Simon Sinek: “É um erro considerar a concorrência como um jogo finito”
O speaker descrito como “pensador visionário com um estranho intelecto” esteve esta semana no Wobi em Madrid, uma Conferência internacional com speakers internacionais da área da gestão.
O inforh.versionweb.es esteve presente e sintetiza aqui as principais ideias que este apresentou na sua palestra. Sinek recomenda ás empresas que renunciem à sua visão de curto prazo e não hesitem em reconsiderar, em questionar, em voltar atrás e em redefinir os seus objectivos.
Simon Sinek conta que assistiu a congresso tecnológico na assistência e não como orador. Nessa convenção intervieram um alto cargo da Microsoft e outro da Apple.
O orador da Apple centrou a sua palestra na problemática que tinham em como dar mais e melhor formação aos seus colaboradores mais novos. O representante da Microsoft expôs o seu objetivo de vencer a Apple, o seu principal concorrente.
No fim do congresso cada assistente recebeu um mp3 da Microsoft, um produto que pretendia responder ao lançamento do iPod Touch da Apple.
Sinek conta que no regresso ao hotel partilhou um táxi com o dirigente da Apple e disse-lhe “Este mp3 da Microsoft é melhor do que o vosso.” Ao que o responsável responde “Sim. Sem dúvida.” Fim da conversa.
Esta reação pode parecer surpreendente, mas só mostra que a Apple considera que a sua concorrência com a Microsoft é um jogo infinito, explica o pensador.
“É igual à política global”, compara; “Não existe um objetivo de ganhar ou perder e de acabar o jogo”. “Ou como um casamento”, assegura, provocando risos no auditório de mais de mil profissionais.
“A Microsoft estava obcecada, usava os seus recursos para atingir uma única meta: ultrapassar a sua rival Apple. “A Apple queria manter e alargar o seu mercado, pensava no futuro, melhorava a sua cultura empresarial e a formação dos seus líderes.
“Num jogo finito ou ganhas ou perdes”, expõe. “Num jogo infinito, ás vezes ganhas, outras vezes os teus concorrentes ultrapassam-te e outras vezes ultrapassas-os tu.
Sinek volta a contar uma história na sua palestra. Nos anos 70, a XEROX, empresa famosa pelas suas fotocopiadoras e impressoras, montou um laboratório de investigação tecnológica onde desenvolveram uma interface que permitia aceder a ficheiros com uns simples cliques quando nos outros computadores eram necessários códigos complexos. Steve Jobs visitou o centro e quando chegou à Apple decidiu alterar toda a estratégia da empresa para que ela se encaminhasse nessa direção. Um dos membros da equipa disse-lhe que esta mudança de rumo implicava perder o dinheiro que tinham investido na estratégia inicial. O Steve Jobs respondeu “Ou dinamitamos nós o nosso modelo ou o mercado vai fazê-lo”.
Uns minutos depois conta que existe outra pessoa que como ele escreve livros e dá conferências. Uma vez, num evento eram os dois oradores e tiveram, cada um de apresentar o outro perante a plateia. O Simon Sinek reconheceu durante essa apresentação que ele o intimidava. O outro orador disse o mesmo.
“Num jogo infinito as forças do outro mostram-nos as nossas fraquezas o que nos permite apreender e melhorar.” As empresas devem, segundo Sinek, estudar aquelas que lhes parecem ser uma ameaça e aproveitar para aprender. “Do êxito continúo aprende-se pouco”, sentencia.
Flexibilidade existencial
Para poder mudar de direção como o fez Steve Jobs, além de ser um líder com experiência as empresas precisam de se libertar das suas “armaduras”. “A Apple inventou o iTunes porque a indústria da música dedicou-se a proteger o seu modelo de negócio em vez de o fazer evoluir.”
Para manter este esforço continuo imprescindível quando não se tem uma visão de curto prazo as empresas devem motivar os seus colaboradores. Para se manterem comprometidos os trabalhadores devem sentir que trabalham para uma justa causa e devem ter uns objetivos claros ou será difícil que os colaboradores se envolvam, explica.
“Transmitir paixão, emoção…motivar”, explica Simon. Por isso nos epitáfios, a forma como nos recordarão sempre, escreve-se “amada mãe” ou “pai generoso” basicamente o que fizestes sentir ás pessoas que te rodeiam e não a última faturação da empresa que criaste, sentencia.