Autora: Rita Cadillon, Head of HR da Primavera BSS
O e-learning consolidou-se com a pandemia e, hoje, domina o campo da formação, oferecendo uma flexibilidade que permite conciliar as tarefas do dia a dia com a aprendizagem.
Se houve processo de recursos humanos que sofreu uma transformação nos últimos anos foi o de “Formação”.
Pensemos no que era a formação há uns anos atrás: um processo maioritariamente transversal a um grupo de pessoas da organização, com bastante carga administrativa, em que cada ação tinha associada uma logística que demorava um bom par de horas a preparar.
Hoje em dia as empresas perceberam, antes de mais, que “one size fits all” não funciona na maioria das situações, já que cada colaborador tem necessidades específicas, tem o seu tempo limitado e difícil de conciliar com os colegas. A tendência atual é o “self-learning”, em que o colaborador é responsável e tem um papel ativo no seu próprio desenvolvimento.
Assim e cada vez mais, são as pessoas que procuram o seu desenvolvimento, sugerindo formação, propondo seminários, workshops e tomando a iniciativa de participar em ações de formação , maioritariamente em e-learning.
A formação online, que já vinha assumindo relevância no mundo da aprendizagem, consolidou-se com a pandemia e ocupou um lugar determinante e incontornável. O e-learning substituiu a sala de aula e a formação presencial será cada vez mais remetida para os conteúdos comportamentais ou de team building, em que o contacto com o outro, a prática e o feedback na hora são essenciais para a aquisição de conteúdos.
Aulas de línguas, conteúdos técnicos com testes online, webinares, plataformas digitais que nos ajudam a aprender a qualquer hora e em todos os lugares, sem deslocações, de uma forma ágil e ao nosso ritmo, estão a entrar na nossa rotina e a transformar a nossa perspetiva da formação.
Um dos pontos importantes para a retenção de talentos passa pela flexibilidade no trabalho
Também é provável que as sessões formativas tendam a deixar de ter uma duração de um ou dois dias completos – as empresas irão apostar mais em módulos de duas ou três horas, distribuídos no tempo, o que torna mais fácil conciliar as tarefas do dia a dia com a formação.
Goste-se ou não deste modelo, a verdade é que, em qualquer empresa que proporcione este tipo de ferramentas, só não aprende quem não quiser. E os conteúdos vão muito para além das competências técnicas essenciais para a função, proporcionando oportunidades de desenvolvimento pessoal, à medida de cada um e sem custos elevados.
Assistimos assim a uma mudança que reflete as novas formas de trabalhar, mais ágeis, imediatas, com fácil acesso à informação, mas certamente com as desvantagens de uma menor proximidade e contacto com os outros, tão fundamentais à nossa dimensão de seres sociais.
Artigo publicado na edição n.º 137 da RHmagazine, referente aos meses de novembro/dezembro de 2021.
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