Apesar do teletrabalho estar para ficar, espaços de trabalho menos densificados e novos padrões nas deslocações marcarão o futuro da procura no mercado de escritórios.
Ao analisar tendências históricas com a pesquisa mais atual e as perspetivas dos clientes, o novo relatório da JLL “The Future of Office Demand” conclui que, apesar do teletrabalho ser uma tendência, o escritório físico irá manter a sua importância enquanto espaço facilitador de inovação e colaboração e de saúde, bem-estar e produtividade dos colaboradores.
Depois de três meses em que a generalidade das empresas e os seus colaboradores foram obrigados trabalho remoto e se adaptaram com bastante sucesso a esta realidade, há hoje novos dados que mostram que os colaboradores têm o desejo de voltar às rotinas habituais em detrimento de estarem a trabalhar a partir de casa em permanência.
As estratégias de localização das empresas também poderão mudar
Segundo o estudo da JLL, as estratégias de localização das empresas também poderão mudar, com maior foco num ecossistema mais diversificado. No curto-prazo, haverá uma maior procura em zonas suburbanas e em cidades de segunda e terceira linha, por parte de empresas que necessitam apenas de um espaço que possibilite que os seus colaboradores possam interagir com os colegas em zonas mais próximas de casa. Esta pode também ser uma tendência pós-pandemia, já que a ausência de deslocações casa-trabalho foi o fator que mais colaboradores apreciaram no teletrabalho – foi essa a resposta de cerca de metade (49%) dos inquiridos num inquérito recente da JLL a 3 mil profissionais em vários países.
A JLL conclui agora que o mercado de imobiliário corporativo recuperou à medida que a economia também foi sendo reconstruída. As incertezas em torno da pandemia e a possibilidade de uma segunda vaga do surto tornam, contudo, difícil prever em quanto tempo se iniciará a recuperação. Ainda assim, a criatividade dos empregadores para aumentar a produtividade com estratégias de rotatividade das equipas no regresso aos escritórios e a aposta por espaços de trabalho socialmente distantes dão uma perspetiva encorajadora para a procura de escritórios.
Colaboradores sentem falta da interação humana e socialização
Por outro lado, os escritórios encorajam a colaboração, a inovação, o mentoring e o team building, ou seja, situações que a tecnologia tem dificuldade em replicar. De facto, o mesmo inquérito da JLL mostra que 58% dos colaboradores sentem falta do escritório, com os mais novos – até aos 35 anos – a mostrar um desejo ainda mais forte de regressar (65%). A interação humana e a socialização com os colegas foi o que mais se sentiu falta durante a ausência do escritório (44%), seguido pelo trabalho coletivo cara-a-cara (29%), de acordo com o survey.