A Unipartner, empresa de serviços de TI distinguida em 2020 como «Microsoft Partner of the Year», manteve-se à altura do desafio da pandemia e fechou o ano mantendo a rota de crescimento.
Nesta entrevista com o CEO, Fernando Reino da Costa, ficamos a conhecer o trajeto percorrido pela Unipartner em 2020, os projetos para 2021, e a visão do profissional relativamente ao futuro empresarial.
BC: A Unipartner é Microsoft Partner of the Year 2020, distinção que não é novidade. Fazendo um balanço de 2020, como correu o ano para a Unipartner?
FRC: Não obstante de termos a sorte de estarmos num setor que não foi levado a parar ou reduzir a sua operação, os impactos diretos e indiretos foram elevados, mas a família Unipartner manteve-se à altura do desafio – próximos dos clientes a gerir este momento de incerteza, com muita agilidade e grande sentido de responsabilidade e profissionalismo.
Apesar do contexto atual, são inúmeros os projetos de sucesso, os novos clientes que conquistámos, 17 entidades de renome, e os reconhecimentos que nos atribuíram. A Microsoft que atribuiu-nos dois prémios: a sua mais alta distinção a nível nacional, o «Microsoft Partner of the Year 2020», mas também o prémio de «App Modernization Partner of the Year».
Ainda em 2020, passámos a contar com cinco colegas em Espanha para suportar o nosso negócio internacional. O resultado é claramente positivo e fechámos 2020 mantendo a nossa rota de crescimento.
Veio a pandemia travar algum objetivo da empresa? Ou, pelo contrário, com o crescimento atual do meio digital nas empresas a todos os níveis, a Unipartner conseguiu beneficiar?
Como referi, a Unipartner continuou o seu percurso de crescimento em 2020, beneficiando do aumento da importância do digital na economia. No entanto, alguns dos nossos objetivos tiveram de ser alterados devido às restrições que a pandemia nos trouxe, nomeadamente, na redução de iniciativas que pressuponham presença física e deslocações. Refiro-me concretamente ao nosso plano de marketing e ao plano de internacionalização que sofreram impactos significativos, quer ao nível da presença em conferências e eventos, quer ao nível do engagement com clientes e potenciais clientes.
De que modo têm visto as empresas a caminhar para uma forma de trabalhar mais digital? Sentiram essa mudança de forma abrupta? As empresas tornaram-se, efetivamente, mais ágeis?
Para uma mudança efetiva da forma de trabalhar é necessário pôr em prática a visão de um posto de trabalho moderno, móvel e seguro, endereçando um conjunto de necessidades integradas numa única plataforma digital e segundo as boas práticas.
Essa visão envolve dar resposta: primeiro, à comunicação mais ad-hoc, simples e rápida através de chat, voz e vídeo que permite uma proximidade virtual entre pessoas, e ao acesso remoto aos sistemas internos, algo que de forma geral todas as organizações conseguiram implementar; segundo, a uma colaboração estruturada, onde é possível partilhar informação e conteúdos em grupos de trabalho, sejam departamentos ou equipas virtuais, que se reúnem regularmente, mantendo esse histórico; terceiro, ao aumento da produtividade através da digitalização dos processos. Este ponto é de especial importância, pois o momento atual veio expor aspetos na operação interna (e externa) das organizações que não estavam efetivamente preparados para este desafio. Daí a necessidade de acelerar a digitalização e adaptação dos processos para um contexto amplamente remoto. Por último, envolve dar resposta à necessidade de capacitar e estimular as equipas para uma mudança cultural na forma de trabalhar, com planos de comunicação e gestão da mudança adaptados às diferentes necessidades, passando por temas chave como o compliance, a segurança dos dados e das comunicações.
São vários os bons exemplos de organizações que estão neste caminho de forma acelerada. No entanto, a pandemia veio revelar diferentes níveis de maturidade digital e capacidade de resposta face a este tema, que veio claramente para ficar e que será cada vez mais um fator de competitividade e uma exigência por quem procura uma organização para trabalhar.
ASSINE AQUI A NOSSA NEWSLETTER SEMANAL E RECEBA OS MELHORES ARTIGOS DA SEMANA!
Na sua opinião, caminhamos para um futuro empresarial mais digital, mesmo no pós-Covid? Ou muitas das empresas irão manter as formas de trabalhar tradicionais após a pandemia e renegar o digital depois desta experiência “forçada” e, em muitos casos, com falta de preparação e de qualificações?
Hoje em dia, praticamente todas as organizações e profissões estão a incorporar o digital. Estamos nesse caminho, mas temos realmente um percurso grande pela frente. Nos últimos anos, já abordávamos o tema de forma estruturada. No final de 2019 foi, aliás, publicado o relatório de um estudo feito pela Nova SBE para a CIP, com a colaboração da McKinsey, intitulado «O Futuro do Trabalho em Portugal: O Imperativo da Requalificação». Este estudo alerta para o impacto da digitalização nos diferentes setores. O atual contexto de pandemia deve ser visto como uma oportunidade única para acelerar a modernização e transformação das organizações e a capacitação do capital humano e promoção de uma cultura mais digital.
