Um ano após a última edição, o Fórum RH 2023 está de regresso ao Estádio do Sport Lisboa e Benfica. Caso não tenha tido a oportunidade de marcar presença naquele que é o evento de referência para os decisores do setor dos Recursos Humanos em Portugal, ative as notificações do nosso portal e acompanhe, em direto, a cobertura da 28.ª edição do Fórum RH.
Num ano marcado por incertezas e grandes mudanças tecnológicas, o Fórum RH está de volta, mais uma vez, ao Estádio do Sport Lisboa e Benfica, com uma edição repleta de muitas surpresas. Serão 26 conferências em duas salas, com mais de 50 oradores e especialistas na área de Recursos Humanos.
A 28.ª edição do Fórum RH conta com o patrocínio de: Adecco; Edenred; Goodhabitz; ISEG Executive Education; Cornerstone/ISQe Engaging People; Workplace Options (Patrocinadores Premium); ADP; AMT Consulting; Arago Consulting; Capgemini; Cegid; Centralmed; Growing; ISQ Academy; PHC Business Software; Ray BBDM; SAP Success Factor; e Urban Sports Club.
O Fórum RH 2023 conta, ainda, com o apoio e com os expositores: Actuasys; APG; Atec; Futuro; e Seines.
Acompanhe o evento ao minuto, em direto, e fique a par de tudo o que será abordado na Sala 1.
9h00 | Sessão de Abertura
Está aberta a 28ª edição do Fórum RH. A sessão de abertura teve lugar na Sala 2 e esteve a cargo de Cristina Barros, diretora da RHmagazine, que deu as boas vindas aos participantes do Fórum.
A diretora da RHmagazine passou a palavra a Pedro Ginjeira do Nascimento, Secretário-Geral da Associação Business Roundtable Portugal, que enfatizou a importância do investimento em talento e lideranças cada vez mais capazes.
“Quem não cresce não cria oportunidades”. Foi esta a mensagem transmitida por Pedro Ginjeira do Nascimento, que chamou a atenção dos presentes para os principais desafios que o mercado de trabalho está a enfrentar atualmente e que estão a afetar diretamente a forma como este está a ser (in)capaz de captar e reter talento.
9h40 | Expertise: Tecnologia para uma estratégia centrada no ser Humano

A primeira palestra da Sala 1 está a cargo de Filipe Seixas, People Experience Director da PHC Software.
“Adapt and grow”, “cool but pro” e “make an impact”. São estes os três pilares que sustentam a atuação da tecnológica, que afirma ter uma cultura voltada para as pessoas. Como reflexo desta cultura e missão, a PHC desenvolve software de gestão onde o core são os recursos humanos das organizações e a gestão das suas necessidades.
Sob o mote “Technology for a human-centric strategy”, Filipe Seixas deixou claro o papel facilitador que cada vez mais a tecnologia desempenha no seio das organizações, especialmente na gestão de pessoas. Num mundo em que a exigência dos colaboradores está cada vez mais alta, o People Experience Director, apontou a necessidade de as empresas e lideranças se adaptarem ao novo paradigma dos RH e apostarem numa abordagem assente na melhoria da experiência, gestão de desempenho, cultura de feedback e reconhecimento.
O responsável pelos recursos humanos da tecnológica enfatizou ainda a necessidade de as empresas definirem objetivos claros de forma a promover a participação ativa de todos os colaboradores rumo a um objetivo comum. Através da metodologia Agile, a PHC tem vindo a conseguir trazer, para a empresa, a possibilidade de todos os seus colaboradores serem decisores ativos dos processos onde estão envolvidos, como forma de promover a sua autonomia e tornar os projetos mais ágeis.
“Não temos de ter receio em trabalhar de forma diferente”, disse Filipe Seixas.
10h00 | Mesa-Redonda: Novas tendências em recrutamento e seleção: como utilizar tecnologias e inovações para recrutar e selecionar os melhores candidatos para a empresa
A Sala 1 recebe agora uma mesa-redonda moderada por Alexandra Andrade, Country Manager, da ADECCO Portugal.
Para João Pita Negrão, People Transformation Corporate Director na Ascendum Group, a tecnologia é já incontornável para o sucesso do recrutamento e seleção. O responsável identificou, principalmente, a gestão de dados como uma das principais tendências do setor atualmente. “Na guerra de talento, o talento ganhou”, referiu, identificando a necessidade de as empresas se adaptarem e recorrerem cada vez mais à tecnologia para poderem forneceder uma melhor experiência aos colaboradores e candidatos.
