A ConvaTec é uma multinacional tecnológica que oferece soluções médicas pioneiras e seguras, destinadas a melhorar as vidas de doentes crónicos, presentes em Portugal há vários anos, em 2020 a empresa decidiu que o seu futuro estratégico passaria por Lisboa.
Em Lisboa, diversidade e inclusão exprimem-se pelas mais de 10 diferentes nacionalidades distribuídas por cerca de 180 colaboradores. Numa conversa com Peter Villanyi e Eduardo Ribeiro Vital, a RHmagazine traz aos seus leitores o exemplo de um Global Business Services que vale a pena conhecer.
Pode-nos explicar a origem da ConvaTec, uma vez que nem todos conhecem.
Peter Villanyi (PV) – O início da ConvaTec remonta aos anos 60. Com uma história dedicada à inovação e melhoria das condições de vida de doentes crónicos, em 1978 começou a operar como uma divisão da E.R. Squibb & Sons, Inc., mais tarde parte da conhecida Bristol Myers Squibb. Atualmente a ConvaTec é uma multinacional na área da tecnologia de produtos médicos. A empresa conta com quase 10.000 colaboradores com atuação em mais de 100 países. O nosso foco continua a ser o tratamento de doenças crónicas, sendo os principais setores o tratamento de feridas, a ostomia, a continência e dispositivos de infusão.
São um Global Business Services (GBS). Que serviços oferecem desde Lisboa para todo o grupo?
PV – Atualmente a partir de Lisboa oferecemos serviços de Finance e IT. Na área financeira iniciamos com os processos mais tradicionais de um GBS, como Record to Report (RtR), Purchase to Pay (PtP), Order to Cash (OtC) e Master Data Management. O sucesso demostrado nestas áreas permitiu-nos avançar com outras e atualmente estamos a criar o nosso Center of Expertise (CoE) na área de Financial Planning and Analysis (FP&A). Temos também fortalecido a nossa equipa com perfis experientes nas áreas da automação como o Robotic Process Automation (RPA). Nas áreas de IT oferecemos também um vasto leque de serviços globais para todo o grupo, estamos a investir em áreas como a Cyber Security, Business Intelligence e SAP, entre várias outras.
Quantos colaboradores têm e como recrutam?
Eduardo Ribeiro Vital (ERV) – No GBS em Lisboa, atualmente somos cerca de 180 colaboradores, a grande maioria foi admitida já em regime de teletrabalho. Os nossos colaboradores vêm dos diferentes continentes, contando mais de 10 nacionalidades diferentes. Valorizamos muito a multiculturalidade, a diversidade e a inclusão. Em março de 2020 tivemos de adaptar o nosso processo de recrutamento, passando a fazer todas as fases do recrutamento de forma remota. O desafio foi garantir que quer os conhecimentos técnicos, quer o alinhamento com os nossos valores e cultura continuam a ser avaliados com o mesmo grau de exigência.
A nossa estratégia de recrutamento tem passado por apostar em candidaturas diretas, fazendo chegar as nossas vagas ao maior número possível de potenciais candidatos. Cerca de 20% dos candidatos chegaram até nós por candidatura direta e outros 20% através do nosso programa de referidos. Recorremos também a alguns dos melhores parceiros de recrutamento a atuar no mercado português para preencher perfis estratégicos.
Existe uma concorrência muito forte entre centros de serviços. Como se distinguem da concorrência em relação aos colaboradores?
PV – Na ConvaTec somos focados nos nossos colaboradores e procuramos criar impacto positivo desde o processo de recrutamento até à integração de novos colaboradores. Para o GBS em Lisboa construímos de raiz um processo de integração, com três dias mais intensos no início, que acompanha o colaborador nos primeiros meses de empresa. Procuramos assegurar-nos que cada colaborador entende o nosso negócio, a nossa visão e estratégia.
ERV – Ao integrar a empresa nesta fase inicial de criação do GBS os colaboradores têm oportunidades de aprendizagem incríveis, estando expostos a uma diversidade e complexidade diferenciadoras. Procuramos assim desbloquear todo o potencial dos nossos colaboradores. Estamos a construir algo verdadeiramente global e procuramos que se criem oportunidades globais. Estamos conscientes que numa carreira sólida, tempo e paciência também contam, e pese embora termos apenas um ano e meio de existência, pretendemos caminhar no sentido de elevar a carreira dos nossos colaboradores. Do nosso lado. temos a vantagem de ser uma midsize company, o que nos permite oferecer funções mais completas e além do transacional feito em grande escala.
Qual a vossa política de benefícios?
ERV – Desde o início que quisemos dar destaque, por completo, ao nosso pacote de benefícios. Nomeando apenas os mais relevantes, oferecemos mais dias de férias do que o usual em Portugal, temos um Plano de Pensões que permite criar uma poupança a pensar no futuro, oferecemos um seguro de saúde aos colaboradores e às suas famílias e oferecemos um seguro de vida e incapacidade que protege os colaboradores e as suas famílias.
Os nossos colaboradores têm também acesso a diversas parcerias e descontos, e o “Employee Assistance Program” garante acesso ao aconselhamento jurídico, financeiro, consultas de nutrição e psicologia.
Em teletrabalho desde março de 2020, oferecemos aos colaboradores que necessitem todos os equipamentos necessários para a sua função como cadeiras, secretárias, monitores, entre outros. Ainda a pensar no bem-estar, recentemente oferecemos uma bolsa a cada colaborador para despesas relacionadas com a atividade física; assim os colaboradores são reembolsados de despesas como aparelhos de ginásio para as suas casas, aulas com um personal trainer, entre outras. Tudo isto reflete o já mencionado grande foco no colaborador.
Estão em franco crescimento. Que objetivos tem para os próximos anos?
PV -A nossa ambição é continuar a olhar para o GBS de forma transversal, otimizar custos e qualidade dando robustez aos nossos processos sempre com um automation first mindset que permita criar uma excelente experiência end-to-end aos utilizadores internos e externos.
Qual o vosso principal desafio RH?
ERV – O nosso maior desafio foi conseguir criar remotamente a cultura que desejamos para o GBS. Conseguir estar atentos às necessidades dos nossos colaboradores, mesmo estando em casa e sem os conhecermos pessoalmente. Apesar de tudo sentimos que estamos a cumprir com sucesso o nosso objetivo, mas confessamos sentir falta da conexão física e social do escritório.
Entrevista publicada na edição nº 135 da RHmagazine.