Autora: Joana João Gonçalves, Manager | Professionals da Randstad Portugal
O ano de 2022 tem sido marcado por um grande dinamismo no mercado de trabalho, porém, acompanhado do testemunho dos empregadores a relatarem dificuldade em encontrar o talento necessário, com as competências desejadas. Então, qual é afinal a resposta para este clima de (aparente) escassez de talento? Estarão as empresas alerta para a preferência dos candidatos no momento de mudar de emprego? Será que aquilo que requerem está em linha com o que as pessoas valorizam hoje em dia?
A escassez de talento está associada à atratividade dos desafios e das condições propostas pelas empresas e, por isso, é primordial que estas percebam o que podem oferecer às pessoas, de forma a tornar os seus projetos mais apelativos. Para ajudar nestas questões, a Randstad edita anualmente o estudo Employer Brand Research, baseado em perceções, que dá a conhecer as tendências no que diz respeito à atração e retenção de talento.
Quando falamos dos fatores mais relevantes numa decisão de mudança de emprego, o salário e benefícios aparecem em primeiro lugar, seguidos de dois indicadores não financeiros: a conciliação entre a vida pessoal-profissional e o ambiente de trabalho.
Se é certo que a remuneração continua a ser um fator preponderante na tomada de decisão, é inegável que o contexto pandémico acentuou a preocupação dos profissionais em repensarem a sua vida e o impacto que o trabalho tem na sua esfera pessoal, e também, a valorizarem uma organização que seja capaz de ouvir os seus colaboradores. Assim, a maioria dos profissionais espera hoje mais flexibilidade, o que traz, inevitavelmente, maior responsabilidade na gestão do seu trabalho, de forma a conseguir dar resposta a todos os compromissos do dia-a-dia.
Quando falamos dos fatores mais relevantes numa decisão de mudança de emprego, o salário e benefícios aparecem em primeiro lugar, seguidos de dois indicadores não financeiros: a conciliação entre a vida pessoal-profissional e o ambiente de trabalho
No que concerne a retenção, este é também um dos desafios bem presentes nos tempos que correm, na medida em que os profissionais continuam à procura de um emprego onde encontrem um propósito e onde as suas preocupações sejam atendidas. Desta forma, é essencial que as relações profissionais se construam ab initio baseadas na confiança. A existência do teletrabalho, por exemplo, veio demonstrar que o foco do empregador deve estar na qualidade do trabalho entregue e, não necessariamente, nos horários de trabalho. Também aqui, sempre que for possível, devemos atender a esta possibilidade, de forma a manter os colaboradores empenhados, interessados e felizes. Hoje, e em qualquer setor, os candidatos questionam relativamente à existência do regime híbrido e isso é, na maioria das vezes, a ‘pedra de toque’ para a mudança de projeto.
No meu entender, os profissionais de hoje não são menos ambiciosos, têm apenas mais oportunidades ao seu dispor e, por isso, focam-se num fator preponderante: a busca da realização pessoal na função que ocupam. Estas oportunidades surgem de todo o mundo e, muitas das vezes, com a possibilidade de os candidatos não terem sequer que sair do país para ocuparem uma função global.
Hoje, e em qualquer setor, os candidatos questionam relativamente à existência do regime híbrido e isso é, na maioria das vezes, a ‘pedra de toque’ para a mudança de projeto
Neste sentido, se as empresas tiverem como carta de apresentação a cultura de inovação e atenção nas condições de trabalho que oferecem, atrairão profissionais sem medo de criar e experimentar soluções fora da caixa. Agora, mais do que nunca, as companhias precisam da criatividade e entusiasmo dos seus colaboradores. Isso irá contagiar as demais pessoas da organização e fará a empresa crescer.
O foco tem de continuar a ser as pessoas. Seja quando falamos de atração ou retenção. Por isso, urge que as empresas se adaptem às novas exigências e que tentem ir ao encontro dos desejos das pessoas. Das que já integram a organização, mas também dos talentos que gostariam de recrutar.
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