Esta mensagem foi partilhada por Tiago Almeida, Head of Recruitment na EDP, que identificou a analítica como uma das principais tendências atuais do mercado. Altamente disruptiva, a analítica oferece a oportunidade única às empresas de conhecer a fundo os candidatos, identificar o seu potencial e perceber, também, onde devem estas apostar de forma a alavancar as capacidades dos seus colaboradores.
Numa altura em que o mercado está mais competitivo do que nunca, a tecnologia foi apontada pelos participantes nesta mesa redonda como um dos principais aliados das organizações no contexto atual. Em termos de recrutamento e seleção, Clara Celestino, HR Leader na Nokia, deu o exemplo do recurso a plataformas que tenham por base a Inteligência Artificial como forma de produzir a descrição das vagas e poupar tempo aos colaboradores dos departamentos de RH das tarefas rotineiras e lhes permitem estar mais focados na criação de valor para o negócio.
“A tecnologia não pode dissociar-se das pessoas”, afiançou Tiago Almeida (EDP), que explicou que apesar de automatização ser essencial, para que os departamentos de RH sejam cada vez mais eficientes, a mão humana continuará a ser fulcral. Os dados são essenciais para “recrutar melhor”, explicou.
Outro dos grande benefícios trazidos pela tecnologia apontado pelos intervenientes na mesa-redonda é o facto de a tecnologia permitir analisar padrões, definir perfis e encontrar respostas à medida das necessidades dos colaboradores e da empresa.
O desenvolvimento de carreiras esteve, também, em destaque, pela mão de Clara Celestino, que reforçou que mais do que procurar talento no mercado, é importante também que as organizações estejam cada vez mais atentas ao talento que têm no interior da sua organização. Ana Pereira da Cruz, Talent and Performance Management for Europe and New Business na Sonae Sierra, preconizou esta mensagem, identificando a premência de as empresas olharem para o talento de forma holística e apostarem nos seus colaboradores e em impulsionar as suas competências.
Mais do que tendências tecnológicas, os presentes na mesa-redonda chamaram a atenção de cada vez mais os candidatos procurarem empresas que estejam alinhadas com o seu propósito e para a necessidade de as organizações estarem cada vez mais atentas a este paradigma. Para o conseguirem, Ana Pereira da Cruz acredita que é necessário, também, transformar as lideranças e alinhá-las com a cultura e propósito das empresas.
10h45 | Expertise: A utilização de IA na gestão de recursos humanos

A tecnologia e a transformação digital continuam a ditar o tom da manhã. Miguel Ribeiro, Docente da pós-graduação em Applied Artificial Intelligence & Machine Learning e Chief Technology Officer no ISEG, traz agora à Sala 1 uma apresentação que colocou em cima da mesa os benefícios que as ferramentas baseadas em IA estão a trazer para a gestão de pessoas.
Em específico através do recurso a Natural Language Processing (NLP), o docente elencou os diferentes benefícios que a IA está a trazer para os departamentos de RH. Clipping, análise de textos, interpretação de informação, transcrições de reuniões, tradução de idiomas e extração de dados de documentos (como os CV).
O recurso a NLP é extenso e pode mesmo traduzir-se, no seio dos Recursos Humanos, em uma melhor análise de candidaturas, por via de uma análise de documentos onde as capacidades-chave de cada candidato são sumarizadas de forma a que os recrutadores possam analisar cada candidato de forma mais rápida e agilizando todo o processo.
Mais do que uma utilização voltada para o processo de recrutamento, o recurso à IA pode ser abrir portas a um sem número de utilizações dentro das empresas. Desde logo o próprio onboarding pode beneficiar do recurso a chatbots que contenham toda a informação útil sobre férias, benefícios, entre outros temas, para ajudar os colaboradores mais recentes a integrarem-se mais facilmente na organização.
O desenvolvimento dos profissionais nas organizações também pode beneficiar do recurso à IA. A análise de dados anda de mãos dados com esta tecnologia, ao permitir que os responsáveis de RH analisem o potencial dos seus colaboradores, saibam identificar as necessidades da empresa e consigam desenhar planos de carreira à medida da empresa e das suas pessoas.
“A retenção dos profissionais é um desafio”, referiu o docente, que destacou a importância da tecnologia para as empresas terem a capacidade de identificar tendências de mercado e conseguirem acompanhá-las, de forma a manterem as suas equipas motivadas e produtivas.
Os profissionais de recursos humanos não são apenas recrutadores nas empresas, são uma peça fundamental para o negócio, e ao terem mais tempo para analisar tendências e criar estratégias, terão uma maior oportunidade de criar valor para a organização e tomar decisões mais informadas.
