São cinco as componentes que, segundo a Spring, as pequenas e médias empresas devem incluir na sua EVP, para competirem, com empresas de maior dimensão, pelos melhores talentos.
A competição pelos melhores talentos, em Portugal, está mais aguerrida do que nunca, ora porque os portugueses encerram competências técnicas, e não só, muito valorizadas pelos empregadores, ora porque o ambiente tecnológico, criativo e económico que se vive no país convida à instalação de novas empresas e centros tecnológicos. Empresas portuguesas competem com multinacionais e pequenas e médias empresas competem com as de maior dimensão, mas “a identificação e envolvência de novos talentos pode ser difícil para as PME face às grandes empresas”. “Grande parte das vezes esta situação ocorre porque as PME não têm o mesmo orçamento ou recursos disponíveis”, refere a Spring.
De acordo com a empresa de recursos humanos, “hoje, com as gerações mais jovens a optarem por permanecer numa empresa, em média, 2,8 anos, originando uma muito mais rápida rotatividade de profissionais, as estratégias para atrair e reter talentos estão a tornar-se essenciais” – realidade que “está relacionada com o facto de cada vez mais os candidatos favorecerem os locais de trabalho que oferecem equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, trabalhos mais flexíveis, com mais oportunidades de progressão na carreira e outros benefícios”, nota.
É preciso, por isso, mais do que um atrativo pacote salarial para reter bons talentos, considerando que o valor atribuído aos benefícios não financeiros está a aumentar. Segundo o Global Talent Trends 2019, desenvolvido pela Mercer, 54% dos colaboradores afirmam que gerir o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é um dos cinco principais fatores que a empresa pode oferecer para os ajudar a prosperar no trabalho. Por outras palavras, as organizações devem oferecer-lhes uma Employee Value Proposition (EVP), que “deverá reunir todas as razões pelas quais um candidato escolherá integrar uma empresa em detrimento de outra”.
“De incentivos e recompensas, à cultura, valores e design do trabalho, o desenvolvimento da EVP de cada empresa vai ser o ponto essencial que lhe permitirá competir entre os grandes na retenção de talento”, nota a Spring, que divulgou as estratégias de desenvolvimento de Employee Value Proposition para as PME.
E são cinco: remuneração, carreira, benefícios, cultura e ambiente de trabalho.
Remuneração: a componente de remuneração engloba a satisfação do colaborador com o salário e recompensas adicionais, como bónus e promoções.
Carreira: é constituída por fatores que afetam a estabilidade da carreira de um profissional e as suas oportunidades de desenvolvimento, como formação, avaliação e feedback.
Benefícios: a componente de benefícios engloba a satisfação dos colaboradores com o sistema geral de benefícios, que pode incluir folgas pagas (férias e dias de doença), cobertura de saúde, reforma, mensalidades e benefícios por incapacidade e seguro de vida.
Cultura: é composta por fatores que contribuem para a cultura da empresa, nomeadamente relações positivos com gestores, colegas e líderes da empresa, espírito de equipa e alinhamento com os objetivos e valores do negócio.
Ambiente de trabalho: a componente do ambiente de trabalho inclui os fatores que contribuem para um ambiente de trabalho positivo, de um equilíbrio saudável entre a vida profissional e a vida familiar, para o reconhecimento de conquistas pessoais e um claro entendimento do papel e das responsabilidades.