Enquanto as necessidades de competências tecnológicas estão a evoluir mais rapidamente do que nunca, e a procura por talento IT especializado atinge níveis máximos, as competências “soft” mais críticas, também conhecidas como “power skills”, estão a ser negligenciadas em muitos processos de recrutamento.
Ao mesmo tempo, e apesar da crescente consciencialização sobre a importância da capacitação e requalificação de talento, existe um potencial latente de talento tecnológico em cargos intermédios, que permanece inexplorado. Em face desta realidade, as organizações devem adotar uma nova abordagem para as suas estratégias de atração e fidelização de profissionais, apostando na criatividade e inovação para responderem aos atuais desafios do recrutamento tecnológico.
Estas são algumas das conclusões do estudo The New Age of Tech Talent, desenvolvido pela Experis, marca tecnológica do ManpowerGroup especializada em recrutamento e serviços tecnológicos, com o objetivo de perceber como podem os líderes das organizações transformar as suas estratégias para responder aos desafios da contratação de profissionais IT. Esta investigação foi baseada em fontes quantitativas e qualitativas, como o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, o Global Talent Shortage Survey 2022 e entrevistas com especialistas da Experis e de clientes.
“A atual escassez de talento tem vindo a acentuar o desafio de recrutar os perfis tecnológicos, com 84% dos empregadores portugueses a relatar dificuldades de contratação, como revela o Talent Shortage Survey. Neste sentido, é urgente que as empresas adotem estratégias de recrutamento inovadoras e explorem novas formas de atuação, nomeadamente através da integração de profissionais com perfis generalistas, oriundos de posições intermédias, que são detentores de uma base sólida de competências técnicas e um sentido intuitivo do negócio, mas que podem não estar a ser expostos às tecnologias emergentes. Os líderes têm de ter a capacidade de mudar de mentalidade e potenciar esse talento, apoiando a requalificação dos seus profissionais, ao mesmo tempo que apostam em analítica e dados para guiar as suas decisões e conduzem a transformação organizacional e a digitalização de negócios”, explica Pedro Amorim, Managing Director da Experis.
As soft skills são as novas “power skills” – recrutadores estão atentos às competências comportamentais
Quando questionados sobre o motivo para as dificuldades na contratação, 34% dos recrutadores referiram que os candidatos não tinham as competências técnicas certas, 32% disseram que não tinham a experiência relevante certa, e 27% disseram que não tinham as soft skills certas O estudo também indica que 22% dos gestores de recrutamento revelaram ter maior dificuldade em encontrar Project Managers, seguindo-se os Analistas de Segurança da Informação, Software Developpers e especialistas em IA e ML, referidos por 20% dos empregadores.
Já as soft skills mais procuradas para as funções tecnológicas, incluem o Pensamento Crítico e Analítico, a Criatividade e Originalidade, a Capacidade de Resolução de Problemas, a Autodisciplina e Fiabilidade e, por último, a Adaptabilidade e Resiliência. Assim, e face aos atuais desafios de escassez de talento e necessidade de crescente agilidade por parte das empresas, o estudo aponta quatro itinerários, a adotar pelas organizações, para uma nova abordagem do recrutamento tecnológico