
Carlota Henriques – Business Developer
Alvaro Amorim – CEO
SalaryFits Portugal
Quando se trabalha há 20 anos na mesma instituição, e se tem um historial constante de rendimentos, num dia em que precise, será considerado um cliente premium dos Bancos e terá acesso a melhores preços no mercado.
Quando um cliente decide sediar a sua conta ordenado num banco, este oferece-lhe um pacote de regalias.
Todos estes privilégios são fruto do contrato de trabalho. Os jovens atualmente não vivem a mesma realidade que as gerações passadas, o primeiro trabalho não é um trabalho em que ficarão nos próximos 10 anos, a maioria nem sequer nos próximos 5. Neste sentido, identificamos alguma dificuldade de adaptação do mercado financeiro à velocidade dos dias de hoje.
Embora seja um tópico taboo, 2/3 dos portugueses estão endividados. Só em 2018 10% dos novos tomadores de crédito entraram em incumprimento. Este cenário sinaliza algum nível de stress financeiro por parte da população portuguesa. Porque é que isto é tão importante a nível nacional? De que maneira os pequenos créditos ao consumo dos iletrados financeiros portugueses vão impactar a nossa macroeconomia? Parece pouco provável, e como o ditado diz, o que os olhos não vêm, o coração não sente. No entanto esta não é a nossa realidade, pois começamos a ver no mercado privado as grandes empresas a tomarem medidas de promoção do bem-estar financeiro individual. Porquê? Em 2018 a Aegon publicou um relatório sobre o Reino Unido a estimar que mais de meio milhão de trabalhadores precisou de baixa devido a problemas financeiros, o que leva a uma perda de 4.2 milhões de dias de trabalho só em 2018. Isto significa que o mercado privado está a perder em média £626 milhões por ano em faltas diretamente relacionadas com o stress financeiro dos trabalhadores. Note-se que estes números desconsideram a perda de produtividade de um trabalhador em stress financeiro que não está de baixa.
O problema existe, e não só existe como é agravado pela aceleração da vida das novas gerações que pouco historial têm para substanciar a sua fidedignidade face a um Banco.
A SalaryFits nasceu para responder a esta necessidade de democratização e sustentabilidade de acessos a produtos financeiros. Como uma empresa de tecnologia, facilitadora de negócio, esta cria um novo ecossistema, alavancado no poder inexplorado até então, do contrato de trabalho. Propõe-se um novo método de pagamento, diretamente no recibo de vencimento. Como é que uma solução tão simples, resolve um problema complexo num mercado verdadeiramente labiríntico?
Para além da tecnologia inovadora e 100% digital, existem três pilares da solução da SalaryFits que permitem que a solução seja eficiente:
1. Pagamento retido na fonte.
Traz maior segurança de pagamento (menor risco de incumprimento) para o fornecedor.
Qualidade de informação.
2. A informação do cliente final é fornecida pela entidade patronal, com a autorização do próprio, logicamente.
Isto permite uma fonte mais fidedigna o que por sua vez reduz o risco de assimetria de informação.
Eficiência transacional.
3. A agregação de transferências por entidade patronal traz uma eficiência operacional que reduz bastante os custos para o fornecedor.
Se a empresa se disponibilizar a integrar, automaticamente, o software da SalaryFits os seus colaboradores terão acesso a produtos financeiros e não financeiros com preços exclusivos a este método de pagamento. Consequentemente a empresa traz para o seu dia-a-dia, sem incorrer em custos e investimento, bem-estar no ambiente de trabalho, retenção de talentos e resultante redução de turnover.
Se a empresa se disponibilizar a integrar, automaticamente, o software da SalaryFits os seus colaboradores terão acesso a produtos financeiros e não financeiros com preços exclusivos a este método de pagamento. Consequentemente a empresa traz para o seu dia-a-dia, sem incorrer em custos e investimento, bem-estar no ambiente de trabalho, retenção de talentos e resultante redução de turnover.
E como é que a solução considera sustentabilidade do elevadíssimo nível de consumo praticado na realidade portuguesa?
É neste ponto que o limite mensal de gastos é imposto pois apenas um terço do salário líquido acima do salário mínimo nacional está disponível para “usar” neste meio de pagamento, no âmbito de incentivar um consumo consciente e equilibrado face às possibilidades individuais.
Existem diversas outras start-ups a revolucionar este movimento de literacia e bem-estar financeiro, como a Reorganiza (spin-off do Dr. Finanças). O ano de 2020 será sem dúvida um ano de muito desenvolvimento financeiro em Portugal e esperamos que a preocupação do bem-estar financeiro individual não seja só espelhada pelas grandes empresas privadas mas também no mercado público, de forma a este liderar através do exemplo e derrubar o taboo desta realidade portuguesa.