termos de agilidade e velocidade de adaptação, sendo essencial que as organizações adotem uma abordagem mais colaborativa, com o envolvimento e influência das equipas nos processos de transformação;
Employee experience – a carreira das pessoas continuará a ser fundamental para o crescimento das organizações, garantindo uma perspetiva de momentos de crescimento na carreira vs uma abordagem mais
tradicional e predefinida que já não acrescenta valor às equipas. O caminho deverá ser mais focado na flexibilidade e na customização enquanto aspetos mais determinantes, com contínuas oportunidades de progresso e aprendizagem, bem como através de ações promotoras do melhor match possível carreira-colaborador;
O caminho deverá ser mais focado na flexibilidade e na customização enquanto aspetos mais determinantes, com contínuas oportunidades de progresso e aprendizagem, bem como através de ações promotoras do melhor match possível carreira-colaborador
Atração de talento – a capacidade de recrutar talento irá manter-se como um dos principais desafios das áreas de Recursos Humanos, pelo que o reforço da capacidade de identificação e conversão é fundamental, com inovação em termos de fontes e formatos, market intelligence e um posicionamento mais robusto da “Proposta de Valor”. Adicionalmente, o mercado de talento interno será igualmente importante, em conjunto com planos de onboarding mais próximos;
Future of work – podendo parecer uma contradição face à previsão das tendências em 2023, acredito que um dos pressupostos mais basilares de gestão de Recursos Humanos é a impossibilidade de prevermos totalmente o futuro, investindo de forma contínua na antecipação de mudanças a curto prazo, na redistribuição flexível de atividades entre as equipas (aumentando o seu nível de adaptabilidade) e na implementação de novas formas de trabalho. Citando Peter Drucker, a melhor forma de prever o futuro, é criando-o!
Artigo publicado na edição n.º 143 da RHmagazine, referente aos meses de novembro/dezembro de 2022.