Apesar de considerarem que desenvolvem a sua atividade profissional em locais de trabalho honestos, 49% dos portugueses não denunciam más condutas éticas, revela estudo do Institute of Business Ethics, apresentado esta segunda-feira.
Portugueses veem o local de trabalho como um lugar honesto, onde há lugar, contudo, para a prática de más condutas éticas. De acordo com o estudo realizado pelo Institute of Business Ethics (IBE), que, em Portugal, conta com a colaboração da Católica Porto Business School, sobre ética no trabalho, 85% dos portugueses consideram o local de trabalho um lugar honesto. No entanto, 49% dos participantes não denunciam más condutas éticas praticadas em ambiente laboral. Entre as razões por detrás da ausência de denúncias encontram-se a descrença na tomada de medidas capazes de alterarem a situação, os abusos não constituírem um assunto diretamente da responsabilidade dos colaboradores e a denúncia poder colocar em perigo o seu trabalho.
Os dados do estudo apresentados esta segunda-feira pela primeira vez em Portugal revelam que 22% dos colaboradores inquiridos admitem ter sido pressionados a comprometer os padrões éticos devido à pressão do tempo (36%), à escassez de recursos (29%) e ao cumprimento de ordens superiores (26%). No que se refere às práticas de má conduta observadas, 52% dos colaboradores portugueses indicam ter assistido a tratamento inapropriado, 38% relatam comportamentos abusivos e 28% referem o registo incorreto do número de horas trabalhadas.
O inquérito questionou os colaboradores acerca da resposta aos dilemas éticos que surgem no quotidiano laboral, analisando os conhecimentos que detêm sobre as más práticas, se as reportam e ainda, caso não o façam, que razões os impedem de denunciar. Participaram no estudo realizado pelo Institute of Business Ethics a 6.119 colaboradores, de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Suíça e Reino Unido. Em Portugal, o estudo abrangeu 775 colaboradores e foi realizado entre em fevereiro.