A consultora de recrutamento Robert Walters elaborou uma lista com sete conselhos para que o profissional tome a melhor decisão na hora de aceitar uma oferta de emprego.
Pode ser um sonho ou um pesadelo. Se, por um lado, ter duas ofertas de emprego pode ser sinónimo de reconhecimento das competências e mais-valias profissionais, por outro, pode ser um processo difícil de gerir e de difícil decisão. É importante, nestes casos, “pensar nas opções e compará-las com o emprego atual, tanto a nível de funções e responsabilidades, como a nível de salário, benefícios, cultura e conciliação familiar, e avaliar de que forma cada uma das ofertas contribui para alcançar as ambições de carreira a longo-prazo” refere a Robert Walters, que reuniu sete conselhos para que o profissional tome a melhor decisão.
1. Pensar a longo-prazo
Uma das principais razões que leva as pessoas a mudarem de emprego é a possibilidade de um melhor desenvolvimento profissional, logo, quando estiver a decidir o seu próximo passo, o profissional deve ter em consideração as suas ambições de carreira a longo-prazo, que, ainda que possam mudar ao longo da vida, devem funcionar como objetivo final. “Independentemente da escolha de função que fizer agora, o seu foco deve ser sempre conseguir ficar mais próximo de atingir esse objetivo final”, refere a Robert Walters.
2. Não se precipitar
“Quando estiver a analisar cada oferta de emprego, pergunte-se em que medida aquela nova oportunidade poderia resolver os motivos que o levaram a querer mudar de trabalho inicialmente”, aconselha a consultora de recrutamento. Se a nova oferta de emprego não solucionar os problemas da anterior, o profissional poderá sentir frustração e questionar se valeu a pena a mudança. “Não mude de emprego por impulso, pois pode acabar por escolher uma oportunidade errada para si”, sublinha a Robert Walters.
3. Analisar o work-life balance
A conciliação laboral e familiar de qualquer trabalho pode ser diferente para cada profissional, que deve considerar o impacto que a nova função teria nas suas necessidades e exigências. “Se as duas ofertas forem interessantes, mas uma delas for claramente melhor em termos de work-life balance ou se a outra estiver localizada na ponta oposta da cidade” há fatores que devem ser tidos em conta antes da tomada de decisão, alerta a Robert Walters.
4. Considerar o fit com a cultura corporativa em questão
A cultura corporativa de uma empresa é de “importância crítica para decidir que oferta aceitar”, nota a consultora de recrutamento. O profissional deve ter a certeza de que vai gostar do ambiente de trabalho. De acordo com a Robert Walters, “o que constitui um bom encaixe cultural depende em larga escala do indivíduo, que, durante as entrevistas, deve sempre tentar procurar pistas e informações sobre a cultura e ambiente de trabalho, podendo também perguntar a amigos ou antigos empregados que tenham trabalhado na empresa ou que a conheçam bem, não deixando de pesquisar críticas nas redes sociais e sites como o Glassdoor para ficar com uma visão mais abrangente”.
5. Fazer uma reflexão sobre a entrevista
O processo de entrevistas permite ao profissional, segundo a consultora de recrutamento, ter mais oportunidades para perceber o modo de atuação da empresa a nível pessoal. “No entanto, ainda que um candidato possa não conseguir ter uma noção totalmente realista do trabalho pela entrevista, pode ficar com uma ideia sobre o que esperar. De uma boa entrevista, poderá imaginar como seria um dia normal de trabalho e como se caracteriza a cultura e ambiente da empresa, o que será uma grande ajuda na sua tomada de decisão”, realça a Robert Walters.
6. Não se deixar convencer apenas pelo salário
“Ainda que o salário seja uma consideração importante em qualquer oferta de emprego e deva refletir o nível de trabalho esperado, não deve ser o único fator determinante no momento de decidir aceitar ou rejeitar uma oferta”, observa a consultora de recrutamento. Outra função pode oferecer outros benefícios de carreira não-salariais, por exemplo mais responsabilidade ou maior exposição. “Se quiser tomar uma decisão imparcial no que diz respeito ao salário, ignore o pacote financeiro e foque-se no que lhe causa mais entusiasmo em cada uma das ofertas. No final, as funções que realiza são um dos aspetos que mais pode influenciar a sua felicidade no seu emprego, juntamente com um bom ambiente de trabalho e outros benefícios que possam fazer parte das ofertas”, sugere.
7. Confiar no instinto
Se tiver feito as perguntas certas na entrevista e realizado uma pesquisa aprofundada sobre as duas empresas que lhe fizeram uma oferta de emprego, bem como as posições em questão, o profissional deveria ser capaz de tomar uma decisão informada quanto à oferta que vai aceitar.”Siga sempre o seu instinto quando já tiver pesado bem todas as opções”, aconselha a Robert Walters.
“Por exemplo, vive em Lisboa e uma das ofertas que lhe fizeram é para uma empresa em Oeiras. Se ambas forem interessantes, mas a outra oferta for para uma empresa nas Amoreiras, talvez esta seja a melhor escolha neste sentido. Mas isto não deve ser a única coisa a ter em conta. Gostava de trabalhar a partir de casa e uma das ofertas oferece a possibilidade de o fazer dois dias por semana? Vai de carro trabalhar e a empresa tem um parque de estacionamento gratuito? Oferece seguro de saúde para toda a sua família, ou carro e gasolina? Tem uma cultura corporativa demasiado intensa para o seu feitio? Pense no pacote completo e de que forma este se encaixa com a sua personalidade, bem como nas funções que vai realizar. Tente perceber também quem serão os seus chefes diretos e colegas de equipa, que benefícios inclui, qual é o salário líquido no final do mês, se existe prémio, se os horários são mais ou menos exigentes, a localização. Tudo isto são fatores a ter em conta quando estiver a decidir entre duas ofertas, mas também para perceber se as novas oportunidades oferecem uma melhoria real face ao seu emprego atual. Se não for esse o caso, o melhor é continuar a procurar”, aconselha António Costa, senior manager sales & marketing division na Robert Walters Portugal.