O mundo está a tornar-se cada vez mais digital, é incontestável, e renegar essa realidade ou tem por base alguma estratégia de diferenciação positiva, ou irá provocar a perda de produtividade e competitividade.
E a nível da formação? Com o aparecimento da pandemia, de que forma é que a Unipartner alterou as formas de trabalhar e continuou com as Academias? Já que grande parte das empresas cancelou a receção de alunos.
A Unipartner parte de uma realidade diferente. Já estávamos bastante adaptados a modelos de trabalho flexíveis com colaboradores em diferentes localizações. Exemplo desta realidade são as equipas de projeto com elementos do centro de competências da Unipartner Madeira, em conjunto com elementos da equipa da Unipartner, em Lisboa, para servir clientes nacionais e internacionais.
Ainda assim, o contexto atual levou-nos a reforçar as reuniões de acompanhamento, estabelecemos mais canais de comunicação, criámos mais eventos e iniciativas para aumentar o employee engagement, estimulando a proximidade, a colaboração, com programas específicos de nutrição e bem-estar.
Hoje em dia, promovemos o nosso próprio exemplo e as iniciativas inovadoras de gestão da mudança que temos implementado para fortalecer a família Unipartner. Este conjunto de boas práticas teve claramente impacto enquanto acelerador da capacitação, produtividade e motivação para as novas formas de trabalhar.
Acreditar no futuro é não travar estas iniciativas, e, por essa razão, ao nível das Academias, mesmo com a atual pandemia, mantivemos o nosso programa, uma vez que ele é chave para a estratégia de evolução e crescimento da Unipartner.
Em 2020, contámos com 43 novos talentos de diferentes escolas e em diferentes fases da sua vida académica. Neste novo normal foi necessário um maior esforço para proporcionar uma experiência rica e segura a estes trainees. Tal só foi possível com base no grupo de mentores internos que asseguraram que mesmo em modelos novos de trabalho, os trainees se sentissem acompanhados e com um plano concreto.
Que feedback têm até agora relativamente às Academias neste novo contexto? Pretendem, num futuro pós-Covid, manter alguma nova forma de trabalhar a nível das Academias?
O feedback dado por cada um dos trainees tem sido muito positivo. Na cerimónia de entrega de diplomas da academia, cada aluno fez o pitch sobre a sua experiência e apresentou os resultados que atingiu. Esta cerimónia é o ponto alto do nosso programa de academias, que já no ano passado tinha sido feita em modelo híbrido.
O programa de 2020 foi realmente um sucesso, e a melhor forma de o comprovar é referir que depois de terminarem a Academia, a maioria dos 43 trainees está hoje connosco, juntaram-se à família Unipartner trazendo a sua motivação e energia. Neste sentido, consideramos este projeto de Academias fulcral para a nossa atividade e como oportunidade para as novas gerações terem contacto com o mundo empresarial, da consultoria e da transformação digital. Os trainees de 2020 valorizaram ainda mais esta oportunidade como uma aposta no seu futuro profissional no momento que vivemos.
No caso da Unipartner, mais de 50% dos participantes acabam por integrar a Unipartner. Dependendo muito da fase da vida académica em que estão, muitas vezes tencionam continuar os estudos e é algo que incentivamos por considerarmos importante. Mais tarde têm oportunidade de voltar.
Este é um modelo que queremos manter, uma vez que temos um feedback muito positivo. O sucesso da Academia passa muito pelo modelo que implementamos, nomeadamente o desafio que damos a cada trainee, o mentor que o acompanha e a experiência que, de forma geral, tem trazido resultados excecionais. Temos inclusive um vídeo no nosso site, dinâmico e inspirador, com uma boa parte dos trainees das nossas Academias a falar da sua experiência.
O que esperam de 2021? Não só a nível das Academias, mas também a nível de crescimento da Unipartner?
Esperamos que 2021 seja um ano de início da recuperação e aceleração da economia. Sabemos, no entanto, que ainda enfrentamos várias incertezas nomeadamente duas: primeira, quando é que efetivamente vemos indicadores que nos dão a garantia que a pandemia está em rota de redução permanente, e segunda, qual o real impacto na economia em geral e em particular nos setores que ainda estão a ser apoiados.
A nossa ambição é continuar o trajeto de crescimento em 2021, mas como pretendemos um crescimento sustentável encaramos 2021 com tranquilidade, como um ano viragem e preparação para maiores crescimentos futuros. Nesse sentido, estamos a investir internamente, melhorando o nosso modelo organizacional e reforçando áreas chave para dar resposta à nossa missão e estratégia.
ASSINE AQUI A NOSSA NEWSLETTER SEMANAL E RECEBA OS MELHORES ARTIGOS DA SEMANA!