Quais foram as tendências identificadas no estudo?
Primeiro, a força de trabalho atual é muito orientada para o desenvolvimento pessoal. Os fenómenos recentes do “quiet quitting”, a escassez de mão-de-obra, entre outros, fazem com que os colaboradores tenham mais poder do que nunca e exijam mais oportunidades a este nível. Em segundo, a necessidade de trabalhar o upskilling e o reskilling para todos, para que nos adaptemos ao contexto de constante mudança.
As competências em destaque são: as competências digitais, com 46% dos resultados, seguidas pelas de produtividade, com 45%, e de bem-estar e saúde mental, com 42%. Relativamente à primeira, é normal dada a transformação digital dos últimos anos.
Nas competências de produtividade, destacamos as denominadas competências do futuro como o pensamento crítico, a resiliência, a criatividade ou a influência. O bem-estar é toda uma nova área que surgiu desde a pandemia e com as suas consequências, nomeadamente em termos de organização de trabalho e segurança psicológica. Por último, identificámos a necessidade de um novo estilo de liderança, mais autêntica, mais humanizada, que tem mais preocupação com o bem-estar das pessoas.
Como se diferencia a GoodHabitz no mercado de e-learning corporativo?
A experiência de aprendizagem é, sem dúvida, um dos nossos pontos fortes. A variedade de formatos em micro-learning: são conteúdos produzidos 100% in-house, com formatos únicos, muito apelativos e inovadores. Outro ponto forte é o processo de localização. Isto significa que os conteúdos não são apenas traduzidos, mas adaptados ao contexto cultural, com exemplos e especialistas locais, além dos internacionais.
Também fator diferenciador é a personalização que conseguimos promover. Os alunos podem saber quais são as competências que devem desenvolver e como, ao realizarem os nossos assessments, cada um deles abordando um tema ou competência(s). Este feedback dado tem em conta as caraterísticas de cada perfil, o seu potencial e a sua motivação.
“Os alunos podem saber quais são as competências que devem desenvolver e como, ao realizarem os nossos assessments (…)”
O que antecipam em matéria de necessidades de qualificação ao nível das competências digitais?
As competências digitais são a área de maior necessidade e assim continuará. Além da transformação digital em curso, 80% dos profissionais também desejam que o seu trabalho se torne mais digital. Assim, é fundamental antecipar as tendências tecnológicas.
Temos perfeita consciência de que isto deve ser um trabalho constante e ágil, daí estarmos a introduzir formatos mais curtos e específicos, que lançamos mais rapidamente. Por exemplo, em termos de Inteligência Artificial, temos um curso que faz a introdução ao tema e a formas de utilização, mas vamos lançar conteúdos mais curtos, onde, por exemplo, se pode aprender a trabalhar o prompt (mensagens para comunicar com a aplicação).
“(…) em termos de IA, temos um curso que faz a introdução ao tema e a formas de utilização, mas vamos lançar conteúdos mais curtos (…)”
Que recomendação faria às empresas que queiram investir em aprendizagem e desenvolvimento de competências para o futuro?
Para acompanharem as tendências de aprendizagem, é crucial terem uma oferta formativa digital. Este formato deve ser hoje uma peça fundamental de qualquer estratégia formativa, dado permitir a entrega mais rápida, de mais fácil acesso e também mais escalável.
Outro ponto importante é a dimensão e a diversidade da oferta formativa. A oferta deve ser ampla, mas ofertas demasiado grandes também podem ser contraproducentes e levar à perda de foco ou a muito trabalho de curadoria. O equilíbrio é importante.
“A oferta deve ser ampla, mas ofertas demasiado grandes também podem ser contraproducentes e levar à perda de foco ou a muito trabalho de curadoria.”
As necessidades transversais podem ser colmatadas com oferta de catálogo, que permite diversidade, e com menor investimento. Esta oferta também deve ser dinâmica, ou seja, com a introdução de conteúdos regularmente e a atualização dos mais antigos. Destaco, também, a personalização e a acessibilidade. É importante que os alunos tenham sugestões de aprendizagem personalizadas para sermos eficazes.
Por outro lado, os conteúdos devem ser disponibilizados de forma prática e intuitiva. Este é mesmo um ponto crucial na aprendizagem digital, a experiência do aluno (UX) quando navega na plataforma e conteúdos e os formatos de acesso. Tem de ser algo fácil e disponível em todos os dispositivos. Por último, destaco a necessidade de criar cultura de aprendizagem. É isso que vai permitir uma integração eficaz da aprendizagem digital na estratégia de formação e desenvolvimento.
Como perspetiva a GoodHabitz a sua presença no Fórum RH?
Antecipo uma troca de experiências muito rica. Nós queremos partilhar novidades em termos de novas tecnologias e metodologias inovadoras, mas queremos também conhecer as boas práticas de outras empresas. Ambicionamos, também, aumentar a nossa visibilidade e consolidar a nossa posição de referência no mercado, através de uma solução altamente inovadora, assim como do compromisso para colocar o desenvolvimento pessoal como um vetor estratégico para o sucesso das empresas.
Artigo publicado na edição 152 da RHmagazine, referente aos meses de maio e junho de 2024