Autora: Catarina Correia, Head of Marketing & Communication na CEGOC
A CEGOC, em alinhamento com o Grupo CEGOS e o apoio da APG – Associação Portuguesa da Gestão das Pessoas, divulgou os resultados do estudo internacional “DIVERSIDADE E INCLUSÃO NAS ORGANIZAÇÕES: DESAFIOS E COMPETÊNCIAS DE UMA TRANSFORMAÇÃO CULTURAL”, que reúne a opinião de 4.007 colaboradores e 420 Diretores e Responsáveis de RH (D/R RH) de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Brasil.
As três principais conclusões reveladas por este barómetro indicam que a discriminação continua muito presente no local de trabalho; as políticas de Diversidade e Inclusão precisam de ser mais amplamente divulgadas; e, por último, o mindset das pessoas está preparado, mas cabe às organizações implementar e avaliar as ações a desenvolver.
Ambiente de trabalho “tóxico” devido a situações de discriminação
A primeira conclusão deste estudo mostra que 82% dos colaboradores afirmam ter testemunhado pelo menos uma situação de discriminação e 63% referem ter sofrido na pele pelo menos uma forma de discriminação devido ao seu aspeto físico, idade, género ou origem étnica e cultural. Estes atos de discriminação são perpetrados em primeiro lugar por colegas e depois por gestores diretos, sendo que os intervenientes mais dispostos a combater estes episódios discriminatórios são os colegas e os gestores (segundo os colaboradores) e os profissionais de RH (segundo os D/R RH).
82% dos colaboradores afirmam ter testemunhado pelo menos uma situação de discriminação
Os movimentos internacionais contra o sexismo e o racismo (#MeToo e #BlackLivesMatter) tiveram um impacto positivo… mas ainda há muito espaço para melhorias. O estudo também revela que os conflitos relacionados com a diversidade dentro das organizações são geralmente resolvidos pelo departamento de RH.
Políticas de D&I contribuem para o bem-estar e desempenho das organizações
A segunda conclusão do estudo mostra que, apesar de 71% dos colaboradores compreenderem claramente o conceito de diversidade e de 74% compreenderem claramente o que é a inclusão, apenas 49% dos colaboradores se veem como “promotores” da diversidade na sua organização e 11% como “defensores ativos” – os restantes posicionam-se como “indiferentes”, “céticos” e até “críticos” em relação ao assunto. Mesmo assim, o barómetro indica que 75% dos colaboradores e 68% dos D/R RH internacionais acreditam que a estrutura empresarial da sua organização reflete bem a diversidade da sociedade.
Também 65% dos colaboradores acreditam que as políticas de diversidade contribuem para o bem-estar dos profissionais e o desempenho global da organização. Esta opinião leva a que 67% dos colaboradores e 65% dos D/R RH sejam inclusivamente a favor de políticas de quotas para determinados grupos de colaboradores.
É preciso impulsionar o compromisso das organizações
A terceira conclusão do estudo refere que 87% dos colaboradores se sentem “plenamente incluídos” na sua organização e que várias ações de sensibilização são levadas a cabo para “despertar a consciência” nas equipas. Verificamos que para uma maior inclusão, os colaboradores e os D/R RH estão sobretudo focados em três alavancas: organização do trabalho, recrutamento e formação. Em relação a este tópico, 34% dos gestores sentem que as ações empreendidas pela sua organização (informação, formação, apoio de RH, etc.) os ajudam “bastante” a lidar com questões sensíveis de diversidade e inclusão. Por outro lado, 75% dos D/R RH procuram fomentar a não-discriminação no processo de recrutamento, desde a contratação à integração.
O tema da D&I é tão crucial nos dias de hoje que, se mudassem de emprego no futuro, 84% dos colaboradores teriam em conta as questões de inclusão como um critério “importante” na escolha de um novo empregador. Em relação às chefias e lideranças, o estudo refere que 39% dos colaboradores e 43% dos D/R RH consideram que o seu gestor direto atua como um aliado sólido no tratamento destas questões.
Se mudassem de emprego no futuro, 84% dos colaboradores teriam em conta as questões de inclusão como um critério “importante” na escolha de um novo empregador
Maria João Ceitil, Head of Talent & Innovation na CEGOC, acredita que este estudo nos dá pistas importantes sobre as ferramentas, alavancas e condições favoráveis que existem para colaboradores e organizações evoluírem em matéria de D&I: “O recrutamento, a sensibilização e a formação são claramente vistos como alavancas para a ação, mas ainda não estão suficientemente exploradas. Do lado dos gestores, estes têm claramente um papel fundamental a desempenhar no desenvolvimento das políticas de D&I, mas ainda não estão suficientemente apoiados para o fazer. Por fim, é alentador verificar que as novas gerações se revelam muito mais plurais, tolerantes e inclusivas e, em contexto de trabalho, assumem um papel mais interventivo na promoção da D&I, bem como de exposição de comportamentos discriminatórios e tentativa de resolução dos mesmos junto dos D/R RH.”
Para conhecer em detalhe todos os resultados a nível global e em Portugal, a CEGOC disponibiliza gratuitamente o download do estudo no seu website
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