Autor: Mário Caetano, autor, coach e palestrante
Existe uma métrica financeira visível para as empresas tentarem reter talentos e existem três níveis invisíveis, através dos quais as pessoas ficam ou saem das mesmas.
Falo dos três níveis “T” e passo a explicar o nível mais comum – o nível tático.
O nível tático é o nível em que a grande maioria das empresas está e o nível em que a grande maioria das empresas fica. É um nível altamente metódico e estruturado, onde se diz às pessoas o que fazer para passar do ponto A para o ponto B, onde se instrui as pessoas a fazerem algo para obterem o resultado desejado. É um nível instrutivo onde o dia, a semana, o mês, o ano e o mundo da pessoa e da equipa é visto apenas como um resultado a atingir. O foco único é o resultado. Ao fim de pouco tempo, torna-se cansativo, desgastante e, por fim, esgotante. Parece que as pessoas perdem algo e perdem a força para procurar o que perderam.
O nível tático é imprescindível dentro de uma organização, pois representa um nível prático e estratégico, mas se a mesma pretender evoluir, terá de fazer evoluir a suas pessoas, transformando-as e incentivando-as a transformarem-se – falo do nível transformador.
Quando no nível tático, a liderança assume o papel instrutivo “aqui está como fazeres”, a um nível transformador a liderança na empresa deverá assumir o papel inspirador “aqui está como seres”.
Não se trata apenas de conduzir as pessoas do ponto A para o ponto B, trata-se de conduzi-las de forma a que a sua vida melhore. Este é um nível de inspiração, onde as pessoas são encorajadas e inspiradas a descobrirem quem são. A liderança ajuda genuinamente as pessoas a mudar a forma como pensam, como se comportam e como se sentem, transformando-as e inspirando-as a atingirem os seus mais altos níveis de potencial. As pessoas são impulsionadas a entrarem num nível mais elevado.
Quando no nível tático, a liderança assume o papel instrutivo “aqui está como fazeres”, a um nível transformador a liderança na empresa deverá assumir o papel inspirador “aqui está como seres”
As empresas não foram criadas com o objetivo de ajudarem as pessoas a descobrirem quem são, mas são cada vez mais os líderes dentro das empresas a trilharem este caminho, assumindo o seu papel enquanto líderes que transformam.
É durante este processo de transformação que as pessoas equacionam de forma mais direta e mais profunda qual o seu papel dentro da empresa e qual o sentido da mesma. Falo do nível transcendental.
Quando no nível transformador, a liderança assume o papel inspirador “aqui está como seres”, no nível transcendental a liderança deverá ajudar as pessoas a encontrarem um propósito maior dentro da empresa, assumindo o papel “aqui está como servires”. Desta forma, as pessoas descobrem uma causa maior para aquilo que fazem.
Este nível é acerca de ajudar as pessoas a transcenderem-se e a atingirem os resultados com elevados níveis de moralidade, serviço e integridade. Não se trata apenas de atingirem um determinado resultado e tornarem-se em melhores pessoas; trata-se de interagirem com a comunidade dentro e fora da organização, através de ações cuidadas e incondicionais, criando relações verdadeiramente cooperativas. É acerca de serviço. É acerca de serem melhores no mundo e tornarem o mundo num local melhor.
O que as pessoas fazem deixa de ser um trabalho, tornando-se numa missão.
Se a liderança nas empresas não possuir a capacidade de levar as pessoas ao nível transcendental, elas abandonam-se e acabam por abandonar a empresa.
Ao liderar de dentro para fora, as empresas concentram-se prioritariamente ao nível transcendental, impulsionando as suas pessoas a encontrarem uma causa maior e juntando a mesma ao propósito da empresa, inspirando-as a transformarem-se, descobrindo quem são e finalmente instruindo-as a alcançarem os seus objetivos, passando de A para B. O instrumento utilizado é o estado de presença e o resultado é a união, cooperação, sentido de pertença com elevados níveis de compromisso e entrega, tornando as pessoas promotoras da própria empresa.
Se a liderança nas empresas não possuir a capacidade de levar as pessoas ao nível transcendental, elas abandonam-se e acabam por abandonar a empresa
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