Autora: Lúcia Palma, Founder & Corporate Partner BE AGILE
A metodologia ágil, os seus princípios, valores e, também, o seu mindset e modelo de organização foram impulsionados pela pandemia, quando as empresas perceberam que a adaptação era a única via para a sobrevivência, mas acima de tudo, quando perceberam que isso dependia da simplicidade de procedimentos, estruturas hierárquicas e do foco no coletivo mais do que no individual, tanto no que toca a resultados, como a nível da gestão contínua do desempenho.
Inevitavelmente, as lideranças tiveram de adotar novas caraterísticas. A liderança tradicional, geralmente, tem por base o paradigma de orientar e influenciar os pensamentos e ações das pessoas dentro de uma organização para alcançar resultados específicos pré definidos pelo top down.
Mas no paradigma da adaptabilidade constante, as lideranças têm de desenvolver os outros como líderes em todos os níveis, acreditando que todos temos potencial para cumprir um propósito compartilhado. Isso é ser ágil.
A liderança ágil distancia-se, assim, da liderança tradicional pelo seu estilo e requer uma disposição dos líderes para o seu autodesenvolvimento – falamos de desenvolvimento pessoal e profissional.
No paradigma da adaptabilidade constante, as lideranças têm de desenvolver os outros como líderes em todos os níveis, acreditando que todos temos potencial para cumprir um propósito compartilhado. Isso é ser ágil
Para apoiar este estilo de liderança, e estabelecer um guia orientador, foram fixados nove princípios pelo Agile Business Consortium para a liderança ágil, que estão alinhados com os temas de comunicação, colaboração e compromisso.
Esses princípios devem ser adotados por qualquer líder que deseje potenciar o poder coletivo, independentemente de se encontrar numa organização ágil ou não. Pois, o ágil não é uma qualidade de tudo ou nada, mas um processo contínuo.
Os nove princípios ágeis são definidos da seguinte forma:
Princípio 1 – Ações falam mais alto que palavras
A liderança ágil não é apenas impulsionar e promover a mudança, mas também ser a mudança que se deseja ver “no seu mundo”. Aqueles que lideram pelo exemplo e se envolvem ativamente no seu próprio desenvolvimento, inspiram as pessoas. Líderes inspiradores trabalham em si mesmos antes de trabalhar
nos outros.
Princípio 2 – Melhorar a qualidade de pensamento leva a melhores resultados
Os líderes ágeis valorizam o pensamento de alta qualidade que resultará em ações significativas. Promovendo a resolução de problemas de vários ângulos diferentes.
Princípio 3 – As organizações melhoram por meio de feedback eficaz
Receber feedback muitas vezes pode ser percebido como uma experiência negativa, pelo que cabe aos líderes tomarem as rédeas deste processo e liderar o caminho, solicitando feedback significativo, útil e oportuno de colegas e outros colegas.
Princípio 4 – As pessoas precisam de significado e propósito para tornar o seu trabalho gratificante
Compartilhar uma visão comum, promovê-la entre as equipas, e mostrar que o trabalho em curso vai acrescentar algo na vida do destinatário final é uma das missões mais importantes neste modelo de liderança.
Princípio 5 – A emoção é a base para aumentar a criatividade e a inovação
A emoção é uma parte importante da experiência humana, e quando os indivíduos trabalham com as suas emoções, eles alcançam mais do seu potencial. A inovação e a criatividade dependem muito de o líder incentivar um ambiente de segurança psicológica no trabalho e assumir uma postura acessível, aberta, honesta e transparente, enquanto espera o mesmo dos outros.
Princípio 6 – A liderança vive em todos os lugares da organização
Perceber o potencial de liderança de todo o seu pessoal ajuda a acelerar a capacidade da organização de aprender e ser ágil, mas acima de tudo é promover a holocracia.
Princípio 7 – Líderes delegam poder e autoridade de forma apropriada
Os líderes ágeis reconhecem que as pessoas trabalham melhor quando estão habilitadas, engajadas e energizadas. Capacitar indivíduos é uma habilidade necessária do líder ágil, pois eles equilibram as necessidades emergentes e as tensões da organização. Os líderes ágeis reconhecem que o empoderamento não é um conceito de “tudo ou nada”, em vez disso, é uma ação contínua.
Princípio 8 – Comunidades colaborativas alcançam mais do que indivíduos
O papel do líder ágil é fornecer a essas comunidades tudo o que elas precisam para operar com eficiência, mas depois deixá-las funcionar de forma autónoma dentro dos seus limites. O funcionamento saudável do grupo, juntamente com a preservação da segurança psicológica, permite que o líder ágil incentive a aprendizagem e o desenvolvimento, ao mesmo tempo que equilibra a produção e o desempenho sustentados em benefício da organização.
Princípio 9 – Grandes ideias podem vir de qualquer lugar da organização
As pessoas que estão próximas de um problema, geralmente, têm as melhores ideias sobre como resolvê-lo. Os líderes ágeis permitem estar abertos à influência e às ideias dos outros, independentemente de seu status ou posição.
E desse lado, quão ágil é a sua liderança?
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