A Get The Job foi criada em 2016 como uma agência de recruitment marketing. Ao longo do tempo, foi evoluindo para o segmento de Recrutamento e Seleção, que hoje ocupa 95% da área de negócio. Ricardo Prazeres assumiu recentemente o cargo de CEO. Saiba quais os objetivos para a sua liderança.
Como se dá a transição de Managing Director para CEO da Get The Job? E que papel passa a assumir Rui Guedes de Quinhones?
Basicamente, é uma consequência da evolução e do crescimento da organização, quer em termos de procedimentos e de tecnologias, quer em termos de equipa. Eu fui acompanhando esse crescimento e acabou por surgir a oportunidade de assumir o cargo de CEO, dado que existe um conhecimento efetivo do negócio, assente, quer na experiência profissional, quer na paixão pela área.
O Rui vai continuar a acompanhar-nos e, como fundador, mantém-se como a principal fonte de inspiração, a respeito dos caminhos a seguir e dos valores que nos norteiam. Em junho, irá assumir o papel de Chairman das nossas empresas e continuará a ser o Managing Partner da EMA Partners.
Quais são os seus objetivos para a empresa, enquanto novo CEO?
Os meus objetivos estão interligados com os objetivos da organização. A nossa aposta principal, para o ano de 2022, recai na formação da nossa equipa. Num nível mais técnico, queremos apostar em algumas ferramentas que permitam, por um lado, simplificar o trabalho dos nossos consultores e, por outro, entregar mais e melhores acionáveis aos nossos clientes.
Queremos, também, ter uma comunicação mais assertiva e efetiva e um foco muito maior nos candidatos, para que percebam, claramente, que existe uma diferenciação relativamente às outras organizações que oferecem serviços similares – confiando que as empresas sentirão o mesmo. A Get The Job quer mostrar que, num mercado tão competitivo e que exige cada vez mais dos consultores, marca pela diferença, na forma de trabalhar e de se posicionar do lado do cliente, entendendo exatamente quem é a pessoa certa para determinada organização.
Atualmente, o mercado está muito mais proativo do que reativo. Quando comecei a trabalhar nesta área, em 2011, bastava colocar um anúncio de emprego e os candidatos imediatamente respondiam ou iam diretamente às agências à procura de trabalho; neste momento, isso já não acontece com tanta frequência. Esta realidade coloca as empresas, como a nossa, com um papel muito mais diferenciador e com mais responsabilidade, porque obriga-nos a sermos especialistas na área e não, apenas, entregadores de currículos ou colocadores de anúncios.
O recrutamento é feito de pessoas e nós sabemos qual é o nosso papel na vida dessas pessoas. Gostamos de histórias e de verdade e é isso que entregamos aos nossos clientes. Se considerarmos tudo isto, acho que temos boas bases para conseguirmos fazer um trabalho diferente, assertivo e com qualidade.
É cada vez mais usual ouvir-se dizer que o mercado está “quente”. Sente que há, de facto, dificuldade em recrutar?
O mercado está “quente” e ainda bem! Particularmente porque nos obriga a trabalhar mais como especialistas do que como recrutadores tradicionais. Precisamos, contudo, de ter a capacidade, não só de não perder as pessoas com talento em Portugal, como de apostar, cada vez mais, numa formação ajustada às necessidades do futuro.
Quem conseguir planear melhor, a mais longo prazo, fazendo passos sustentados, há de estar sempre em vantagem, independentemente de o mercado estar mais “quente” ou mais “frio”. Neste momento, sente-se, de facto, uma grande dificuldade em recrutar, por vários fatores: primeiro, por motivos estruturais que estão relacionados com o próprio país, como a baixa efetiva da taxa de natalidade, cujos efeitos já estamos a sentir; segundo, os salários baixos, que é necessário aumentar para tornar Portugal mais competitivo e impedir, ao máximo, que as pessoas formadas saiam do país, da forma como têm saído nos últimos 10/15 anos; terceiro, o desalinhamento entre o mercado de trabalho e a academia.
Temos um mercado muito mais competitivo e aguerrido, quer do lado das empresas, quer do lado dos candidatos, que estão cada vez mais atentos, mais informados e têm uma palavra a dizer.
“O mercado está muito mais proativo do que reativo – se, antes, bastava colocar um anúncio de emprego e os candidatos respondiam, agora, isso já não acontece com tanta frequência.”
O que prevê para o futuro da empresa, em particular, e para o mercado, em geral?
Relativamente à Get The Job, prevejo que, nos próximos dois/três anos, consiga ser reconhecida como uma marca que atua no recrutamento de uma forma completamente distinta dos seus concorrentes. Aquilo que nos dará maior satisfação será perceber que os nossos clientes, sejam as empresas, sejam os candidatos, cresceram, e, com isto, que o trabalho feito por nós teve o seu valor.
Por sua vez, prevejo que o mercado vai ficar ainda mais complicado, nos próximos anos, muito devido aos fatores estruturais de que falei anteriormente. Porém, isso fará com que tenhamos empresas mais preparadas, focadas no desenvolvimento e na inovação.
Entrevista publicada na edição n.º 140 da RHmagazine, referente aos meses de maio/junho de 2022.
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