Os millennials são os que mais valorizam o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, quando têm de tomar uma decisão profissional. Já os boomers consideram mais importante o ambiente de trabalho. As conclusões são do Randstad Employer Brand Research.
No dia em que premiou as empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal, a Randstad divulgou as conclusões do estudo Randstad Employer Brand Research, que avalia a perceção de mais de 200 mil inquiridos de 32 países acerca da atratividade das empresas. De acordo com a empresa de recursos humanos, o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é o critério mais valorizado pelos millennials (55%) na sua decisão de trabalho, comparativamente com as duas gerações antecessoras, a geração X, dos 35 aos 54 anos, e os boomers, dos 55 aos 64 anos. Para estes últimos, o ambiente de trabalho é o fator mais importante na decisão de emprego (49%). Já a geração Z, composta por jovens entre os 18 e os 24, destaca a possibilidade de progressão de carreira como o critério mais importante (51%).
Apesar da importância que a tecnologia tem vindo a ganhar nas organizações é o critério menos valorizado pelas diferentes gerações. “A tecnologia é uma ferramenta e não um fator de atratividade. Existe para ajudar as pessoas a serem melhores e não terem de fazer tarefas repetitivas, mas não é o fator de motivação na escolha de um empregador. Acreditamos até que será cada vez mais uma commoditie”, afirma José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal.
O estudo também revela que os canais mais utilizados pelos portugueses para saberem mais sobre as empresas que estão a recrutar são os portais de emprego (77%), como o “Net-empregos”, “Expresso Emprego” e “Indeed-com”, as referências vindas de grupos pessoais (51%) e o Linkedin (47%). Já o site da empresa aparece em sexto lugar na lista, o Facebook em oitavo e na última posição o Twitter, com apenas 2%.
Permanecer ou sair da empresa?
Segundo a Randstad, no último ano, em Portugal, foram mais os que mudaram de empresa do que no ano anterior. “Um aumento da confiança no mercado e a redução da taxa de desemprego terão ajudado a este crescimento (15% em 2017 e 20% em 2018)”, refere a empresa. Mas a vontade de mudança também aumentou e passou de 27% para 31%.
É o bom ambiente no local de trabalho, capaz de proporcionar bem-estar diário, que mantém os millennials portugueses (43%) fiéis à sua empresa, revela o Randstad Employer Brand Research. Já a geração Z (35%) está mais preocupada em ganhar experiência e exige às empresas a criação das condições necessárias para um bom programa de formação.
Ao invés, é o baixo salário oferecido pela empresa que leva os millennials (52%) a procurarem novos desafios. Para a geração mais nova, são os problemas resultantes da falta de equilíbrio entre a vida pessoal e o profissional que mais pesam (27%).
“Com o evoluir das gerações, os motivos para esta mobilidade deixam cada vez mais de estar centrados nas limitações em construir uma carreira ou na falta de capacidade de liderança das empresas, algo que está mais alinhado com as preocupações das gerações mais antigas”, explica a Randstad.
Antes de se candidatarem a uma oferta de emprego, a maioria dos portugueses (92%) admite investigar a reputação das empresas. Os millennials (50%) procuram informação através do Linkedin e a geração Z (42%) recorre ao Facebook.
O setor energético, da saúde e dos serviços são os que os portugueses consideram mais atrativos para trabalhar, destacando-se nos critérios de saúde financeira, utilização de tecnologia de ponta e boa reputação, segundo os dados recolhidos pela Randstad. “Estes resultados demonstram bem que existe um gap entre o que as pessoas mais valorizam numa decisão de emprego e os critérios em que as empresas se destacam na opinião dos talentos. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é mesmo o melhor exemplo. Este é o critério mais valorizado, em especial pelos millennials, mas é um dos que tem pior avaliação (número nove em dez) nas empresas que atuam em Portugal, uma diferença que nos deve levar a agir e a criar uma estratégia de employer branding não apenas para as empresas, mas também para o nosso país, para a marca Portugal”, explica o CEO da Randstad Portugal.
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