Autora: Joana Santos Silva, Diretora de Inovação e Professora de Estratégia do ISEG Executive Education
“An investment in education gives the best returns.” – Benjamin Franklin
No mês passado dediquei a minha crónica à necessidade de defender o bom que se faz em Portugal e o talento extraordinário que temos no nosso país. Esta semana, por coincidência, foram publicados os rankings do prestigiado Financial Times que lista as 50 melhores escolas a nível mundial, no que diz respeito à Formação Executiva e Avançada na área da gestão.
Não pretendo fazer promoção de nenhuma das escolas em particular, mas gostava de destacar o feito que Portugal consegui com este ranking. Temos quatro escolas presentes entre as 50 melhores do mundo: o ISEG, a PBS, a Católica e a Nova. Quando primeiro abri o ficheiro embargado que vinha do Financial Times na semana passada, o facto mais impressionante de entre todos é que entre os vários países europeus somos o 3.º país mais representado neste ranking. Nos primeiros dois lugares encontram-se o Reino Unido e a França que têm uma longa tradição de educação avançada e que há muito constam nestes rankings. Contudo, ultrapassámos países como a Espanha, Holanda, Alemanha, entre outros.
Deveria ser um motivo de orgulho para todos de estarmos a colocar o nosso ensino ao nível do melhor que se faz no mundo. Apesar das nossas desvantagens estruturais, como o facto de sermos um país pequeno, com nível de formação médio, mais baixo do que a média europeia, e as limitações económicas, somos capazes de garantir formação state-of-the-art aos gestores e empresas portuguesas.
Entre os vários países europeus somos o 3.º país mais representado neste ranking [do Financial Times]
Realçava que este feito não é das Escolas de negócio, mas antes das empresas e dos participantes individuais em Portugal. Esta conquista só foi possível, porque tem havido um investimento e preocupação crescente no desenvolvimento de competências em gestão no nosso país. Não seria possível apresentar um mercado competitivo e de qualidade na educação sem o investimento, por vezes sofrido, por parte de quem escolhe a formação.
Em 2021, entre vários projetos, tive o privilégio de desenhar e entregar um programa de direção à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Uma instituição super centenária, com valores fortes e de impacto incomparável na sociedade portuguesa. Como podem facilmente compreender, a COVID-19 refletiu-se na necessidade reforçada em projetos sociais e o respetivo impacto financeiro na instituição, mas mesmo assim, e parafraseando a Administradora que muito prezo e respeito, é preciso continuar a investir em formação, pois será um instrumento fundamental para a organização.
Apesar dos últimos dois anos terem representado desafios sérios à sobrevivência de muitas empresas e organizações, ouvimos com frequência o reforço e priorização pela formação. Essa formação é vista como instrumento de capacitação, mas também como forma de atração e retenção de talento. É cada vez mais usual ouvirmos participantes individuais referirem-se às empresas como “escolas”.
Há muito, que tenho para mim, que a base de uma sociedade competitiva assenta em educação e saúde. Como dizia Immanuel Kant: “O ser humano é aquilo que a educação faz dele.”
É extraordinário observar a evolução fantástica do nosso país. Temos conquistado melhorias em níveis de formação médios, temos melhorado a qualidade do talento do nosso país, mas o mais importante de tudo, mudámos o mindset que hoje reconhece a importância da formação e educação formal e informal.
Faz 12 anos que estou dedicada ao ensino superior e é notório o salto qualitativo e quantitativo que fizemos enquanto país. Nunca tive dúvida do potencial das nossas pessoas e organizações e, hoje, são indicadores como este que fazem refletir um país cheio de talento, capacidade e vontade de fazer e ambição para estar entre os melhores.
Mudámos o mindset que hoje reconhece a importância da formação e educação formal e informal
Também não tenho dúvida de que isto é apenas uma parte de um percurso cintilante para o nosso país. Um percurso de afirmação internacional de pessoas, empresas e organizações. Não podia estar mais orgulhosa e agradeço a todos os que fizeram investimento na sua educação individual ou dos seus quadros. Estes rankings são tão vossos, como das Escolas que ofereceram a respetiva formação. Vivemos de um ciclo virtuoso de crescimento, desenvolvimento e valor e este é possível apenas com o vosso esforço.
O nível de exigência está alto. Estamos comprometidos em fazer ainda mais e melhor.
Exigem de nós que continuemos a inovar, desenhar soluções diferenciadas que contribuem para a melhoria de todos.
O nosso futuro passará sempre por uma formação exigente e criativa. O futuro parece-me brilhante. Parabéns a todos por este resultado fantástico! O feito é vosso!
Siga-nos no LinkedIn, Facebook, Instagram e Twitter e assine aqui a nossa newsletter para receber as mais recentes notícias do setor a cada semana!