Autora:
Rosa Rodrigues, Docente do ISG – Instituto Superior de Gestão
É inegável que o ambiente globalizado proporcionou novas oportunidades para o crescimento das organizações, mas esta expansão veio acompanhada de diversos desafios, entre os quais, a gestão da diversidade organizacional.
O aparecimento deste tópico, extremamente relevante para o desenvolvimento das organizações, prende-se com as alterações significativas no mercado de trabalho, nomeadamente a emigração, o envelhecimento populacional e o crescente número de mulheres a ocupar postos de trabalho anteriormente reservados apenas a homens.
Genericamente, a gestão da diversidade compreende a adoção de medidas que garantam que os atributos pessoais e/ou de grupo sejam considerados recursos que ajudam a alcançar os objetivos da organização.
Esta realidade implica aceitar, tolerar e compreender o que é diferente, porque cada vez mais as organizações estruturam e apoiam as suas atividades com base em grupos de trabalho diversificados e, como tal, a capacidade de respeitar as diferenças é um fator imprescindível para que este processo tenha êxito.
A diversidade em contexto organizacional aprimora o desempenho, fomenta a cooperação e melhora as decisões tomadas em grupo, porque a existência de várias perspetivas acerca do mesmo assunto promove a inovação e a criatividade para resolver os problemas e atingir níveis mais elevados de qualidade.
Os efeitos positivos da diversidade dependem largamente da sua aceitação dentro da organização, porque só quando existe um apoio coletivo é possível ultrapassar obstáculos e tornar esta diversidade num ativo fundamental para a organização, pois as atitudes de oposição tendem a diminuir a produtividade, potenciar o conflito, o absentismo e os processos judiciais.
A promoção de um clima de diversidade favorece o sentimento partilhado sobre a forma como os colaboradores são tratados em termos de inclusão e justiça, o que constitui um dos grandes objetivos das organizações atuais, onde a diversidade já é uma realidade.
Neste sentido, torna-se pertinente promover o desenvolvimento de programas que ajudem os membros do grupo a lidar com as suas diferenças e a melhorar a capacidade de comunicação no sentido de incrementar os benefícios trazidos pela diversidade (e.g., maior criatividade, decisões de melhor qualidade, potenciais novos mercados) e minimizar os desafios decorrentes da própria homogeneidade (e.g., coesão grupal). Assim, é fundamental estimular um ambiente inclusivo, onde cada trabalhador sinta que traz para a organização novas formas de trabalhar que fortalecem os resultados organizacionais. Para que a organização obtenha resultados positivos decorrentes do seu investimento em práticas de gestão de diversidade é importante que os colaboradores aprovem essas iniciativas e se comprometam com elas. Este tipo de comportamento potencia as especificidades de cada um para a organização e contribui para que todos possam reconhecer as oportunidades de crescimento que as novas perspetivas trazem.
A gestão consciente da diversidade é uma aposta das organizações que se projetam no futuro, porque a heterogeneidade dos grupos de trabalho tem revelado resultados muito benéficos e promissores, principalmente quando as organizações conseguem capitalizar essas diferenças e torná-las numa mais-valia.