Cada vez mais falamos na revolução que estamos a viver, consequência do Mundo VUCA (Volatile, Uncertain, Complex and Ambiguous) em que vivemos, que se traduz em novas formas de organização do trabalho. Esta revolução exige importantes mudanças que as organizações têm de assumir. As variáveis que nos impactam são diversas; seja a demografia, com novas gerações a surgirem com expectativas diferentes das que estávamos habituados a lidar a par de um envelhecimento da população -seja a tecnologia que nos é apresentada todos os dias, a evolução da IA, robotização , IoT, Big Data … tudo fatores que influenciam e forçam a mudança nos modelos tradicionais de negócio.
Desta forma, a estratégia de gestão de negócio e pessoas deve ser um tópico prioritário na agenda dos CEOs. O sucesso passará pelo investimento em novas competências, pela atração de novos talentos e pelo redesenho dos modelos de organização do trabalho. Não há como fugir, os líderes têm de assumir a mudança como uma realidade, ser flexíveis, atrair e reter as pessoas não só pelas suas competências, mas também pela capacidade de adaptação, pela paixão e dedicação à organização, pela curiosidade e espírito de inovação. Por outro lado, têm que estar preparados para desafiar os modelos tradicionais e estar abertos a novas formas de colaboração muito mais voláteis mas, ao mesmo tempo, também muito mais flexíveis e eficientes.
Um processo de transformação nunca é fácil e os CEOs devem assegurar uma estratégia de comunicação forte, clara e transparente sobre o caminho que pretendem percorrer, sobre as competências necessárias para o atingir e sobre o que se espera de cada pessoa. Se o negócio precisa de se reinventar, é um processo que só será bem-sucedido com o envolvimento e compromisso de todos.
Por outro lado, é crucial estar atento às competências que se projetam necessárias no futuro. Para isso, deve existir um conhecimento alargado das competências existentes hoje, quais os gaps existentes e mitigá-los através de programas de atração e retenção de talentos fundados em propostas de valor únicas e diferenciadoras que garantam um elevado employee engagement.
Em suma, é muito importante que os CEOs tenham consciência que a transformação já não passa por uma estratégia de diferenciação no mercado mas pelas necessidades que o mercado e o Mundo VUCA estão a ditar às organizações. Não é uma questão de “devo fazer” mas “quando vou fazer”. Para tal, é necessário preparar, planear e ter a consciência de que não se trata de um processo individual nem do resultado do trabalho de uma equipa de elite. É um processo que deve envolver todas as pessoas da organização. Cada um deve saber qual o seu papel, qual o caminho que os líderes querem percorrer. Deve existir um conhecimento alargado das expectativas individuais e clarificar a estratégia que se pretende seguir para o futuro.
É um desafio exigente, mas que deve servir de motor para um novo ciclo em que as organizações se tornarão muito mais flexíveis. Aqui o elemento principal são as pessoas. As organizações não conseguem ter sucesso num processo de transformação sem o envolvimento das pessoas. Para tal, é necessário garantir elevados níveis de satisfação e compromisso porque só assim as dificuldades da mudança poderão ser mitigadas.
Por Diogo Alarcão, CEO da Mercer
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