86,4% dos estudantes e 60% dos colaboradores de várias empresas portuguesas e internacionais revelaram preferência por um modelo de trabalho híbrido.
Se tivermos em conta o ambiente de trabalho indicado, os estudantes optam por um modelo de escritório partilhado, com 3 a 5 pessoas (45%), ou por um modelo open space, visto como o futuro do trabalho híbrido (39%). Estas são algumas das conclusões do estudo Re-imagining Work, realizado em parceria pelo BNP Paribas e a Nova School of Business & Economics (Nova SBE), tendo o estudo sido efetuado por estudantes do Mestrado em Gestão Internacional CEMS.
O estudo teve como principal objetivo conhecer as expectativas dos jovens (portugueses e estrangeiros) quando entram no mercado de trabalho, a forma como atuais colaboradores de diversas indústrias e nacionalidades têm vivenciado os modelos híbridos pós-pandemia, e ouvindo igualmente colaboradores atuais do BNP Paribas sobre as referidas ambições.
Para o efeito, foi constituída uma amostra de 177 estudantes portugueses e estrangeiros (27 nacionalidades), uma segunda amostra de 167 pessoas já inseridas no mercado de trabalho em Portugal e fora (25 nacionalidades), e uma terceira amostra de funcionários atuais do BNP Paribas em Portugal, relativamente ao futuro do trabalho. Os dados foram recolhidos através de questionários, entrevistas e focus groups realizados nos meses de março e abril deste ano.
Valores são uma preocupação fulcral para os jovens
Uma das mais relevantes conclusões do estudo é que os jovens estudantes são fortemente influenciados pelos valores corporativos das empresas aquando da decisão de se candidatarem a um emprego. A maioria revela, no entanto, pouco conhecimento de empresas, em Portugal, que divulguem os valores que defendem de forma clara, o que poderá constituir um motivo de afastamento de potenciais colaboradores internacionais.
Verificou-se que, de entre os estudantes internacionais que participaram no estudo, apenas 1 em cada 3 está a considerar trabalhar em Portugal depois de terminar a sua licenciatura. No entanto, quando confrontados com um cenário que inclui a possibilidade de trabalhar em Portugal numa empresa cujos valores corporativos são semelhantes aos do BNP Paribas (ainda que o nome da empresa não fosse referido), essa percentagem sobe para 2 em cada 3. Neste segundo cenário de uma empresa com os valores corporativos do BNP Paribas, os estudantes portugueses e internacionais revelaram intenções semelhantes de trabalhar em Portugal após a conclusão dos seus estudos.
As conclusões permitem igualmente verificar que as redes sociais das empresas são uma grande oportunidade para contribuir para o reconhecimento das organizações e dos seus valores. Da análise ao website e redes sociais de 37 empresas portuguesas ou internacionais presentes em Portugal, não existem muitas organizações a comunicar de forma ativa as suas políticas de trabalho flexível. Entre a minoria que o faz, apenas o mencionam no seu portal de emprego para informar potenciais candidatos que têm um modelo híbrido em funcionamento, sem que o mesmo seja explicado em detalhe.
Trabalho híbrido recolhe unanimidade nas opiniões
Ainda no que diz respeito ao modelo de trabalho híbrido, tanto estudantes como funcionários das empresas portuguesas e internacionais não esperam deslocar-se ao escritório para desenvolver as atividades que podem fazer a partir de casa.
Por exemplo, a tomada de decisões individuais e o desenvolvimento de relatórios são tarefas que não justificam uma ida ao escritório.
“A atração e retenção de talento é um desafio permanente para o BNP Paribas. A necessidade deste estudo passa por conhecermos cada vez melhor as expectativas do mercado, não só na perspetiva de quem está a iniciar a sua carreira profissional, mas também de quem já se encontra integrado neste ambiente”, refere Sylvie Le Pottier, Head of Human Resources no BNP Paribas Portugal. “Com o apoio essencial da Nova SBE, conseguimos compreender melhor as expetativas dos talentos atuais e futuros que vão entrar no mercado de trabalho. No fundo, e fazendo jus ao nosso mote de Banco para um mundo em mudança, estamos em constante aprendizagem a vários níveis, sendo que o processo de melhoria só acontece se soubermos ouvir”.
Segundo a Professora Filipa Castanheira, que supervisionou o estudo, “este projeto revela de forma muito consistente e através de diferentes fontes de informação que as espectativas face aos contextos de trabalho estão em clara transformação. Já vínhamos a observar, antes da pandemia, um desejo de um formato de trabalho mais flexível e promotor de maior equilíbrio vida-trabalho, mas agora no regresso após os sucessivos confinamentos e no seguimento da aceleração da transformação digital, os trabalhadores demonstraram que é possível fazer com qualidade e concentração determinadas tarefas a partir de casa.”
“Há uma procura explícita por organizações que proporcionem relações de trabalho que permitam beneficiar desta flexibilidade e uma preferência por equipas com desenhos de trabalho presenciais mais “colaborativos”. Há notoriamente um desagrado pela sensação de “vir para o escritório fazer o que se poderia fazer em casa” e, por isso, o grande desafio das organizações no “futuro do trabalho” não parece tanto ser o “fun das piscinas de bolas e dos cestos de fruta”, mas sim a formação das lideranças e a organização do trabalho e dos espaços físicos de trabalho proporcionando locais para descontrair e socializar, para debate e resolução de problemas, para reuniões de equipas, apostando na diferenciação do que é trabalho individual e que pode ser feito remotamente do que é trabalho colaborativo que pode beneficiar da presença física das equipas”, conclui.
Ficha técnica:
Este estudo foi realizado tendo como base uma análise quantitativa (inquéritos) e qualitativa (entrevistas e focus groups), questionando 177 jovens talentos, de 27 nacionalidades, com idades compreendidas entre os 18 e até mais de 30 anos, para além de 167 colaboradores de empresas, de 22 nacionalidades diferentes, com idades compreendidas entre menos de 20 anos e até mais de 60 anos. Foram ainda analisados os conteúdos dos sites de internet oficiais e páginas de redes sociais como o Instagram, Facebook e Linkedin de 37 empresas(nacionais e internacionais) em Portugal.
Foram também realizados 4 focus groups dentro do universo de colaboradores do BNP Paribas, com variadas funções dentro do banco. Por fim, foram conduzidas entrevistas a responsáveis do Banco em Portugal, como Sylvie Le Pottier – Head of Human Resources; Luciana Peres, Head of CSR and D&I e Vera Nobre Leitão – Head of Communications, para perceber quais são os objetivos da instituição na sua política de recursos humanos, tal como as medidas que procuram implementar para atração e retenção de talento.
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