11h35 | À conversa com Rosa Martins, CSO da Edenred Portugal & Maria Kol, HR Country Lead da Cisco Portugal
Após um breve intervalo, a Sala 1 recebe Rosa Martins, CSO da Edenred Portugal, e Maria Kol, HR Country Lead da Cisco Portugal, que debateram o papel dos benefícios benefícios flexíveis na remuneração dos colaboradores enquanto arma poderosa na atração e retenção de talentos.
Num mercado de trabalho cada vez mais complexo e competitivo, onde a escassez de talento é uma realidade presente, Maria Kol destacou a importância de as empresas promoverem benefícios extrassalariais aos seus colaboradores.
A necessidade de auscultarem as suas equipas esteve em cima da mesa, com a responsável pelos Recursos Humanos da Cisco a enfatizar a necessidade de as empresas aferirem as necessidades dos seus colaboradores e conseguirem oferecer soluções à sua medida para que estes estejam motivados e sejam mais produtivos.
11h55 | Mesa-redonda: Saúde e bem-estar dos colaboradores: estratégias para promover a saúde física e mental dos colaboradores, incluindo programas de bem-estar, benefícios e ambiente de trabalho
Moderada por Afonso Gomes Rodrigues, Team Lead International Growth no Urban Sports Club, esta mesa-redonda quer combater o estigma em torno da saúde mental e enfatizar a importância de as empresas levarem a cabo planos de ação que sejam capazes de auxiliar os colaboradores.
Para Patrícia Rijo, People Business Partner da Volkswagen Digital Solutions, o primeiro passo em torno a uma estratégia de promoção de saúde mental bem-sucedida passa pela “consciencialização”. Através de parcerias com empresas do setor, através de uma maior transparência por parte da empresa, a Volkswagen Digital Solutions começou o seu caminho em 2021 e hoje oferece já uma simbiose entre saúde física e mental.
No campo da edificação de estratégias, não existem planos de ação “one size fits all”, referiu o moderador da mesa-redonda. Esta mensagem foi reforçada por Hugo Protázio, Diretor de Recursos Humanos da JCDecaux Portugal que reconhece a importância de as empresas alinharem as suas iniciativas ao próprio negócio. “Não temos ainda um programa de bem-estar estruturado, ainda estamos numa fase de aferição e queremos adaptá-lo aos nossos colaboradores, que têm perfis diferentes entre si”, explicou. Apesar de estar ainda a dar os primeiros passos nesse sentido, a JCDecaux Portugal não desvaloriza a promoção da saúde mental da sua equipa: para o responsável de RH, a auscultação da sua força de trabalho é o primeiro passo para uma estratégia que seja capaz de dar resposta aos desafios apresentados pelos colaboradores.
No caso da Bool, a estratégia de saúde física e mental centrou-se na promoção do desporto. Patrícia Silva, Chief People Officer da Bool, trouxe aos presentes na mesa-redonda os benefícios que a empresa tem encontrado na parceria com o Urban Sports Club, que deu oportunidade aos seus colaboradores de praticarem exercício físico onde e quando querem. Os resultados têm sido positivos e têm-se traduzido numa maior coesão entre as equipas e um espírito de equipa e motivação mais presentes.
A promoção da saúde por meio da atividade física também foi uma aposta da Teya. De acordo com João Álvaro, HR Business Partner (Compensation & Benefits) da Teya, a prática de exercício físico tem trazido inúmeros benefícios para os colaboradores não só a nível físico, mas também em termos psicológicos.
12h40 | Sessão de Mindfulness by Urban Sports Club
Antes da pausa para o almoço, a Sala 1 recebe uma sessão de Mindfulness promovida pelo Urban Sports Club, com o objetivo de ajudar os presentes a conectar o corpo e a mente.
14h20 | Mesa-redonda: Como construir uma cultura de aprendizagem contínua: estratégias eficazes para formação e desenvolvimento de talentos
O Fórum RH está de volta à Sala 1, após um intervalo para almoço. Sara Dória, Managing Director da GROW-ING, é a moderadora da mesa-redonda que inaugurou o programa da tarde do certame.
Quando o tema é cultura empresarial, não existe uma resposta certa. Para Clara Estanqueiro, Talent Development and Culture Director do LIDL, a cultura empresarial é mutável, deve acompanhar as tendências e a evolução do mercado de trabalho e das necessidades que os trabalhadores apresentam ao longo do tempo.
Numa altura em que “o propósito é cada vez mais importante”, identificou Rita Mingatos, Responsável Recrutamento, Desenvolvimento e Comunicação Interna da FNAC Portugal, a cultura organizacional tem um pacto ainda maior na retenção e desenvolvimento de talentos.
