A atribuição de benefícios parece complicada para quem tem de a perceber e gerir. Foi para simplificar este universo que nasceu a Coverflex – uma solução de compensação flexível que permite às empresas reduzir os custos e maximizar o potencial de rendimento dos seus colaboradores.
Como descreve o estado da arte do setor da compensação?
Finalmente, as empresas olham para os custos com as pessoas como um principal investimento e não,
efetivamente, como um encargo. Trata-se, mesmo, do maior investimento feito pelas empresas – uma percentagem que ascende, muitas vezes, até 70% dos custos operacionais dos negócios. Já concretamente neste setor, os custos com subsídios de refeição e benefícios flexíveis poderão ascender até 30% do valor total do custo com a compensação.
É a primeira vez que temos cinco gerações no mercado de trabalho – gerações com necessidades e preferências
muito diferentes. É, portanto, fundamental desenhar um plano de benefícios mais flexível e autónomo. Os planos
tradicionais eram muito rígidos, fazendo com que só as empresas com maior estrutura os implementassem, devido, sobretudo, aos custos elevados, às necessidades muito específicas e à regulamentação. A Coverflex está
a tentar, justamente, democratizar o acesso a este tipo de flexibilização da compensação, para as pequenas e médias empresas, dando autonomia aos colaboradores.
Hoje, a grande tendência é dar poder às pessoas – e nós fazemos desta uma realidade, não uma utopia.
Em Portugal, os aspetos fiscais associados à compensação flexível são muito importantes e ainda levantam algumas questões. Qual a visão da Coverflex a respeito desta matéria?
Este é um tema, sem dúvida, muito importante temos de tentar corrigir a perceção no mercado – os benefícios flexíveis não são uma fuga aos impostos. O mercado global do subsídio de refeição e dos benefícios flexíveis vale 72 mil milhões de euros – 40% desse mercado corresponde à Europa. É, portanto, um dos poucos mercados do mundo onde a Europa é “número 1”. As restrições que existem, na minha opinião, fazem sentido: as isenções fiscais, quer de Segurança Social, quer de IRS, são criadas para determinadas áreas consideradas positivas pelos estados, nomeadamente a restauração, saúde, educação e transporte.
A Coverflex não permite apenas flexibilizar o consumo destes benefícios, como também rastrear melhor aquilo que as pessoas consomem. Por um lado, trata-se de um conceito favorável para o colaborador, porque recebe mais rendimento líquido ao final do mês, por outro, é um benefício direto para as empresas, dado que os custos com os impostos da remuneração ilíquida dos trabalhadores são altíssimos em Portugal, comparativamente com a média europeia. Desmistificar a ideia por detrás deste tema passa muito por conseguirmos comunicar de uma forma eficiente ao mercado.
O mercado global do subsídio de refeição e dos benefícios flexíveis vale 72 milhões de euros – 40% desse mercado corresponde à Europa.
Em que consiste o vosso produto mais recente de self-service?
O self-service é uma solução muito eficiente e, simultaneamente, desafiante, ao suprimir as interações humanas na explicação dos benefícios e sua implementação. Desta forma, conseguimos fazê-lo, somente através do produto. Esta funcionalidade permite democratizar o acesso das ferramentas de compensação flexível a um segmento gigante do mercado – as PME –, que uma estrutura comercial tradicional não consegue alimentar.
Mais de 90% das empresas em Portugal não têm planos de benefícios flexíveis, não porque não quer e/ou
não vê o valor dos benefícios, mas simplesmente pelos custos de setup associados.
O que é que uma empresa que aceda à vossa plataforma consegue fazer?
A Coverflex é uma solução única para compensação que agrega, hoje, quatro grandes pilares: subsídio de refeição, gestão de benefícios flexíveis, seguros e descontos. Tudo isto numa única solução. Por norma, nas empresas, estes quatro serviços implicam gerir quatro fornecedores diferentes e nós prestamos este apoio
do ponto de vista administrativo, para que as empresas consigam desenhar e implementar os planos de benefícios e o colaborador encontre na nossa plataforma uma forma simples de o gerir.
O que estamos a tentar fazer é, acima de tudo, agilizar processos nas empresas e otimizar a experiência de utilização do colaborador.
Daqui a dois/três anos, onde vai estar a Coverflex?
Hoje em dia, estamos a passar a nossa plataforma a cerca de 200 novas empresas por mês, ambicionando chegar muito rapidamente às 500 e, logo a seguir, às 1000. O grande objetivo, para este ano, é lançarmo-nos em Itália e Espanha, para que nos próximos três anos possamos ser líderes europeus na categoria de compensação. Quando dominarmos o mercado europeu nesta área – os tais 40% do mercado global –, só precisamos de ir buscar os restantes 60%.
Entrevista publicada na edição n.º 140 da RHmagazine, referente aos meses de maio/junho de 2022.
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