A RHmagazine falou com Carlos Gonçalves, CEO do Avila Spaces, a respeito do impacto da pandemia nos espaços de coworking em Portugal. Abordou-se ainda a forma encontrada pela empresa de centros de escritórios e espaços de trabalho partilhado para contornar este período desafiante.
Os confinamentos colocaram grande parte dos profissionais a trabalhar a partir de casa. Que impacto se observou nos espaços de coworking em Portugal?
Os espaços de coworking sofreram uma forte redução da atividade, mas da parte do Avila Spaces houve sempre uma atitude positiva e proativa. Os modelos híbridos de trabalho vieram para ficar e adaptámos a nossa oferta às novas necessidades do mercado. O nosso cowork é, cada vez mais, um terceiro espaço de trabalho, uma alternativa à sede da empresa e à residência do colaborador. A nossa comunidade passou a contar com empresas como a Royal Caribbean Portugal e a Lindt e é habitual cruzarmo-nos com colaboradores da Google e da Nielsen, que utilizam pontualmente o nosso espaço para fugir ao isolamento do home-office e para se reunirem com colegas. Somos um ‘escritório satélite’ para milhares de empresas em Portugal, que utilizam o nosso espaço numa base 100% flexível, adquirindo pacotes de dias para os funcionários utilizarem sem prazos definidos.
Que medidas adotou o Avila Spaces para se adaptar a cada um dos confinamentos?
Quando encerrámos o espaço, decidimos fazer um benchmark internacional e identificámos as melhores práticas no âmbito da prevenção de contágio pela COVID-19, nomeadamente em países como EUA, China e Reino Unido. Em maio de 2021, aumentámos a área do terraço, permitindo-nos oferecer um business lounge ao ar livre, com capacidade para mais de 40 profissionais. Estabelecemos, também, uma parceria com a Logitech e equipámos as salas com sistemas profissionais de videoconferência, sem custos acrescidos para os clientes, que passam a usufruir de um serviço premium para as suas reuniões de trabalho.
O nosso público-alvo é cada vez mais diversificado, mas tem em comum a necessidade de flexibilidade, conforto e qualidade de serviço
Como estão a preparar esta fase de regresso ao trabalho?
Grande parte das empresas já perceberam que o trabalho remoto funciona, mas os responsáveis da área de recursos humanos que nos contactam dizem-nos que o teletrabalho a 100% não é saudável. É fundamental a disponibilização de espaços para utilização pontual, a bem da cultura empresarial e da ligação emocional entre equipas.
Face a esta nova realidade, criámos o serviço integrado Flex Office, baseado na oferta de espaços de trabalho que podem ser subscritos de acordo com as necessidades dos utilizadores. Com a entrada no coworking e no business lounge, está também garantido o acesso a salas de reuniões, phone boots privados, sala de videoconferência, copa — com bebidas, fruta e snacks gratuitos — e terraço. O acesso à rede Wi-Fi, o serviço de receção e a limpeza estão incluídos. Os planos não obrigam a qualquer período de fidelização, podendo ser cancelados em qualquer altura. Neste modelo de trabalho híbrido e flexível, os utilizadores pagam apenas os serviços que utilizam, podendo combinar salas privativas com espaços de coworking e salas de reuniões.
Que vantagens apresenta um espaço de coworking ou um serviced-office face a um escritório tradicional neste novo contexto?
Este modelo permite às empresas poupar até 70% dos custos, podendo ser utilizado como ‘escritório satélite” por empresas que querem solucionar o problema do isolamento do home-office e a dispersão geográfica de equipas, com todas as consequências negativas, para colaboradores e empresas, do ponto de vista da motivação, produtividade, gestão de equipas à distância, processos de onboarding e cultura empresarial.
Entrevista publicada na edição n.º 136 da RHmagazine, referente aos meses de setembro/outubro de 2021.