Os níveis de contratação aumentaram no setor da hotelaria, especialmente na região Norte de Portugal, revelou a Michael Page, esta quarta-feira.
A procura por profissionais em hotelaria aumentou no último ano, especialmente na região Norte do país, que já se equipara à da Grande Lisboa e Algarve, responsáveis pelo maior volume de processos de recrutamento. Também o setor da restauração apresenta um crescimento significativo, com muita dinâmica no recrutamento. A conclusão é da Michael Page, que divulgou, esta quarta-feira, as tendências de recrutamento no setor do turismo.
De acordo com a consultora de recrutamento especializado, a cidade do Porto tem acompanhado a tendência de crescimento no setor, devido sobretudo à abertura de novas unidades hoteleiras, particularmente no segmento de luxo, que se traduz num volume de recrutamento elevado. A procura é superior à oferta, com a atual escassez de recursos para determinadas funções operacionais que continuam a ser as mais requisitadas pelas empresas das diversas regiões, nomeadamente chefes de cozinha, subchefes, diretores de operações e assistentes de direção.
Ainda na zona Norte, destaca-se a área de cruzeiros no Douro, igualmente num segmento premium, com a procura de profissionais qualificados para os navios hotel.
A Michael Page considera existir “uma nova realidade no recrutamento no setor turismo”, com vários grupos hoteleiros a apostarem cada vez mais em ações como open days para preencherem vagas em várias áreas, desde economato, cozinha, housekeeping, manutenção, restaurante e SPA.
Segundo a consultora de recrutamento especializado, o mercado regista uma procura crescente por profissionais qualificados com formação em Gestão Hoteleira. “Associada a esta tendência, torna-se cada vez mais importante que os profissionais tenham também os seus perfis valorizados com fortes skills analíticos, bem como com formações complementares em áreas transversais, tais como marketing, revenue management, atendimento e atenção ao cliente, além do domínio de idiomas”, sugere, acrescentando que é, também, cada vez maior a exigência e preponderância atribuída às softs skills. “Dinamismo, resiliência, capacidade de gestão de equipas, foco nos resultados, componente analítica, capacidade operacional, pragmatismo e problem solving, além da paixão pelo setor são características altamente valorizadas”, refere Francisco Emauz Ribeiro, associate manager da Michael Page Lisboa.
A experiência profissional é igualmente um dos requisitos mais valorizados em funções mais estratégicas e com maior complexidade de gestão, associada à formação académica em gestão hoteleira ou numa área relacionada.
De acordo com os dados da Michael Page, o volume de recrutamento oscila em função da época do ano e das zonas do país. A sazonalidade observa-se, sobretudo, em regiões como o Algarve, associadas à prática de golfe, predominante nos meses de maio, setembro e outubro, e às suas praias, em junho, julho e agosto, com um período de alargamento da época alta, que começa mais cedo e termina mais tarde. Na zona Norte, regista-se um turismo mais equilibrado com menor impacto da sazonalidade.
Com base nos dados que recolheu, a consultora de recrutamento especializado observa a existência de um maior nível de estabilidade no recrutamento de quadros superiores, tanto ao nível contratual, como remuneratório, e de uma diminuição da precariedade associada ao setor, principalmente nas funções operacionais, como consequência da diminuição da sazonalidade e da inversão na lei da oferta e da procura.
Neste contexto, os estudos salariais apontam para uma remuneração anual de um diretor de operações na ordem dos 100 mil euros anuais. Um rececionista e bagageiro poderão auferir uma remuneração de cerca de 14 mil euros por ano.