Autor: António Saraiva, Business Development Manager do ISQ Academy
A Gestão de Pessoas tem uma particular influência nas boas práticas organizacionais e nos resultados alcançados. Cada vez mais, existem eventos onde se congregam reflexões estratégicas determinantes e se consolidam práticas inovadoras, colocando as pessoas no centro de cada organização. A preparação e desenvolvimento da liderança é um fator diferenciador. O crescimento sustentável implica líderes empáticos e com forte pendor humanista, que acompanham as suas pessoas diariamente e com preocupações pelo bem estar físico e emocional.
O mundo está em mudança, impactado por uma crise sanitária e por acontecimentos internacionais preocupantes, desde catástrofes ambientais a conflitos. Há novos desafios para os líderes atuais em que se exige a atitude certa para a mudança! Exige-se uma componente humana muito forte, pretendem-se líderes que transmitam confiança, com a capacidade de inspirar as suas pessoas, as suas equipas e as agreguem num propósito comum. E não podemos esquecer a capacitação de uma nova geração de líderes, certamente mais capazes face à revolução tecnológica em curso, mas que necessitam de consolidar outras competências, nomeadamente um novo olhar sobre a importância dos valores morais e éticos, em que a responsabilidade social deve estar na respetiva agenda.
O crescimento sustentável implica líderes empáticos e com forte pendor humanista
É necessário elevar, também, o papel da mulher na liderança, pois os indicadores disponíveis revelam que o equilíbrio de género, não é só fator diferenciador, mas também de sucesso. Assim como, organizações preocupadas com fatores de inclusão e de aposta na diversidade cultural têm maiores e melhores armas para enfrentarem qualquer desafio.
A liderança é um dos temas que, certamente, mais tem gerado estudos, artigos, livros e conferências no âmbito da Gestão de Pessoas, gerando muitas teorias e retóricas. A questão é que a liderança é exercida por pessoas e para pessoas. E é aqui que reside o seu segredo.
A riqueza cultural, o respeito pelos fatores de comunicação e o impacto que o ambiente externo pode representar na produtividade são indicadores basilares a ser equacionados numa boa liderança. Reconhecer limites, do líder e dos elementos da respetiva equipa, e não ser intrusivo, mas ser atento às necessidades e competências, é uma garantia de eficiência e coesão – e sem receio algum de oferecer feedback e reconhecer o mérito. Estas são ferramentas de gestão essenciais, em prol de uma produtividade de elevada qualidade e eficácia. Saber tomar decisões, com assertividade, de forma transparente e objetiva, é uma expectativa de quem é liderado. Seja numa situação crítica, seja numa lógica mais estratégica e tática.
A riqueza cultural, o respeito pelos fatores de comunicação e o impacto que o ambiente externo pode representar na produtividade são indicadores basilares numa boa liderança
E há que não ter medo de pedir ajuda – ser líder não implica ser uma enciclopédia! Em ponto algum é um sinal de fraqueza demonstrar-se que se é humano. Até porque reside aqui a inovação e o desenvolvimento, através do contributo que todos podem oferecer. Mas ao mesmo tempo dar o exemplo. Os comportamentos do líder estimulam o comportamento dos liderados. Pela positiva e… pela negativa!
Liderar é ser atuante. Não chega observar! Há momentos, nomeadamente de crise, em que o “arregaçar as mangas” ao lado da sua equipa, sofrer as “dores” da mesma, demonstra algo que as equipas muito prezam – carisma! Há que assumir responsabilidades, não só pelo que é cometido ao seu perfil, mas pelo dar a cara, retirando obstáculos e abrindo novas soluções perante qualquer problema e não esquecer que nos movemos num mundo global. Desta forma, previnem-se constrangimentos para o líder e para quem é liderado.
Liderança é perceber claramente o contexto. É compreender a pessoa em cada contexto. No fundo, é personalizar a ação da liderança. O desafio é irmos sempre mais longe! É no entendimento e na partilha das boas práticas que as coisas acontecem. A capacidade de troca de experiências, consequentes à adaptabilidade de cada contexto são cruciais para o sucesso. Sabermos quais são as necessidades inerentes aos colaboradores de cada organização conduz a políticas mais coerentes de Gestão de Pessoas, mas também à obtenção do seu próprio bem-estar. Em particular, no quadro atual do mundo em que vivemos.
Sabermos quais as necessidades inerentes aos colaboradores de cada organização conduz a políticas mais coerentes de Gestão de Pessoas e à obtenção do seu próprio bem-estar
A liderança não está exclusivamente imbrincada com características de ordem técnica. Exercer a liderança é, na sua essência, possuir um conjunto de competências comportamentais e sociais de elevado nível. Muito passa pela formação de base, muitas vezes relacionada com os padrões académicos de origem, ou profissional, mais ou menos prática, mais ou menos contextualizada. Outro tanto, passa pela consciencialização do acrescentar mais valor, recorrendo a técnicas de desenvolvimento mais ou menos sofisticadas, como poderá ser o caso do coaching.
A boa liderança é muito do “conhecer-me a mim próprio”! É muito conhecer os outros, mas acima de tudo gostar de pessoas! No fundo, mais uma vez, é colocar as pessoas no centro de todo um processo, seja na sociedade, seja numa organização: eu e os outros! Eu e a minha relação com os outros. Sem esquecer em que contexto me movimento, privilegiando valores éticos e morais e o humanismo, salvaguardando o bem-estar físico e emocional das pessoas!
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