Joana Santos
HR manager da Hays Portugal
O conceito de employer branding é atualmente uma das prioridades das áreas de recursos humanos e dos gestores de topo de várias empresas. A forma como hoje trabalhamos o capital humano é visto como um assunto de elevada importância estratégica, pois está mais que comprovado o impacto direto que tem nos resultados das organizações. Por isso, as empresas têm procurado diferenciar-se e identificar as melhores práticas para atrair e reter os talentos.
As empresas devem cuidar e tratar o melhor possível dos seus profissionais, só assim podem cuidar de sua marca enquanto empregadores. São os colaboradores que vão participar na construção do employer branding das empresas, por isso o “employee experience” é fundamental desde o momento da sua entrada até à sua saída, pois sabemos que apesar das empresas estarem mais despertas para terem práticas de excelência com os seus colaboradores o conceito de “trabalho para a vida” começa a não ser tão comum.
A partida dos colaboradores para outras empresas, deve ser tão bem cuidada como o onboarding. Se as empresas atualmente se preocupam com as oportunidades de crescimento profissional dos seus colaboradores, com a cultura e ambiente de trabalho e com o construir uma marca de excelência para se trabalhar, também não se podem esquecer que tão importante quanto a entrada de um colaborador na empresa é a sua saída.
Aqueles que estão de saída e que saíram vão continuar a promover a marca de forma positiva ou negativa de acordo com a sua experiência durante o tempo que lá trabalhou, mas também no momento que decidiu partir para outros desafios (e mesmo após a sua saída).
Uma evidência é que se trabalha muito sobre as temáticas de recrutamento e sobre o desenvolvimento dos colaboradores, mas dá-se pouca importância à hora em que o colaborador decide que quer aceitar um desafio profissional numa outra empresa.
É um facto que as novas gerações que estão a integrar ou que integraram nos últimos anos o mercado de trabalho têm uma grande vontade de conhecer várias empresas, outras culturas e portanto terem vários desafios ao longo da sua carreira, e muitas vezes isso significa mudar mais vezes de empresa. As saídas para integrarem outras organizações vão continuar e provavelmente serão cada vez mais comuns.
Ainda que em alguns momentos as empresas não compreendam e tenham dificuldade em aceitar esta mudança, este é um sentimento que tem de ser rapidamente ultrapassado. Colaboradores que não são bem tratados no momento da saída vão esquecer rapidamente todas as boas experiências que a empresa lhe proporcionou e não irão recomendar aquela empresa, o que, nos dias de hoje, será um risco para a estratégia de employer branding, pois terá impacto não só para quem fica, mas para a atração de novos talentos.
Por outro lado, as empresas que tratam bem quem está de saída irão ter colaboradores que irão gostar de ver uma boa atitude e ex-colaboradores que vão ajudar a continuar a promover a marca. Por isso, não nos podemos esquecer que a hora de partida dos colaboradores têm de estar contemplada na estratégia de employer branding. Deem os parabéns, desejem boa sorte de forma sincera, manifestem real interesse em manter o contacto e despeçam-se com um até breve!