Um estudo elaborado pela Michael Page sobre o comportamento do mercado de trabalho no período crítico da Covid-19, revelou que os candidatos priorizaram o reforço de competências e procura por trabalho temporário no período de confinamento imposto pela pandemia.
Este estudo contou com o contributo de 5075 inquiridos, de 13 países – Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal, Suécia, Suíça e Turquia – e os dados foram recolhidos entre 20 de Março e 20 de Maio de 2020.
A procura por trabalho continuou
Neste período especialmente crítico para o mercado de trabalho, cerca de 35% dos inquiridos referiu estar à procura de emprego desde 1 a 3 meses, enquanto 10% está à procura desde 3 a 6 meses.
Neste sentido, mais de metade dos inquiridos (58,1%) afirma que consideraria aceitar uma proposta de contrato de trabalho flexível (contratos em regime Interim, temporários e de Outsourcing) no seu próximo projeto, destacando as principais vantagens do trabalho flexível, como a capacidade de enriquecer as suas competências e experiência (63,9), a oportunidade de trabalhar para diferentes empresas em novas funções (42,4%), e a oportunidade de passar de uma posição temporária para permanente (40,8%).
Por fim, este estudo também averiguou quais os motivos de apreensão dos colaboradores em relação a projetos temporários, tendo concluído que a larga maioria aponta a falta de estabilidade financeira (75,4%) e o facto de considerarem que este tipo de projetos não desenvolve as suas competências (40,6%) como fatores determinantes para não aceitar um trabalho deste tipo.
Mercado de trabalho no pós-pandemia
Este estudo da Michael Page sobre o mercado de trabalho levou à conclusão de que o confinamento impulsionou um aumento exponencial do trabalho remoto. Esta modalidade ganhou um novo relevo no meio laboral, o que veio a ser confirmado por 57,5% dos inquiridos, que afirmam querer ter a hipótese de trabalhar remotamente, pelo menos vários dias por mês.
Mas este período também ficou caracterizado pela procura de novos talentos por parte de várias empresas. Neste sentido, torna-se cada vez mais importante que as empresas invistam no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos colaboradores, fator apontado como muito importante por 97,3% dos inquiridos. Além disso, o acesso à formação (97,3%), o reconhecimento do trabalho (98,7%), as boas relações (98%) e a responsabilidade social (95,8%) também foram apontados como temas-chave a abordar com os novos talentos.
De acordo com os dados obtidos, o salário e a igualdade de género continuam a ser fatores importantes para iniciar um novo projeto no pós-pandemia, apesar de já não serem os principais fatores para atrair talento, como foram outrora. Assim, também não é surpresa que o interesse dos candidatos pela mobilidade internacional também tenha caído, obtendo 52% de respostas favoráveis.