No passado dia 25 de novembro realizou-se a comemoração dos 60 anos da Universidade Europeia e do ensino em Recursos Humanos. Um dia repleto de debates, reflexões e muito partilha. A RHmagazine assistiu à talk “O Futuro do Trabalho” com Rui Dias Teixeira, Country Manager & Board Member, e Andreia Almeida, Country HR Manager da ManpowerGroup Portugal, e à mesa redonda “Questões fraturantes da Gestão de Pessoas – As exigências do futuro”, que contou com a participação de Cristina Martins de Barros, Managing Director do IIRH.
O auditório do campus Quinta do Bom Nome da Universidade Europeia recebeu alunos, ex-alunos, professores e parceiros para celebrar o 60.º aniversário da instituição. Após a atuação da tuna feminina da universidade – a Tunalíz –, seguiu-se a talk “O Futuro do Trabalho”, na qual Rui Dias Teixeira, Country Manager & Board Member da ManpowerGroup Portugal, e Andreia Almeida, Country HR Manager da mesma empresa , abordaram as 10 tendências do setor para 2023.
1. Redefinição do trabalho, flexibilidade
A respeito desta tendência, Rui Dias Teixeira diz: “Entre o modelo híbrido, remoto e presencial não há uma receita única; o one size fits all já não existe, pois as nossas necessidades são, hoje, sentidas de forma diferente daquilo que eram no pré-pandemia”.
2.Cultura
7 em cada 10 trabalhadores dizem que é importante trabalhar com líderes em quem confiam e encontrar significado pessoal no trabalho quotidiano. 3 em cada 4 trabalhadores querem sentir-se motivados. 7 em 10 pessoas acreditam que o seu trabalho é importante para as organizações.
“A cultura não ganhou outra relevância; precisa é de ser adaptada aos novos modelos culturais. Estamos perante uma GRH completamente diferente e temos de capacitar os nossos líderes a serem bons líderes de equipas multidisciplinares, multipaís e em formato híbrido”, defende, por sua vez, Andreia Almeida.
3.Saúde mental
3 em cada 10 trabalhadores verbalizam que querem que as empresas dediquem mais dias ao burnout e questões de saúde mental.
4. Ascensão do ativismo
64% dos trabalhadores querem que o seu trabalho diário ajude a sociedade. Há uma perspetiva de construir um futuro em empresas que lutem pelas causas em que acreditam. 2 em cada 3 trabalhadores querem trabalhar em organizações com valores próximos dos seus.
5. A escassez de talento está a impulsionar a criatividade
Portugal é o 2.º país do mundo com maior escassez de talento (85%).
“Antes, há 30/40 anos, éramos uma país de emigração e está na altura de assumirmos que, hoje, precisamos de ser uma país de imigração [para combater a escassez de talento]”, aponta Rui Dias Teixeira. “Formas de combater esta escassez, a curto-médio prazo, serão a atração de recursos de outras geografias e o upskilling e reskilling”, acrescenta o Country Manager & Board Member da ManpowerGroup Portugal.
6.Diversidade, equidade e inclusão e pertença
Mais de 30% das empresas já implementam programas formativos nesta área.
Relativamente a esta temática, Rui Dias Teixeira refere: “Temos de ter a preocupação, enquanto responsáveis das organizações, de criar oportunidades iguais para todos”. “Equipas mais diversas têm melhores resultados; é algo muito pragmático e não mais uma moda”, diz ainda.
7.Human vs. Robô
1 em cada 3 organizações planeiam investir em mais tecnologia. Será que os humanos serão substituídos pelos robôs? Rui Dias Teixeira responde.
“Não seremos substituídos por máquinas; há, sem dúvida, tarefas em que as máquinas serão mais ágeis que os humanos. Porém, em tarefas de liderança não seremos substituídos. A tecnologia complementa, mas não substitui”.
8.
People Analytics
9.
ESG (De net zero a net positive)
“Fizemos um questionário para saber o que mais preocupava as nossas pessoas e o foco não esteve nos ESG, mas ainda assim a Manpower não vai deixar de se preocupar com esta questão”, diz, por sua vez, Andreia Almeida.
10.
Risco e resiliência
Questões fraturantes da Gestão de Pessoas – As exigências do futuro
Pelas 16h, teve lugar a mesa redonda “Questões fraturantes da Gestão de Pessoas – As exigências do futuro”, que contou com a moderação de Pedro Baltasar, finalista de GRH da Universidade Europeia. O painel de oradores foi composto por: Carla Costa, Dean da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Europeia, Cristina Martins de Barros, Managing Director do IIRH, Carla Caracol, Vice-Presidente da APG e DRH da Renascença e Vitor Antunes – Board Member da APESPE RH e Managing Director da ManpowerGroup.
A primeira questão colocada prendeu-se com a importância de, atualmente, os líderes serem empáticos.
Para Carla Caracol, esta é uma questão fraturante.
Segundo a oradora, “não faz sentido ter um líder dentro de uma organização que é apenas a pessoa que desenha aquilo que deve ser feito. Podemos não fazer tudo, mas acompanhamos quem faz. Há que liderar pelo exemplo”.
“Temos de ouvir os nossos colaboradores. Não podemos adotar uma postura diretiva”, defende, por sua vez, Vitor Antunes.
Cristina Martins de Barros diz: “Há que transmitir a confiança suficiente ao colaborador, para que este faça as tarefas de acordo com a sua organização, e ensiná-lo a aprender com o erro. Cada vez mais, as pessoas são responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento e o líder deve dar-lhes essa liberdade”.
Como conselhos para os futuros gestores de RH, os oradores apontam, entre outros, a necessidade de “alimentar” as redes de networking e desenvolver competências fora do core do setor, tais como o marketing digital e a criatividade.
O dia comemorativo continuou com a apresentação do livro “60 anos de história e estórias vividas”, com introdução de Ana Passos, reitora da Universidade Europeia, e a docente Isabel Moço. Seguiu-se um momento emotivo de partilha de experiências de antigos alunos da instituição académica.
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