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CRÓNICA: Portugal – De Technicolor a 8k

Joana Santos Silva Por Joana Santos Silva
15 de Dezembro, 2022
em CRÓNICAS & OPINIÃO, DESTAQUES
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CRÓNICA: Mi Casa es su Business?
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Autora: Joana Santos Silva, Diretora de Inovação e Professora de Estratégia do ISEG Executive Education


“A cultura é o modo de pensar, de sentir e de reagir de um grupo humano… O coração da cultura é constituído de ideias tradicionais e de valores que estão ligados”.

– Clyde Kluckhohn

Quando cheguei a Portugal nos anos 90 a sensação que tinha do país era de que a vida era feita a preto e branco. Existiam 1,5 canais de televisão, pois a RTP 2 só começava a emissão a meio do dia e terminava muito cedo. A televisão já era a cores, mas as transmissões pareciam ser registadas em cores esmaecidas.

O que mais me surpreendia era a homogeneidade da maioria da população. As roupas eram iguais, os cortes de cabelo idem e o contacto com pessoas e culturas fora da região era mínimo ou inexistente. Eu falava muito mal português e lembro-me que era corrigida de forma hostil sempre que usava uma palavra “estrangeira”. Portugal ainda era um país isolado sobre si e esta endogamia tornava difícil haver mais heterogeneidade e idiossincrasia. Esta convencionalidade fazia com que o espectro de “cor” na sociedade fosse limitado.

Hoje, vejo um país francamente diferente. Há umas semanas, assisti a um programa sobre arte urbana e o bairro lisboeta de Marvila. Esta filmagem tinha muita cor, diferenciação e até, arrisco-me a dizer, outra alegria nas pessoas. Hoje, somos tão abertos ao mundo que a InterNations considerou Portugal o quarto melhor país para viver enquanto expatriado e fomos pioneiros a criar a primeira vila para nómadas digitais na Ponta do Sol na Madeira. Ultimamente, é impossível não encontrar notícias de órgãos de comunicação social americanos a venderem o conceito de viver em Portugal à grande e à “americana”. O país é tão bom que num artigo que li recentemente a maior queixa desta comunidade era a falta de opções de restaurantes mexicanos…

Somos tão abertos ao mundo que a InterNations considerou Portugal o quarto melhor país para viver enquanto expatriado e fomos pioneiros a criar a primeira vila para nómadas digitais na Ponta do Sol na Madeira

Dito isto, as notícias que têm sido partilhadas nas últimas semanas a respeito dos jovens portugueses são francamente preocupantes na perspetiva de um país envelhecido, com carência de recursos, mas com uma incapacidade estrutural de estimular e reter o seu talento. Por um lado, somos o país em que os jovens saem mais tarde de casa dos pais (média de 33,6 anos de idade), o que revela que as condições económicas são limitadas para os mesmos se autonomizarem. Este efeito por si só, tem um impacto negativo na taxa de natalidade que já é insuficiente para regenerar o país. Aliás, o povo português é atualmente uma espécie em vias de extinção…

Por outro lado, na última década, saíram sensivelmente 10% (991.536 pessoas) da população residente do país para procurar emprego noutros destinos. Dos que conheço pessoalmente e tipicamente em contacto do ensino superior, a maioria sai por considerar que Portugal não é competitivo a nível salarial nem da própria natureza do desafio profissional, e não por opção dominante.

Os nossos jovens apresentam um sofrimento psicológico moderado a grave que associa preocupações com a insegurança laboral, o rendimento e equilíbrio pessoal/profissional. Na lista dos países mais felizes (World Happiness Report), estamos na 56.ª posição, que é muito distante do pódio. Será o nosso fado? Ou o facto de ainda termos um país caracterizado por uma grande assimetria?

O índice Gini, que mede a desigualdade de distribuição de rendimentos entre as pessoas do país, em 2020 é de 33% em Portugal. Somos ainda um país muito desigual com graves barreiras à mobilidade social. A OCDE estima que serão necessárias cinco gerações para que as crianças de uma família portuguesa no escalão mais baixo da distribuição dos rendimentos consigam alcançar um salário médio.

Apesar de termos mais cor falta fazer um upgrade à tecnologia. O que sinto no nosso país é a falta de estratégia e ambição do que queremos alcançar enquanto cultura. Já nos abrimos ao mundo, mas continuamos com o discurso de sol, praia e mão-de-obra barata.

A OCDE estima que serão necessárias cinco gerações para que as crianças de uma família portuguesa no escalão mais baixo da distribuição dos rendimentos consigam alcançar um salário médio

Será que é isso que queremos ser? O local para empregos de salários baixos, cuja competitividade depende do conformismo do povo português a continuar a trabalhar para “peanuts”, apesar de termos melhorado de forma extraordinária a formação média da população mais jovem.

Em aulas de estratégia, uso frequentemente uma referência às dimensões culturais de Hofstede, que oferece uma estrutura para examinar como os valores culturais afetam o comportamento e formas de atuação de pessoas de culturas diferentes. A teoria apresenta sobre seis Dimensões Culturais e pode ser consultada através de uma simples pesquisa Google.

Portugal continua a ser um país coletivista, ou seja, uma cultura em que os relacionamentos são de importância fundamental e em que o foco é em manter a harmonia com o grupo e evitar o confronto direto. Em certa medida, explica esta tendência mais conformista do nosso povo. Em inglês há um ditado: “toe the line” que captura bem este sentimento de andar na linha e seguir as regras.

Portugal continua a ser um país coletivista, ou seja, uma cultura em que os relacionamentos são de importância fundamental e em que o foco é em manter a harmonia com o grupo e evitar o confronto direto

Para fazer um upgrade tecnológico precisamos de alterar o mindset e isso requer uma mudança de cultura. Existe muita coisa boa na nossa cultura, mas falta uma pitada de autoestima, de ambição, de planeamento e de afirmação. Para alcançar tecnologia 8k, os nossos atributos diferenciadores não podem permanecer inalterados desde os anos 90. Temos de garantir condições para atrair os nómadas e os americanos, mas igualmente reter e criar condições para os nossos jovens ficarem e contribuírem para um país com futuro. Se faltar essa ambição, voltaremos a estar no mundo a preto e branco.

Assim, deixo o meu desejo para 2023, um país com uma estratégia estruturada e ambiciosa, cuja competitividade assenta naquilo que os portugueses melhor fazem: usar criatividade, criar valor apesar dos escassos recursos e usar a resiliência para pensar num país cheio de cor e de oportunidades.

Boas Festas a todos e um 2023 cheio de cor!

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