Pedro Ramos
Diretor de recursos humanos do Grupo TAP Air Portugal
A Mudança tem rosto e é humano…
Muitas vezes a má gestão dos processos de mudança na perspetiva das pessoas é a grande causadora para conhecidas “resistências à mudança” que não são mais do que formas de “defesa” em face da incerteza, do medo ou receio perante o desconhecido ou “o” não comunicado.
As pessoas serão sempre os MAIORES beneficiários dos processos de mudança. Até porque, sendo a mudança obrigatória face aos contextos do mercado ou do ambiente envolvente, no pós-mudança serão as pessoas que terão a possibilidade de forma mais preparada poderem beneficiar do processo agregado e construído em torno dessas mesmas mudanças.
Obviamente, quaisquer processos de mudança e transformação poderão causar impacto em termos dos status quo organizacionais, em termos dos lugares ou posições, na gestão dos cargos e de alguns benefícios associados, sendo que a única certeza é a possibilidade de se gerir uma “dose elevada” de incerteza durante e o final desse trajeto.
Mas também é verdade que gerir os processos de mudança com as próprias pessoas envolvidas – participantes ativos enquanto construtores da mudança mais do que assistentes da mudanças – terá um efeito muito mais mobilizador, concretizador e desafiador em todos os aspetos.
São as Pessoas que fazem a diferença, para o bem ou para o “menos bem”, nas suas organizações. São as pessoas que podem agregar valor ou, pelo contrário, destruir valor para as suas empresas. São as pessoas que podem tornar-se facilitadores, agentes de mudança e transformação, ou, em sentido inverso, os maiores resistentes, os grandes vendedores das ideias internas de que mudar e ser mudado são afinal sinónimos e faces da mesma moeda.
Neste “lado humano das mudanças” exige-se um especial cuidado que a gestão de topo das organização deve tomar. Referimo-nos ao papel dos lideres e das diversas lideranças poderão assumir nestes contextos e percursos da mudança.
A liderança mobilizadora pelo exemplo, a começar pelo topo, é essencial na demonstração de que existe “uma só voz” de mudança e uma só onda que importa surfar por todos no quadro que está a ser empreendido e vivenciado.
O papel dos lideres, e sobretudo das lideranças intermédias, é essencial enquanto “arautos” das bondades das mudanças para todos e enquanto garante do foco do fim em vista (no destino final) e não apenas nos meios utilizados para lá chegar.
Estamos, por isso, também a falar de uma Estratégia de Mudança e Transformação nas organizações…
Mude, mude sempre e muito… Senão… É MUDADO!