Para os presentes na mesa-redonda, é fundamental que a cultura organizacional seja impulsionadora do desenvolvimento e aprendizagem, como forma de manter os colaboradores mais envolvidos.
No âmbito da aprendizagem, a tecnologia tem também um papel preponderante. Colin Paton, Learning Experience Design Manager da FARFETCH, deu o exemplo da empresa que, através de um portal online, dá aos seus parceiros acesso a workshops e webinars para que estes possam investir no desenvolvimento das suas competências à medida das suas necessidades.
Com a evolução rápida do mercado de trabalho, cada vez mais tecnológico, a necessidade de formação vai, hoje, além do desenvolvimento pessoal per si. Com a iminência de milhares de postos de trabalho virem a ficar obsoletos no futuro, Rita Mingatos alertou para a necessidade de “criar políticas de desenvolvimento humano que sejam viáveis a longo prazo”.
Nesse sentido, os participantes apelaram à proatividade das empresas em disponibilizar aos seus colaboradores mais oportunidades de formação de acordo com as necessidades do negócio, para que as oportunidades de crescimento pessoal e profissional dentro das próprias organizações seja possível e sustentada.
Para investirem em estratégias de desenvolvimento, é crucial, revelou Colin Paton proporcionar aos colaboradores “objetivos de aprendizagem bem definidos, conteúdo envolvente e relevante, bem como plataformas e conteúdos interativos”.
15h05 | Mesa-redonda: Gestão de talentos: por que precisamos de novas soluções para desafios perenes de recursos humanos: a experiência do colaborador e o futuro do trabalho
“A experiência do colaborador está intimamente ligada com a cultura organizacional”, começou por dizer Susana Trindade, Chief Human Resources Officer na AMT Consulting, a cargo da moderação da mesa-redonda.
Emília Diretora de Recursos Humanos para a Europa do Sul e Turquia da BEL Portugal, reforçou esta mensagem, enaltecendo a necessidade cada vez mais premente de as empresas procurarem ter um propósito e, assim, melhorarem a experiência dos seus colaboradores por via de um maior envolvimento dos mesmos com as organizações.
“As pessoas querem permanecer em empresas onde gostam do que fazem, mas também onde se sentem bem”, disse a responsável de Recursos Humanos da Bel, que regista uma antiguidade média na ordem dos 35 anos.
No âmbito da experiência dos colaboradores, Patrícia Chambel, HR Development Manager da DHL, ressalvou a importância da aposta no desenvolvimento de carreira e na capacitação de lideranças. Ao mesmo tempo, destacou ainda a importância de as empresas estarem atentas às suas equipas e de escutarem as suas necessidades. Para a responsável, estes são fatores diferenciadores para que as equipas tenham vontade de “vestir a camisola da empresa” e um maior sentido de pertença.
Também Inês Soares, HR Development, Well-Being & Training Manager da Majorel Portugal enalteceu a importância de as empresas apostarem em boas-práticas focadas no desenvolvimento das pessoas e na sua retenção. A tecnologia esteve em destaque também nesta mesa redonda, com a responsável de RH da Majorel a identificar a transição digital como fundamental para que cada vez mais a liderança possa deixar de ter em mãos tarefas rotineiras e possa focar-se na criação de valor para a organização e para os seus recursos humanos.
16h20 | Mesa-redonda: Os RH enquanto talent advisors para a transformação digital
Após um breve intervalo, a Sala 1 recebe agora uma mesa-redonda moderada por Bruno Braz, Managing Partner na RAY.BBDM.
Os recursos humanos não são alheios à transformação digital e à transição tecnológica. Gerir talento nas organizações passa, cada vez mais, pela implementação de soluções tecnológicas.
No entanto, tal como revelou Edgar Sabino, Head of Talent & Development na CUF, a transição digital passa, inevitavelmente, por uma transformação das lideranças. Já não basta recorrer a ferramentas colaborativas para realizar reuniões, é necessário transformar os processos de forma diária e envolver os colaboradores nesta revolução. “A empresa tem de definir para onde quer ir e todos os seus departamentos têm de ter presente também para onde querem ir com a transformação digital”, afirmou.
Para Frederico Contreiras, Talent & Development Manager na Fidelidade, importa, no entanto, que a transição tecnológica tenha um propósito. “Implementar tecnologia apenas por implementar” não é eficaz, segundo o responsável de RH, que reforçou a mensagem de que, para a transformação ser bem-sucedida, é crucial que as empresas definam, de antemão, uma estratégia que tenha em conta o alinhamento estratégico do negócio.
