Empresas planeiam mudar ainda este ano, apostando em estruturas horizontais e na descentralização dos processos de decisão. Já os colaboradores querem, segundo o mais recente estudo da Mercer, que as empresas conheçam os seus interesses e competências, atribuindo-lhes mais oportunidades para crescerem pessoal e profissionalmente.
Se as empresas planeiam alterar as suas estruturas organizacionais, os profissionais esperam mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional e mais flexibilidade no trabalho. De acordo com o estudo da Mercer, Talent Trends 2018 – Unlocking Growth in the Human Age, realizado em Portugal, a maioria dos executivos está a planear mudar as estruturas das empresas, encontrando-se a aposta em estruturas horizontais, a descentralização dos processos de decisão, a eliminação de determinadas funções com menor impacto na organização, a criação de unidades de projeto e a formação de equipas que se auto-motivem entre as mudanças planeadas.
Segundo o estudo da consultora acerca das tendências do futuro do trabalho – velocidade da mudança, trabalho com um propósito, flexibilidade permanente, plataforma para o talento e digitalização de dentro para fora –, a inovação constitui, este ano, um dos principais temas da agenda dos líderes empresariais inquiridos (94%). No entanto, só 35% têm recursos para inovar. Tratando-se de inovação, os colaboradores são chamados a intervir e convidados a apresentar ideias inovadoras às empresas, que revelaram ter formação em inovação (42%).
Com a introdução das tecnologias digitais e a sua afirmação no mercado laboral, um em cada três executivos em Portugal viu o papel que assumia na organização alterar-se e apenas um em cada quatro colaboradores sentiu uma mudança na sua atividade como consequência da digitalização, considerada, por Pedro Brito, partner e business leader de career da Mercer | Jason Associates, “uma das principais alavancas para a criação de organizações mais ágeis e competitivas”.
“Mas a humanização tem de estar alinhada com esta realidade, trabalhando competências de resiliência face à adoção de novas tecnologias e facilitando as atividades do dia-a-dia, através destas novas formas de trabalhar. Só assim, teremos equipas comprometidas com o futuro”, afirmou Pedro Brito em comunicado.
Ditam, hoje, o sucesso de um colaborador uma remuneração justa e competitiva, oportunidades de carreira e de desenvolvimento de novas capacidades, a possibilidade de trabalhar com os melhores, líderes com uma visão clara e trabalhar em projetos com um propósito – reconhecido por 46% dos colaboradores, que se destacam e confessam sentir-se profissional e pessoalmente realizados, em relação às suas empresas. De acordo com o estudo da Mercer, os profissionais com incentivos de carreira evidenciam “quatro vezes mais compromisso” com a sua organização.
Das empresas, grande parte dos colaboradores (88%) espera oportunidades de crescimento profissional e pessoal e mais opções de trabalho flexível (61%), tendo em consideração que nenhuma das empresas nacionais participantes no estudo da consultora considera ser um líder flexível. Mas para os recursos humanos (75%), a flexibilidade no trabalho é um dos objetivos das suas organizações. No entanto, mais de metade (56%) destes profissionais tem receio que a flexibilidade influencie as suas perspetivas de promoção.
Líderes, profissionais de recursos humanos e colaboradores apresentam diferentes visões no que diz respeito às prioridades das organizações. Segundo o estudo Talent Trends 2018, para os executivos há que valorizar e reforçar a experiência do colaborador. Para os recursos humanos, é necessário desenvolver líderes para o futuro. Já os colaboradores consideram prioritário que a sua empresa conheça os seus interesses e competências e que simplifique o acesso a especialistas e mentores, que contribuiriam para a melhoria do seu desempenho.