Apesar dos benefícios para o negócio, os participantes nesta mesa-redonda concordaram que o caminho para a transição ainda é longo e ainda existe muito potencial por explorar. A formação e consciencialização para os departamentos de RH, nesse sentido, são fulcrais e farão diferença na velocidade de adoção tecnológica nas empresas.
Neste sentido, Rui Sousa, HR Deputy Director na Brisa, reforçou o papel da formação das equipas para o sucesso da transição. O responsável deu o exemplo do caminho que a Brisa tem vindo a percorrer em termos de integração de plataformas digitais de customer service que envolveram não só implementação de software adequado, mas sobretudo um acompanhamento próximo das equipas com foco na sua qualificação tecnológica.
“Tínhamos uma estratégia clara e equipas capacitadas, mas a mudança cultural foi o nosso maior desafio”, referiu Rui Sousa, (Brisa).
17h05 | Expertise: O Poder da (R)Evolução: Humanização na tecnologia e nas organizações

“A transformação digital é uma realidade desde os anos 2000”, começou por dizer Filipa Gamanho Esteves, CHRO & Executive Board Member da Capgemini Portugal, na última palestra da tarde antes da sessão de encerramento.
Para a CHRO, a transição tecnológica já não é um tema de futuro. A 5ª revolução industrial está prestes a desenrolar-se e, para a responsável, o ser humano estará no centro da mesma.
“O ser humano terá um papel cada vez mais ativo na transformação digital”, afirmou Filipa Gamanho Esteves, que referiu que nesta 5ª revolução industrial os profissionais de RH terão um papel de destaque enquanto facilitadores da preparação das equipas para um futuro pautado pela resiliência.
O primeiro passo, na ótica da palestrante, passa por elaborar um plano de ação estratégico assente na resiliência e sustentabilidade. “Os profissionais de RH têm de olhar para o futuro e começar a prepará-lo”, afirmou, apelando a que os profissionais sejam, cada vez mais, agentes de mudança e liderem pelo exemplo.
“A indústria 5.0 será uma oportunidade fantástica para os profissionais de RH”, disse Filipa Gamanho Esteves.
17h20 | Sessão de encerramento: A Geopolítica e a Geoeconomia num mundo em mudança: desafios globais, europeus e nacionais
Paulo Portas foi o keynote speaker escolhido para encerrar a 28ª edição do Fórum RH.
“Há um grau mais elevado hoje de imprevisibilidade do que existia anteriormente”, disse Paulo Portas, que apelou à reflexão dos presentes sobre a necessidade de cada vez mais terem a capacidade de se adaptar à imprevisibilidade e volatilidade do mundo.
Para o jurista, jornalista, político e comentador, os cenários trazidos pela pandemia colocaram à prova a capacidade de resiliência das empresas. No entanto, o palestrante reiterou que, mais do que responder de forma reativa às adversidades, é fulcral que as organizações sejam capazes de retirar ilações de forma a anteciparem e saber reagir perante novas adversidades globais.
Paulo Portas traçou o panorama económico do país e, de acordo com o keynote speaker, o turismo está a ser um dos principais motores da economia, estando “a caminho de representar 20% do PIB”, revelou. Apontou ainda o setor energético como outro dos que estão a impulsionar o crescimento económico português.
O facto de existirem bastantes estrangeiros a comprar ativos no País, foi apontado pelo keynote speaker como outro dos fatores que estão a ajudar o crescimento da economia portuguesa. Seguiu-se o terceiro fator, o mix energético que, por não depender da Rússia, nem do transporte de energia pela Ucrânia, tem vindo a contribuir para a recuperação financeira do País pós-pandemia.
Por fim, Paulo Portas apontou o peso do PRR caso o País não seja capaz de aplicar os fundos: quando não aplicados, “perdem-se”, tendo assim um grande peso na formação do PIB português, explicou.
Estes fatores têm o poder de afetar também diretamente as empresas, visto que “não há economia sem empresas”, disse, uma vez que estas são também uma das garantias de criação de riqueza, de valor acrescentado e de emprego.
Apesar dos desafios económicos, Paulo Portas não está confiante de um futuro pautado pela “desglobalização”, mas acredita que cada vez mais o futuro implicará cenários repletos de desafios para os decisores políticos.
Assim, apesar de considerar que, atualmente, a Europa não tem motivos para estar pessimista, deixou o apelo às empresas para que estas invistam na sua capacidade de se reinventar perante a imprevisibilidade, num mundo marcado pela volatilidade.
A 28ª edição do Fórum RH chega, assim, ao fim, após um dia recheado de palestras, workshops e mesas-redondas onde as melhores práticas de Recursos Humanos estiveram em debate.